
Introdução
- Em João (6.14-21) e em Marcos (6.45-52), o fato é antecedido pela multiplicação de pães e peixes.
- Tempestades nem sempre revelam que estamos desagradando a Deus e nem sempre são obra de Satanás.
- É verdade que quem semeia vento colhe tempestade e que algumas das tempestades que enfrentamos são decorrentes de pecados.
- “Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco” (Mt 14.22ª).
- Barco: primeiro símbolo da igreja, que navega no mar desta vida.
- Quem embarca: os que obedecem à voz de quem comanda o barco, conhecem o destino e conhecem os perigos da viagem.
- Insiste: ‘anagrázo’ significa “forçar, compelir, insistir, ordenar”. Isso sugere que os discípulos estavam relutantes. Não queriam entrar.
- “que fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão” (Mt 14.22b).
- Queriam fazê-lo Rei; com isso, colocariam fim à sua obra de redenção.
- “Depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo. Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte” (Jo 6.15,16).
- Era uma grande tentação para Jesus e principalmente para os discípulos.
- “Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho” (Mt 14.23).- Passar tempo a sós com Deus era muito importante para Jesus.
- Jesus começou a orar à tardinha até às três horas da madrugada.
- O segredo de uma vida espiritual vitoriosa é passar mais tempo com Deus.
- “mas o barco já estava a considerável distância da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra ele” (Mt 14.24).
- Esse é o primeiro momento em que os discípulos, como grupo, ficam sem o seu Mestre.
- Jesus praticamente nunca está sozinho.
- Eles levaram mais de oito horas para chegar ao meio do lago, enfrentando “ventos contrários” (contrariedades).
- Do alto da montanha Jesus via a aflição dos discípulos e interviria na hora certa.- “Ele viu os discípulos remando com dificuldade, porque o vento soprava contra eles” (Mc 6.48).
- Jesus está vendo o drama que você está passando.
- “Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar” (Mt 14.25).- 1ª vigília: 6h-9h; 2ª: 9h-12h; 3ª:1h-3h; 4ª: 3h-6h.
- Em plena madrugada, portanto, Jesus vai ao encontro de seus discípulos, que há horas lutam desesperadamente contra as forças da natureza que ameaçam destroçar o barco.
- Somos tentados a pensar que Deus não se importa com a nossa vida.
- Por que Ele demorou tanto?
- Quase dez horas na escuridão e lutando contra as ondas e ventos contrários, parecem uma eternidade.
- Cristo chegou na hora certa, na hora de maior desespero, pois sabia que eles não suportariam mais do que aquilo. Ele sempre chega na hora certa.
- Cristo pode sim acalmar tempestades, mas ele também pode guiar o seu povo através delas.
- Apesar dos discípulos não poderem ver Jesus orando no monte, ele não os perdeu de vista.
- As tempestades da vida tendem a esconder de nós o rosto de Deus; o Senhor, no entanto, jamais nos perde de vista.
- “Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: É um fantasma! E gritaram de medo” (Mt 14.26).- Ambiente físico e emocional dos discípulos: a) estavam frustrados com Jesus, por não aceitar ser aclamado Rei; b) obrigou-os a sair do ambiente favorável para um desfavorável; c) as ondas, fortes; d) o vento, contrário; d) o barco, frágil; e) a noite, escura; f) a luta, longa (até a madrugada); e, h) a morte, rondando.
- “Pois não tinham entendido o milagre dos pães. Seus corações estavam endurecidos” (Mc 6.52).
- Ainda veem algo ou alguém se aproximando sobre as águas, que acharam que fosse: “Um fantasma!”
- A superstição e crendice tomou conta de seus corações.
- Ilustr. O seminarista que achava que tinha Lobisomem em sua rua.
- “Mas Jesus imediatamente lhes disse: Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mt 14.27).- Jesus os acalmou usando três expressões bem curtas, mas que fizeram toda a diferença para aqueles homens: “tenham bom ânimo” (coragem); “sou eu” (Eu Sou) e “não temam” (não tenham medo).
- Se tivermos fé, bom ânimo e coragem mostraremos ao nosso grande problema quem o nosso Deus é maior.
- “Senhor, disse Pedro, se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas” (Mt 14.28).
- Pedro pediu o que muitos discípulos tinham vergonha ou medo de pedir. Pedro foi ousado.
- “Se és tu”. A Ti eu conheço. Eu vou.
- “Venha, respondeu ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre a água e foi na direção de Jesus” (Mt 14.29).
- Só Mateus relata Pedro andando sobre as águas e depois afundando.
- Pedro obedeceu à Palavra de Jesus, realizando algo ‘impossível’.
- Jesus quer nos ver andando sobre as águas.
- Ao convidar Pedro, Jesus mostrou que é possível vencer a barreira do sobrenatural. Basta ouvirmos o seu comando direto e que fixemos os nossos olhos Nele.
- “Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: Senhor, salva-me!” (Mt 14.30).- Estava no ponto alto da fé.
- Bastou um desvio do olhar e da atenção, que estava voltada para um só objetivo (obedecer ao comando da voz de Jesus e ir ao encontro dele), para que a realidade, com seus desafios, semeasse a dúvida em seu coração.
- Ilustr. Piloto experiente disse que os aviões comerciais, aqueles maiores e mais pesados, são mais seguros do que os aviões menores e mais leves (jatinhos). Os aviões menores caem mais frequentemente do que os aviões maiores, embora tenham o mesmo padrão de segurança. O problema é que pilotos menos experientes pilotam aviões menores, enquanto os aviões maiores são pilotados apenas por pilotos com vasta experiência de voo. A tendência de pilotos sem muita experiência é não confiar tanto nos instrumentos do painel de comando do avião, dando mais atenção aos seus sentidos e ao que percebem externamente. Isso é fatal.
- Exercício de fé não consiste em seguir nossos sentidos e circunstâncias, mas em viver e agir com os olhos fixos em Jesus: agarrados às suas promessas e seguros em sua soberania e não nas circunstâncias.
- Assim como no caso de Pedro, o nosso maior inimigo não é o vento ou a tempestade, mas a incredulidade, a dúvida ou o “apequenamento” de nossa fé.
- No momento de extremo medo, sentindo a morte a sufocá-lo, Pedro grita para ser salvo. Busca em Jesus sua salvação.
- Seu grito por socorro é o grito da fé, dado por um discípulo no ponto mais agudo de seu desespero: “Senhor, socorre-me”.
- Ele percebe que se tornou cem por cento dependente de seu Senhor.
- O grito de Pedro por socorro e salvação é o grito do povo.
- “Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: Homem de pequena fé, por que você duvidou?” (Mt 14.31).- Jesus não critica Pedro por não ter fé, mas por sua pequena fé que deu espaço à dúvida.
- Por conta de sua pequena fé, aquele grupo de homens não conseguiu distinguir a presença de Jesus de uma assombração que parecia caminhar sobre as águas.
- No caminho de quem obedece a Jesus, não há espaço para que adversidades e dificuldades falem mais alto.
- Quem tem fé vê as ondas, mas consegue ver, através delas, a Jesus.
- Quem tem fé percebe a força dos ventos, mas ouve, além deles, o convite de Jesus: “Vem!”
- Tirar Jesus de vista, mesmo que seja por alguns segundos, para dar atenção às ondas e ao vento, é o suficiente para voltar à realidade que nos suga e quer afundar.
- “Quando entraram no barco, o vento cessou” (Mt 14.32).- a) dominou a fome de uma multidão; b) dominou e euforia da multidão para fazê-lo rei; c) dominou o pânico de seus discípulos; d) agora, domina a força da natureza.
- Assim, as tormentas (fatores externos) e os tormentos (fatores internos) que tentam nos abalar, arrastar consigo e fazer sucumbir não resistem ao poder de Deus.
- “Então os que estavam no barco o adoraram” (Mt 14.33).
- “os que estavam no barco o adoraram”, representam a comunidade cristã em todo mundo e de todos os tempos: 2000 anos.
- “dizendo: Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” (Mt 14.33ª).- O episódio culmina com um sinal de adoração e com uma confissão de fé por parte daqueles que estão no barco.
- Os que estão no barco hoje têm seus momentos de falta de fé, ou melhor, de pequena fé, de medo, de terror, mas também vivem momentos de obediência, de diálogo com Jesus, de oração, de agradecimento, de confissão de fé.