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PEQUENOS EQUÍVOCOS NA ORAÇÃO

Textos: Diversos 

Objetivo: Devocional (Temático)


(Síntese do capítulo de mesmo nome do Livro “Oração Nota Dez” do autor.

Por ter dez tópicos, o ideal é ser ministrado em duas partes ou dois momentos)

Introdução

- “Deus não presta atenção à pompa das palavras ou à variedade de expressões, mas à sinceridade e à devoção do coração. A chave abre a porta não porque é dourada, mas porque se encaixa na fechadura” (Autor desconhecido).

- Uns são deslizes linguísticos e outros, teológicos.

- O que conta mesmo é a intenção sincera do coração e Deus a conhece bem.

- Temos, ainda, a ajuda do Espírito Santo, que filtra e interpreta adequadamente nossas orações diante do Pai.

- O crescimento espiritual e a maturidade exigem de nós uma postura de fé mais fundamentada biblicamente e maior cuidado na oração, equivocando-se cada vez menos.

1. “Que tu possas Senhor” x “Determino”

- Deus sempre pode. Depende apenas de sua vontade e de nossas ações.

- A expressão nasceu do temor de ser mais incisivo ou diretivo no pedido, como fazem, em outro extremo e equivocadamente, alguns ao determinarem as atitudes que Deus deve tomar.

- Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).

- Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, segundo o poder que opera em nós (Ef 3.20).

- O outro extremo, igualmente equivocado, é determinar que Deus faça algo, como uma estranha prova de “confiança” absoluta e de “posse”, mas beira a arrogância.

- “Acima de tudo, tome cuidado em sua oração para não limitar a Deus, não apenas com incredulidade, mas julgando que você sabe o que ele pode fazer” (Andrew Murray)

2. ‘Entramos na Tua presença”

- O ideal é que nunca saiamos da presença de Deus.

3. Equívocos gramaticais e de expressão

“Eu te oro (ou nós te oramos) em nome de Jesus. Amém.”

- Especialmente no fim da oração, é estranho orar Deus. O certo é dizermos: “Nós oramos a Ti, em nome de Jesus. Amém”.

“Venha de encontro às nossas necessidades.

- Vir de encontro é trombar, é vir no sentido contrário. Geralmente, o que queremos pedir é que Deus venha ao encontro de nossas necessidades, isto é, no mesmo sentido.

Concordâncias verbais

“Tua” ou “Sua”?

Esforcemo-nos para manter o uso do pronome na forma correta e coerente ao longo de toda oração. Se começarmos a oração referindo-nos a Deus como “Tu”, devemos continuar coerentemente referindo-nos a Ele como: “Teu”, “Ti”, “Tua”. Os verbos também devem concordar com a segunda pessoa do singular: tens, faças, amas etc.

- Se, noutro caso, o que ora prefere se dirigir a Deus na terceira pessoa do singular: “ele” ou “você” (para alguns que preferem mais intimidade) ou “Senhor”, deve manter-se coerente no uso dos verbos e dos pronomes na terceira pessoa do singular, até o fim da oração, referindo-se a Ele nessa conjugação.

Repetições

Precisamos nos policiar para evitar os vícios de linguagem, as repetições estigmatizadas ou a multiplicação da mesma palavra, em vários momentos da oração.

4. “Consagrar” ou “dedicar”?

- Quem deve consagrar a nossa vida somos nós mesmos. Cabe a Deus santificar uma vida consagrada.

Outra coisa importante a lembrar é que a expressão “consagrar” deve ser restrita a vidas, ou à nossa exclusiva vida. Nem mesmo para se referir a outras pessoas ela é muito adequada.

Para objetos, casa, carro, dízimo deve ser usada preferencialmente a expressão “dedicação”.

5. “Perdoa os meus pecados”

6. Destinatário diferente do Deus Pai

- É doutrinariamente correto que toda oração seja dirigida a Deus, o Pai, em nome e na mediação de Jesus Cristo, o Filho, e com o auxílio do Espírito Santo, como mencionamos no primeiro capítulo.

- “A oração eficiente envolve um quarteto: o Pai, o Filho, o Espírito Santo e o cristão” (J. Blanchard).

- O Catecismo Maior de Westminster afirma: “A oração é a oferta de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo, e com a ajuda do Espírito”.

- Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do Espírito: que ele, segundo a vontade de Deus, intercede pelos santos (Rm 8.26-27).

7. Oração de poder ou poder da oração

- Não é a oração que tem poder. Quem tem poder é Deus. A oração sincera e piedosa aciona o poder de Deus, não para Ele fazer necessariamente a nossa vontade, mas para que a sua vontade santa se faça.

- Não somos abençoados por causa da oração em si, mas na oração.

- “O poder da oração não depende de quem a faz, mas de quem a ouve” (Max Lucado).

8. A confusão entre atender e responder

- Deus sempre responde às orações, de diversas maneiras, mas nem sempre atende a todas as orações.

9. “Abençoo” ou “Abençoamos”

- Toda a bênção espiritual, a rigor, vem de Deus, especialmente a mais importante que é a bênção advinda do reino de Deus.

- Os antigos estavam certos, quando um filho lhes pedia a “bênção” e eles respondiam: “Deus te abençoe”.

- Somos canais ou instrumentos de bênção e não fonte de bênção.

- Bênçãos espirituais (unção, libertação, cura, salvação, dentre outras) não as temos de nós mesmos. Incomodam-me certos líderes religiosos dizendo “eu te abençoo”, como se fossem detentores ou cessionários das bênçãos de Deus.

- Prefiramos: “abençoa Senhor esta vida e usa-nos como canal de tua bênção”.

- Seja sobre vós a bênção do Senhor (Sl 129.8).

10. “Nós te exaltamos”; “Entronizamos-te”; “Coroamos-te”; “Te glorificamos”.

- Deus já é exaltado. Já está entronizado. Já está coroado. Já tem toda glória.

- Nós, criaturas, não podemos e não temos glória para dar a Deus.

- A expressão mais correta é: “reconhecemos” “proclamamos”, “cantamos”, “nos submetemos”, “adoramos a tua glória, tua majestade, teu trono, tua coroa (reinado)”.

Conclusão

- Deus não vai deixar de nos ouvir e responder só porque cometemos alguns erros gramaticais ou teológicos, como ninguém negaria dar água ou comida a uma criança tão somente porque ela ainda não sabe falar direito.

- “Quando você não puder orar como você deve, ore como você pode”. (Charles H. Spurgeon)

- Na verdade, uma oração sem equívocos e bem elaborada pode ter menos valor do que uma oração com erros e atrapalhada, do ponto de vista humano e até teológico. Tudo depende da motivação e da sinceridade da alma de quem ora.

- É uma prova de respeito, consideração e reconhecimento da grandeza de Deus ficarmos atentos e nos equivocarmos o menos possível, acertando o máximo possível, para não dar muito trabalho ao Espírito Santo e evidenciar nosso amadurecimento cristão.

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