
SIGNIFICADO, FONTE, CANAIS, NÍVEIS E BÊNÇÃOS
1. O significado de cada elemento da visão de Ezequiel
a) O homem = um anjo, tipificando a Jesus Cristo.
b) Águas de um rio que cresce em extensão, volume e profundidade
= nossa vida espiritual (cristã) representada pelas águas do Espírito e como pode crescer em unção e graça.
- “Quem crê em mim, como disse a Escritura, do seu interior manarão rios de água viva. Disse isto a respeito do Espírito.” (Jo 7.37-39).
c) O Profeta = todos os salvos em Jesus.
- Ele é chamado de “filho do homem” (homem mortal na NVI).
d) A linha de medir = cordel, carretel, régua ou trena.
- É Deus quem nos mede, agora e no futuro.
- Medindo a profundidade espiritual em que estamos.
- Se estamos chegando à estatura de Cristo.
- Não é o pastor, nem os líderes que medem, ainda que possam observar.
- Como Deus pesou o rei Belsazar, filho de Nabucodonosor: “TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta” (Dn 5.27).
- Deus pesa nossos pecados e mede nosso crescimento a cada tempo.
2. A fonte e os canais dessas águas
“O homem levou-me de volta à entrada do templo, e vi água saindo de debaixo da soleira (da porta) do templo e indo para o leste (oriente), pois o templo estava voltado para o oriente. A água descia de debaixo do lado sul do templo, ao sul do altar. Ele então me levou para fora, pela porta norte, e conduziu-me pelo lado de fora (do Templo) até a porta externa que dá para o leste, e a água (um riacho) fluía do lado sul” (Ez 47.1,2).
- Vimos que a água é o Espírito Santo. Jesus nunca disse eu sou a água da vida.
2.1. A fonte é o trono de Deus e do Cordeiro que foi morto
- “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22.1,2).
- Ezequiel viu um rio que nascia no altar do Senhor, dentro do templo, do altar dos sacrifícios pelos pecados.
- O Espírito vivificador e purificador representa as águas que vêm pelo sacrifício de Jesus. Sem Ele e Seu sacrifício, nada de água que vivifica e purifica.
- Foi preciso Jesus se sacrificar na cruz, ressuscitar em glória e subir ao Céu para que o Espírito viesse, e como um rio começar a jorrar e a correr.
- Precisou do único, perfeito, suficiente e definitivo sacrifício.
- “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário da morada do altíssimo” (Sl 46.4).
- “Naquele dia, águas correntes fluirão de Jerusalém, metade delas para o mar do leste e metade para o mar do Oeste” (Zc 14.8).
2.2. Os canais (novos santuários) da fonte do Espírito são somente dois:
a) A igreja: “Pois somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (2Co 6.16b e Ef 2.21). “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o seu Espírito habita em vós?” (1Co 3.16).
b) O corpo e a vida do salvo por Cristo: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” (1Co 6.19).
- “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9). “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13).
- Jesus: “Quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” (Jo 4.14).
3. Os níveis do rio do Espírito de Deus
- O homem pediu que Ezequiel o seguisse no caminho e na variação dos níveis do rio.
3.1. Primeiro nível - Experimentação: tornozelos
- “O homem foi para o lado leste com uma linha (vara, cordel) de medir na mão, e, enquanto ia, mediu quinhentos metros (mil côvados) e levou-me pela água (me levou a atravessar), que batia no tornozelo (artelhos)” (Ez 47.3).
- O Profeta é convidado a ir para fora dos muros da cidade para ver o rio correr.
- Enquanto andavam, era tomada a medida e anunciada a profundidade do rio naquele momento.
- O primeiro nível representa a idade infantil do crente. Ele entra na água, no rio de Deus, na salvação, na água da vida eterna. Saboreia. Degusta.
- Caminha mil côvados e atravessa o rio, com águas nos calcanhares (artelhos).
- Só se refresca, riacho raso, só bate no pé, como criança gosta.
- Nenhum risco, segurança total.
- Muitos recebem em seu coração o frescor da água, mas muitos param aí. Nada mais. Querem águas fáceis de andar, nos calcanhares, como andam na beira da praia ou rio.
- Param nas águas que só batem nos tornozelos.
- Sentam-se no seu pedacinho de banco, querem se refrescar e nada dos riscos ou trabalho de se envolver e crescer mais. Às vezes, a vida toda. Só querem molhar os pés.
- Pouco ou nenhum testemunho cristão. Não há mudança significativa.
- Não atuam na igreja, cooperam com o mínimo de seus bens e talentos.
- Sem entusiasmo, frios, fracos, desanimados. Acham-se incapazes, ocupados ou velhos demais.
- Nas águas nos tornozelos, há pouca vida. Nas águas rasas não há peixes (encalham-se), não dá para mergulhar e lavar todo o corpo e vida.
- Deus cansa de chamar, pelos seus profetas, para caminharem mais mil côvados (500m), às águas mais profundas.
- Precisamos lavar os nossos pés, que muitas vezes pisaram em lugares errados, empoeirados, sujos e enlameados de pecado, mas também todo nosso corpo e toda vida precisam ser vivificados e purificados.
3.2. Segundo nível - Participação: joelhos
- “Ele mediu mais quinhentos (mil côvados) e levou-me (me fez passar) pela água, que batia no joelho.” (Ez 47.4ª).
- Neste nível, o cristão começa a crescer. Sua fé se desenvolve e conhece mais a Palavra.
- Nos joelhos encontramos sustentação. Se eles fraquejarem nosso corpo inteiro pode vir ao chão. A gente só sabe que tem joelhos quando doem.
- Com águas nos joelhos, podemos caminhar, mas não correr.
- É um avanço, pois caminhamos mais mil côvados (500m). Dois mil já foram.
- Sentimos o frescor das águas, mas só até as pernas.
- Claro que algo já começa a melhorar em nossa vida cristã. Mais do Espírito está em nós; começamos a crescer espiritualmente.
- Já oramos mais e estudamos a Palavra. Vamos mais a igreja e nos envolvemos com a adoração, entregamos o dízimo do Senhor.
- Seguimos as programações e eventos “religiosamente”, semanalmente.
- Podemos, entretanto, parar numa simples religiosidade repetitiva e nos acomodar com as águas apenas até os joelhos.
- No conhecimento ainda no nível básico, da classe de novos crentes.
- Ouvimos toda semana ensinos cristãos, mas continuamos não tendo uma vida cristã profunda.
- Molhamos as pernas na água, mas não nos aprofundamos, não desenvolvemos mais conhecimento e intimidade com Deus como poderíamos.
- Crescemos um pouco, mas paramos.
3.3. Terceiro nível - Consagração: Cintura até a altura dos ombros
- “Mediu mais quinhentos e levou-me pela água, que chegava à cintura (lombos).” (Ez 47.4b).
- Significa 3/4 do corpo dentro da água.
- Fé mais viva. Vida mais dedicada. Mais envolvimento na obra de Deus.
- Estar comprometido até o pescoço!
- O crente, neste nível, dá testemunho fácil, serve com amor e dedicação, contribui com mais liberalidade, com o dízimo e, também, com ofertas e, principalmente, com a vida e não se satisfaz em fazer só o mínimo.
- Transforma seu linguajar, postura, caráter, seu interesse e dedicação pela obra de Deus.
- Reavalia suas prioridades.
- É com esses que a igreja mais conta.
- Muitos desses ainda têm medo ou disposição de ir mais fundo, de receber desafios e chamadas maiores de Deus.
- Estão na zona de um certo conforto. Os pés estão no chão e a cabeça está fora d’água.
- Quando as águas chegam à cintura e ombro, temos que decidir se vamos mais fundo ou paramos por ali mesmo.
3.4. Quarto nível - Unção: águas que cobrem todo corpo
- “Mediu mais quinhentos, mas agora era um rio que eu não conseguia (podia) atravessar, porque a água havia aumentado e era tão profunda que só se podia atravessar a nado; era um rio que não se podia atravessar andando” (Ez 47.5).
- Representa completa submissão e total entrega ao Espírito Santo.
- É o nível da unção, do poder e da glória espiritual.
- Caminhou quatro mil côvados (2.000m) e chegou às águas profundas.
- É o nível da intimidade com Deus
- Muita unção, poder e autoridade espirituais Deus reserva aos que vão mais adiante, mais fundo com Ele.
- Não há contato com a terra seca. Agora tudo é uma questão de depender do Senhor.
- É o lugar onde você está cercado por água, onde você tem que colocar em prática o conhecimento e a comunhão com Deus.
- Nesse nível do rio, não se pode mais caminhar, mas somente cruzá-lo nadando ou boiando.
- O Senhor quer nos ver nadar ou boiar no oceano do Espírito, em sua dependência e submissão e, também, em nosso agir.
- É o convite para viver em Cristo, na plenitude do Espírito, em obediência e temor à Palavra de Deus, viver para agradar a Deus e não a homens.
- É renunciar o comando de sua vida, segurança e sonhos que estão incompatíveis com a vontade de Deus para sua vida.
- É fazer o que Deus quer e entregar tudo a Ele.
- Nada é mais seu. Tudo que você “tem” é do Senhor e para servi-lo.
- É renunciar às obras da carne, do mundo e do Diabo.
- É renunciar, às vezes, aos seus projetos e sonhos humanos.
- Nada é mais seu. Tudo que você tem é do Senhor e para servi-lo.
- É renunciar às obras da carne, do mundo e do Diabo.
- É ter uma vida de oração, de estudo da Palavra, de serviço ao próximo e ao Senhor, de compromisso total com o Evangelho de Jesus, com alegria e humildade.
- “Não digo que eu já o tenha obtido, ou que seja já perfeito, mas vou prosseguindo para ver se também poderei alcançar aquilo para o que igualmente fui tomado por Cristo Jesus .... Esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão adiante, Prossigo em direção ao alvo, para obter o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3.12-14).
- Onde o rio do Espírito está batendo em sua vida? Nos calcanhares? Nos joelhos? Na cintura ao ombro? Ou você está completamente coberto, totalmente imerso no Espírito?
- Ou sua vida está fora do rio de Deus?