top of page
sala de aula.png

A necessidade de escolas cristãs com

missão e gestão competentes e saudáveis

 

Introdução

   Não obstante a apresentação de um cenário desfavorável ao crescimento e à existência de muitos colégios privados no Brasil e de escolas cristãs, feita no artigo “Por que mais colégios cristãos podem fechar nos próximos anos?”, sempre haverá a necessidade de escolas privadas para um público de alta renda e de colégios cristãos, comprometidos com sua missão e com uma gestão saudável, pelas razões abaixo.
   Em toda situação nitidamente adversa, há sempre a possibilidade de correção e superação. As mais difíceis crises na vida apontam ótimas oportunidades, nem sempre visíveis ao olhar comum. Ainda há lugar para colégios privados no Brasil, principalmente cristãos de viés evangélico, primeiro, porque há sinais de que eles ainda são necessários.

1. Sinais da necessidade dos colégios cristãos
Os sinais são observados nas áreas:

a) Ascensão social
   No Brasil, aumenta a cada ano o número de pessoas que melhoram de vida, intelectual, social e economicamente. É menor o número dos que vivem na miséria (extremo da pobreza), bem como dos que vivem na pobreza. Há uma classe “C” e “B” em emergência que procura melhores escolas para seus filhos.

b) Maior investimento na educação dos filhos
   Os casais têm cada vez menos filhos e estão esperando mais tempo para tê-los (a média de filhos por família no Brasil, atualmente, é de 1,8 filhos por casal). Famílias com menor número de filhos terão condições de investir mais e melhor na sua formação. Tenderão a escolher uma ótima escola particular que compartilhe de seus princípios em seu projeto pedagógico.

c) Aumento do número de evangélicos
   A cada década, cresce o percentual de brasileiros que se declaram evangélicos (hoje, próximo a 40% da população). Há a previsão de que, em menos de 20 anos, mantendo-se os atuais índices de crescimento, os evangélicos, somados todos os ramos denominacionais, sejam mais de 50% da população brasileira. Ainda que a escola pública da Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio) melhore em qualidade, os pais estarão inclinados a buscar escolas cristãs evangélicas para seus filhos, desde que elas professem, ensinem e vivam os valores cristãos.

d) Aumento da exigência de qualidade
  Pais e/ou responsáveis pelas crianças deste tempo, mais conscientes e informados, estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade da prestação dos serviços fornecidos pela escola. Cobram, questionam e se envolvem mais com ela. Escolas que melhoram a qualidade de seus serviços, de seu patrimônio e, principalmente, de seus resultados, terão a preferência. Se a gestão das escolas cristãs não se preocupar com sua qualidade pedagógica e patrimonial, seu diferencial cristão será desvalorizado.

e) Incremento da formação intelectual dos pais
   Pais não evangélicos, convictos da importância de uma boa educação, essencial para a vida de seus filhos (vida em seus vários aspectos), e pais mais desejosos que seus filhos tenham uma formação íntegra, integral e integrada, buscarão escolas que não somente ensinem conteúdos, ou seja, privilegiem o desenvolvimento intelectual. Buscarão escolas que tenham agregados, ao seu cotidiano pedagógico, tanto a formação dos valores e do caráter, o preparo para a boa convivência nos relacionamentos, a educação saudável das emoções, da espiritualidade e do corpo, como a conscientização ecológica e a visão de um mundo com desenvolvimento sustentável.

f) Dificuldade das famílias na criação dos filhos
   As famílias estão angustiadas com o complexo desafio de criar e educar os seus filhos que, inevitavelmente, crescem numa sociedade e cultura cheias de contradições, abismos e incertezas. Nossos filhos nunca estiveram tão próximos de múltiplos e preocupantes referenciais e de uma moralidade tão flexível. Nunca estiveram tão interconectados e sob a influência de tantos agentes questionáveis, de tantas e danosas drogas, de exacerbada pornografia e licenciosidade sexual. As escolas cristãs podem e devem se apresentar como espaços de apoio (não de substituição) a esta agonia da família, no processo de uma formação equilibrada, conscientizadora e formadora de valores eternos e de princípios bíblicos.
   Nossas escolas devem estar preparadas para essa demanda. Infelizmente, a maioria delas não está, mas temos condições, em potencial, para satisfazer às necessidades do mundo de hoje. Podemos ser a escola que esta nova sociedade precisa.

2. Diferenciais dos colégios confessionais que a sociedade precisa

a) Colégios sem fins lucrativos ou fins não econômicos
  Há algumas escolas ditas confessionais, mas com fins econômicos. Estas se dividem em dois grupos: num, seus donos pegaram carona no nome de uma denominação cristã ou símbolo cristão, mas pouco têm de confessionais e buscam obter lucro para si; noutro, seus donos, membros de igrejas evangélicas, abriram uma escola com nomes de símbolos ou denominações cristãs, mas com fins lucrativos. No entanto, estes se dispõem a realizar algo da missão cristã, seguindo princípios e valores cristãos em sua prática pedagógica.
   A imensa maioria das escolas confessionais, no entanto, é mantida pelas denominações cristãs (protestantes e ordens católicas) e, direta ou indiretamente, por igrejas locais. As ligadas às denominações cristãs são todas ‘sem fins econômicos’. Isto é: não podem repassar recursos (lucro) à mantenedora ou a outra instituição, nem remunerar a diretoria da mantenedora. Só podem gastar o seu resultado financeiro no desenvolvimento da própria instituição educacional. Com isso, podem declarar, aos pais, que sua finalidade e desejo não é ganhar dinheiro, mas servir e servir bem e cada vez melhor.
   Escolas assim, se administradas com integridade e competência, incluindo a criatividade, um bom projeto político pedagógico e uma gestão qualificada, com profundo conhecimento das especificidades e peculiaridades do ramo escolar, têm tudo para sobreviver e ainda se desenvolver, senão quantitativamente, em função do que ocorre nestes tempos atuais, como mencionei em outros artigos, ao menos, qualitativamente.

b) Empreendimento educacional idealista, movido por uma missão
   As verdadeiras escolas confessionais cristãs buscam oferecer um ensino de boa qualidade e com diferenciais de valores e visão de mundo segundo o Evangelho de Cristo. Essas escolas procuram oferecer aos seus alunos o ensino das ciências humanas, sociais, físicas, químicas e biológicas e, também, ajudá-los na formação do caráter e dos valores cristãos.
   Nessas escolas, geralmente atua uma equipe de Capelania, que é um programa de apoio espiritual e emocional de toda comunidade escolar (empregados, alunos e seus familiares). Esse ministério inclui aulas semanais de educação e ética cristãs, investimento não oferecido nas escolas privadas não confessionais.
   As escolas confessionais, por sua natureza, não visam ao lucro financeiro, nem podem repassar às suas mantenedoras resultado algum que não seja um ensino de qualidade e com viés cristão (no caso das escolas cristãs). Não podem, por outro lado, acumular prejuízos, por má gerência, o que afetaria a qualidade e a continuidade de sua existência.

c) Pessoal administrativo e docente predominantemente cristão
   Essas escolas geram emprego, especialmente para os que professam a mesma fé da escola, mas não exclusivamente, porque nem sempre há, entre os da mesma fé, professores experientes e qualificados, ou que morem próximo à escola ou que estejam disponíveis. A possibilidade de maior influência espiritual sobre alunos e pais não cristãos aumenta com o trabalho dedicado e o testemunho dos colaboradores cristãos.

d) Imóvel próprio da imensa maioria das escolas confessionais
   Este fato diminui os custos operacionais e permite à escola aplicar recursos em melhorias patrimoniais, sem pagar aluguel e investir em imóvel alheio, de caráter provisório.
   A estrutura das escolas confessionais bem cuidadas, bem equipadas e com imóvel próprio pode ser, também, utilizada pelas igrejas ou pela denominação, nos horários alternativos às aulas, em eventos esportivos, de capacitação, de lazer, em congressos etc. É perfeitamente possível compatibilizar o uso das dependências dos colégios com o funcionamento de faculdades de Teologia ou Seminários, como já acontece em alguns Estados, entre outras programações.

e) Gestão acompanhada por mulheres e homens sérios, dedicados e éticos
   Membros qualificados dos conselhos administrativos dos colégios supervisionam a gestão e zelam pelo fiel cumprimento da missão e pelo íntegro e integral uso dos recursos do colégio, em objetivos operacionais coerentes.

f) Projetos pedagógicos pautados em princípios cristãos e bíblicos
   Se não for assim, seria melhor que essa escola não existisse como confessional, para não prestar um desserviço ao Reino de Deus. Muitas escolas confessionais têm experimentado declínio, por se afastarem de sua missão educacional, comprometida com a Palavra e com os valores do evangelho de Cristo e, por isso, perdem as bênçãos de Deus.

Walmir Vieira
Diretor e fundador do CLIC (Centro de Liderança Cristã Criativa)
clicwv@hotmail.com

bottom of page