"Saibam isto, meus amados irmãos: todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira humana não produz a justiça de Deus".

Tiago 1.19–20

Deus não se alinha com os sentimentos humanos mais baixos, tampouco atende a desejos de retaliação motivados pela ira. Ao longo das Escrituras, vemos como esse sentimento comprometeu a história de muitas vidas: (1) Caim, tomado de ira ao ter sua oferta rejeitada, não dominou suas emoções e cometeu o primeiro homicídio da história (Gên. 4.5–8); (2) Moisés, pressionado pela constante murmuração do povo, agiu impulsivamente e perdeu o direito de entrar na Terra Prometida (Núm. 20.10–12); (3) Jonas, inconformado com a misericórdia de Deus sobre Nínive, se irou e entrou em conflito direto com o Senhor: “É razoável essa tua ira?” (Jonas 4.1–4). Esses exemplos mostram que se irar não é, por si, pecado. Mas em que momento a ira ultrapassa esse limite? A resposta surge quando: (1) nasce do ego ferido; (2) alimenta desejo de vingança; (3) persiste sem resolução; (4) se expressa de forma destrutiva; ou (5) impede o perdão. A Bíblia também revela que a ira não é exclusiva do homem — ela se manifesta em Deus, porém de forma justa e santa. “Porque o Senhor, teu Deus, é Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do Senhor se não acenda contra ti...” (Deut. 6.15). “Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés...” (Êx. 4.14). Por isso, o tema “Ira: Um Sentimento Bipolar” evidencia esse contraste: enquanto a ira do homem é frequentemente egoísta e destrutiva, a ira de Deus é expressão de sua justiça e santidade. Agostinho afirmou: “A ira de Deus não é um defeito de sua natureza, mas um atributo da sua justiça.” Paulo orienta: “Fiquem irados e não pequem; não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês” (Efésios 4.26). E Jonathan Edwards resume: “A ira de Deus não é como a dos homens, mas a resposta santa de um Deus justo diante da injustiça.” Amém.

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ELP