
Introdução
- O Mar (lago) da Galileia: 21km de comprimento e 14km de largura.
- Cercado por montanhas e está a 200m abaixo do nível do mar.
- Tudo isto favorece o acúmulo de ar quente na superfície do lago. No verão, mais de 30 graus. Estufa de ar quente do lago se encontra com ar gelado das montanhas.
- Junta as águas do degelo do monte Hermom com seus 3.000m de altura.
- Choque térmico: tempestades repentinas e violentas, com ondas de até dois metros e redemoinhos.
- “Outra margem”: Decápolis, uma área que os judeus evitavam frequentar pela predominância de gentios (não-judeus).
- Relatada pelos três primeiros Evangelhos: Mateus (8.23-27), Marcos (4.35-45) e Lucas (8.22-25).
- Esta passagem é uma metáfora de vida, da dinâmica de viver a caminhada de fé em meio às dificuldades da vida.
- Somos gratos a esses discípulos que registraram cada erro, engano, fraqueza, bobagens que cometeram, pois podemos nos ver neles. Identificamo-nos com eles, como alguém que têm as mesmas dificuldades e aprendemos como Jesus os tratou.
- Precisamos compreender a natureza e a dinâmica da fé.
1. Todos os seres humanos têm algum tipo de fé.
Em que você deposita a sua fé?
a) Fé em si mesmo? Nas suas forças e capacidades?
b) Naquilo que pode ver, medir, explicar, raciocinar? (Não é fé)
c) Na ciência, nos métodos científicos? (E se a teoria estiver errada?)
d) Em algum esquema religioso? No cumprimento de dogmas, sacrifícios, ritos, formas, fetiches, despachos, superstições, santos, orixás, ídolos?
e) No ateísmo: É preciso ter mais fé para invalidar do que para acreditar no seu cumprimento. “Não tenho fé suficiente para ser ateu”.
- Todos têm o dom da fé. Deus deu a todos.
- Existe uma fé em Deus teórica, tradicional, cultural e uma fé em Deus totalmente confiante, por meio de Cristo.
- Fé totalmente confiante é a que crê na soberania de Deus.
- Fé de entrega, sem reservas.
- Você confia que o Senhor é soberano e que tem o controle de tudo? Está disposto a entregar sua vida totalmente aos cuidados Dele?
2. Como é esta fé totalmente confiante?
2.1. Esta fé precisa estar na pessoa certa, Jesus, e em mais ninguém.
- Não nos elementos da natureza, nas coisas ou pessoas criadas (ídolos), nem qualquer homem ou mulher, por mais exemplar que tenha sido.
- Fé totalmente confiante somente na pessoa bendita de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
a) Por que Jesus?
- Tornou-se perfeitamente humano para experimentar na carne nossas lutas: cansado e dormindo.
- Jesus perfeitamente divino: os três evangelistas narram este episódio com a mesma sequência:
- o domínio de Jesus sobre a natureza, sobre a tempestade,
- Jesus reprende a natureza como um pai repreende a um filho rebelde e ela o obedece.
- “Tu dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas” (Sl 89.9).
- o domínio de Jesus sobre o mundo espiritual maligno, com a cura do endemoninhado.
- o domínio de Jesus sobre o mundo das enfermidades, com a cura da mulher com hemorragia e,
- o domínio de Jesus sobre o mundo dos mortos, com a ressurreição da filha de Jairo.
- Mostra sua autoridade e superioridade sobre os poderes: naturais; demoníacos; das enfermidades e da morte.
- Não importa em que situação esteja, por mais difícil e terrível, o cristão não deveria se desesperar e perder o controle de si. Não deveria ficar agitado, frenético ou desequilibrado. Isso é coisa de pagão, incrédulo.
- Nunca aterrorizado, em pânico ou alarmado.
- Nosso viver precisa ser de fé totalmente confiante em Jesus (Deus), para darmos bom testemunho do poder de nosso Deus.
- “Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem”? Que controla a natureza? Que reprime os demônios? Que debela as enfermidades? Que doma a morte?
- Nenhum curandeiro ou milagreiro ou simulador poderia dominar a morte e a natureza.
2.2. Esta fé não duvida mesmo quando Deus parece distante.
a) Fé confiante em Jesus nos ajuda a enfrentar e superar as tormentas.
- Mesmo com fé frágil, foram à pessoa certa.
- Jesus: “Tenham bom ânimo. Eu venci o mundo”.
- “A fé é demonstrada pelos cristãos que se recusam a aceitar o fracasso como definitivo”.
- “Tu que acalmas o bramido dos mares, o bramido de suas ondas” (Sl 65.7).
- “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, socorro sempre presente na adversidade. Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar, embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria” (Sl 46.3).
b) Fé confiante em Deus, mesmo que pareça indiferente.
- Lucas: “Mestre, Mestre, estamos perecendo”.
- Marcos: “Mestre, Mestre não vês que perecemos?”
- Mateus: “Não te importas que pereçamos?”
- Estás dormindo numa situação desta?
- “Confie em Deus, mesmo que aparentemente as peças não se encaixem”.
- “Creio no sol, mesmo que ele não brilhe. Creio no amor, mesmo que não o sinta. Creio em Deus, mesmo que Ele esteja silencioso”.
- Precisamos viver semelhante a Moisés, vendo “aquele que é invisível” (Hb 11.27).
- A sensação de indiferença ou apatia de Deus, não pode ser acalentada em nosso coração.
- Deus se importa e espera que creiamos nisso.
- Jesus nos fez uma promessa que estaria conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
- “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4).
c) Fé confiante não é algo que atua automaticamente, mas precisa ser exercitada.
- Ela precisa ser acionada e colocada em ação. Ela não é automática, só funciona no manual.
- Não é como um termostato, que liga automaticamente o aquecedor, quando a água está fria e desliga quando está quente acima do suportável ou o contrário.
- Se a fé funcionasse assim, aqueles homens teriam ficado calmos, confiantes, não perderiam o controle emocional.
- Jesus nos convida a ter uma fé dinâmica. Uma fé que está à mão. Não escondida e esquecida, mas uma fé prática que busca o Senhor e percebe a sua presença a cada momento.
Conclusão
- Fé é uma atividade, é algo que precisa ser exercitado.
- É algo que precisamos colocar em ação. É o que Jesus perguntou: “Por que vocês não estão tomando a sua fé e a aplicando a esta situação?”
- Se não praticarmos a fé, ela morre.
- Não permitir que a situação nos controle. A situação os controlou e se agigantou diante deles. Deveriam dizer: “Não vamos entrar em pânico”. Definição de fé: “A fé se recusa a entrar em pânico, aconteça ou que acontecer”.
- George Miller: “O início da ansiedade é o fim da fé. O início da verdadeira fé é o fim da ansiedade”.