(Síntese do capítulo de mesmo nome do Livro “Oração Nota Dez” do autor.
Por ter dez tópicos, o ideal é ser ministrado em duas partes ou dois momentos)
Introdução
- “As respostas de Deus são mais sábias que as nossas orações” (Autor desconhecido)
- Deus sempre ouve e responde as nossas orações. Isto não quer dizer que Ele atende a todos os pedidos feitos nas orações.
- O principal filtro é a vontade de Deus. A principal barreira é o pecado não confessado.
- Clama a mim e responder-te-ei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes (Jr 33.3).
- Respondendo “sim” ou “não” às nossas orações, Deus tem dez maneiras de fazê-lo.
1. Sim, imediatamente e o suficiente!
- Muitas vezes a resposta acontece no abrir dos olhos.
- O Evangelho de Marcos usa cerca de 30 vezes a palavra “imediatamente” e suas variantes, para relatar o acontecimento de um milagre, logo após seu pedido.
- A promessa bíblica é que, no mínimo,
- Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fl 4.19).
- Suprirá todas as necessidades e não todas as vontades.
2. Sim, e muito mais!
- Há ocasião, no entanto, em que Deus responde à nossa oração, dando-nos muito mais do que aquilo que pedimos e até do que imaginávamos.
- Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós (Ef 3.20).
- Nossa limitação humana nos faz ver apenas possíveis soluções limitadas, mas Deus tem soluções ilimitadas. Ele tem caminhos muito mais sábios, que nem imaginávamos existirem, que surgem diante de nós depois da oração.
- “Acima de tudo, tome cuidado em sua oração para não limitar a Deus, não apenas com incredulidade, mas julgando que você sabe o que ele pode fazer” (Andrew Murray).
- Seus planos podem incluir prosperidade material, se tivermos estrutura emocional e/ou espiritual para a recebermos ou prosperidade espiritual, essa de maior valor para a eternidade.
- Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de lhes dar uma esperança e um futuro (Jr 29.11).
3. Sim, mas isso não seria ideal!
- Por mais estranho que pareça, é possível que Deus atenda uma oração, ainda que a resposta solicitada não seja a ideal.
- Há ocasiões muito raras, e certamente com propósitos educacionais, em que o pedido não é o mais adequado; mesmo assim, ele é atendido, com consequências ruins.
- Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma (Sl 106.15).
- “É possível que Deus atenda orações para satisfazer nossas necessidades, ainda que sua divina vontade não se realize” (Watchman Nee)
- Deus assim procede para nos ensinar alguma lição espiritual.
Exemplo: Profeta Isaías comunica a morte do rei Ezequias, Isaias 38 1ss e 2Rs. 18;5-6, 2Rs e 212Cr 33.12,
- Ilustração: uma pesquisa feita nos EUA mostrou que 95% das pessoas não gostariam de saber quando iriam morrer.
- Devemos também confiar e nos resignar quando a aflição nos visitar, pois ela pode trazer grandes ensinamentos.
- Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra (Sl 119.67).
- O sofrimento pode nos levar à obediência.
- Foi-me bom ter passado por aflição para que aprendesse os teus decretos (Sl 119.71).
- Sofre comigo, as aflições, como bom soldado de Cristo (2Tm 2.3).
4. Sim, mas este não é o tempo!
- Em muitas de nossas orações, a resposta não é um simples “espere”. Ele responde “sim, mas para o momento certo”.
- Descansemos e creiamos que Ele sabe o que e quando vai fazer. Deus tem o controle do tempo, do modo e da situação em suas mãos.
- Ilustração de Ana orando por um filho e o profeta Elia anuncia a vinda de Samuel:
Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste (1Sm 1.17).
- Exemplo: Marta e Maria chamando Jesus pois Lázaro estava doente. Jesus veio no momento certo (Jo 11.1-4).
- A espera não confiante pode nos levar à descrença, à revolta ou a concluir equivocadamente as coisas. A espera precisa ser confiante, esperançosa, resignada e dependente, sabendo que Deus fará sempre o melhor para nós.
- “O grande segredo de esperar corretamente em Deus é ser levado a uma total impotência” (Andrew Murray).
- O esperar permite a avaliação de nosso pedido.
- “A espera da oração muitas vezes faz parte da resposta” (J. Blanchard).
- Espera no senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração. Espera, pois no Senhor (Sl 27.14).
5. Não, eu planejo algo melhor!
- Em muitas ocasiões, pedimos coisas a Deus que estão aquém dos seus propósitos para a nossa vida. Presunçosamente julgamos equivocado e limitado.
- Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos e ele endireitará as suas veredas (Pv 3.5-6).
- Às vezes, pedimos coisas que julgamos serem boas para nós e para o reino, mas nosso julgamento pode ser falho e limitado.
- Pensamos que não devemos pedir a Deus coisas grandes demais, difíceis demais, complicadas demais, para não nos desapontarmos nem “criarmos” constrangimento algum para Deus e não precisar justificá-lo.
- Devemos pedir sempre tudo o que deseja o nosso coração consagrado e deixarmos Deus decidir como, quando e quanto nos dará.
- Por outro lado, devemos confiar que Deus sabe o tamanho ideal da bênção que precisamos.
-“Se Deus fosse obrigado a dar tudo o que pedimos então, logo de início, eu decidiria jamais orar outra vez, pois não teria confiança suficiente em minha sabedoria para pedir qualquer coisa a ele” (J. Alec Motyer).
6. Não, mas vou lhe dar algo para suportar!
- Há ocasiões em que Deus claramente responde não ao nosso pedido.
- Não com a intenção de nos castigar, mas simplesmente por amor a nós e ao seu Reino, Ele não nos atende.
- Watchman Nee: “princípio de orar três vezes”, tomando por base Paulo (2Co 12.7-9), que orou três vezes para que seu “espinho” lhe fosse tirado, e Jesus, que orou três vezes para que seu “cálice de sofrimento” lhe fosse afastado.
- Princípio de orar três vezes:
1) Continuemos orando até obtermos respostas e garantias divinas diretas.
2) Paremos de orar quando sentirmos paz, mesmo não sendo atendidos, cientes de que qualquer que tenha sido a resposta, foi a vontade de Deus para nossa vida.
3) Desfrutemos das bênçãos espirituais compensatórias, pois as respostas “não” de Deus sempre vêm acompanhadas de paz e graça para suportarmos as provações.
- “Pedimos prata e, algumas vezes, Deus manda-nos sua negativa embrulhada em ouro” (Anônimo).
- Nada existe de ruim que possa suceder conosco que Deus não tenha o poder de transformar em bênção para nós.
- Com todos os limões da vida Deus nos ajuda a fazer uma boa limonada.
- E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28).
7. Não, seu modo de viver não está compatível com a minha Palavra!
- Infelizmente, deixamos de ser atendidos em muitas de nossas orações, porque nosso viver não tem sido bonito aos olhos de Deus.
- Se quisermos ser atendidos em nossas orações, devemos viver de modo agradável a Deus.
- Devemos obedecer a Deus porque isso agrada o nosso coração; queremos fazê-lo como adoração, porque o nosso coração lhe tem imensa gratidão.
- Havendo ou não as bênçãos chamadas materiais, devemos ser fiéis a Deus, pois as bênçãos espirituais sempre são certas.
- Dificilmente um crente sincero e fiel deixará de ter suas necessidades supridas pelo Senhor.
- Fui moço e agora sou velho e nunca vi um justo desamparado e nem a sua descendência a mendigar o pão (Sl 37.25).
- Como pais, temos muita dificuldade de atender ao pedido de um filho ou uma filha rebelde, desobediente e arrogante.
- A resposta à oração também é usada por Deus como um ato de disciplina espiritual, de conscientização de nossos erros.
- Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável (1Jo 3.21-22).
- As promessas de Deus são condicionais.
8. Não, sua natureza e personalidade não estão preparadas!
- Muitos pedidos que fazemos a Deus nos são negados porque Deus, de tanto nos conhecer, sabe que conceder o que pedimos representará um grande problema para nossa vida.
- Muitos cristãos arruinaram sua vida espiritual por não saberem lidar com a riqueza. Outros cristãos também não sabem lidar com a pobreza.
- Senhor não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais eu te negaria e te deixaria, e diria: Quem é o Senhor? Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus (Pv 30.9-10).
- Nem todos podem dizer como Paulo: já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece (Fl 4.11-13).
- Ainda que redimidos, estamos suscetíveis às fragilidades da carne, à instabilidade emocional, aos dilemas do caráter, às influências da cultura, às artimanhas de Satanás.
9. Não, isso não está de acordo com minha vontade!
- É inútil pedir que Deus aja de maneira contrária aos seus propósitos e princípios, revelados na Palavra de Deus.
- Outras vezes, pedimos coisas que não são necessariamente contrárias a qualquer princípio das Escrituras; mesmo assim, podem não estar dentro da sua vontade para nossa vida, especificamente.
Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de lhes dar uma esperança e um futuro (Jr 29.11).
- “Os que são atendidos não são os que oram muito apenas, mas os que oram segundo o padrão de Deus” (Autor desconhecido).
10. Não, você vai se arrepender muito!
- Apesar de Deus amar muito o atendimento das orações, também por nos amar, não atende alguns de nossos pedidos.
Outras correlatas com a resposta 10:
“Não. Eu te amo demais para te atender!”
- Este princípio se aplica a várias situações: casamento não realizado, emprego não conseguido, vitória não alcançada, espinho não extirpado, cruz não retirada. Provavelmente, o atendimento aos nossos pedidos poderia nos trazer grandes dissabores e um enorme afastamento de Deus, bem como de outras bênçãos, maiores e melhores.
- “Tenho vivido para agradecer a Deus o fato de não terem sido respondidas todas as minhas orações” (Jean Ingelow).
- “Não, isso é tolice!”
Ainda que Deus goste muito de atender as orações, felizmente não está obrigado a fazê-lo sempre. Sua sabedoria é tão grande quanto seu amor.
Conclusão
- Certamente existem outras explicações para as respostas “sim” e “não” de Deus às nossas orações. Algumas não se encaixarão em tentativa alguma de compreender o “sim” ou o “não” de Deus; só na eternidade.
- Qualquer que seja a resposta será sempre a melhor.
- Deus ouve e responde as orações, com a exceção de três tipos de oração:
- as feitas com deboche ou com blasfêmias,
- as feitas sem uma nesga sequer de fé e
- as feitas em estado de pecado não confessado.