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AS BÊNÇÃOS DO SERVIR

Textos: Diversos textos

Objetivo: Devocional (Temático)


Os cristãos salvos e transformados por Jesus Cristo, participantes da nova humanidade redimida pelo sangue do Cordeiro, têm o compromisso de servir a Deus, com fé e gratidão; à igreja de Jesus, com zelo e fidelidade; ao próximo, com compaixão e generosidade; e à sociedade, com justiça e altruísmo. Em todas essas áreas, devemos servir como testemunhas do Evangelho, em nome de Jesus e para a glória de Deus.

Sabemos que essas virtudes (fé, gratidão, zelo, fidelidade, compaixão, generosidade, justiça e altruísmo) vão na contramão da nossa natureza decaída pelo pecado. Precisamos da ajuda do Espírito Santo, que em nós habita, para as desenvolvermos e servirmos adequadamente.

Um cristão, realmente regenerado, não serve a Deus, à igreja, à sociedade e ao próximo, motivado por um desejo de receber de volta, com vantagem, nem por autopromoção ou outro interesse menos nobre, mas sim movido pela obediência ao Senhor e à Sua Palavra e pela consciência de sua missão e propósito nesta vida.

Entretanto, a Bíblia afirma que há bênçãos advindas do ato de servir e essas bênçãos geralmente se manifestam na área espiritual da vida de um cristão que serve com amor, sob a perspectiva bíblica e de forma agradável a Deus. Dentre elas, destaco apenas quatro, neste estudo.


1. A bênção da realização pessoal e espiritual

Quando servimos, passamos a ver o quanto somos importantes e necessários, e o quanto o nosso serviço pode promover o bem-estar e o progresso da sociedade, da família e da igreja onde Deus nos colocou. Esse serviço nos faz muito bem.

O nosso servir permite levar as pessoas a darem glórias a Deus, pois veem que o fazemos em Seu nome, como confirmou Jesus: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está no Céu” (Mt 5.16).

Além disso, nosso serviço geralmente tem como alvo beneficiar pessoas mais necessitadas de pão, de cuidado ou de amor, levando-as a expressarem gratidão a Deus por nos ter usado para abençoá-las, como destaca Paulo: “O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus” (2Co 9.2).


2. A bênção de estar no centro da vontade de Deus

Os verbos “servir” e “adorar” são traduções da mesma palavra, no hebraico. Para o povo de Israel, servir e adorar significavam a mesma coisa. Quando adoramos a Deus, O servimos; quando O servimos, O adoramos. O nosso serviço de amor, inspirado e orientado pela Palavra de Deus, nos dá a prazerosa certeza de que estamos fazendo algo que agrada a Deus, na medida em que oferecemos nosso servir como uma expressão de adoração a Ele.

Jesus disse que “ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou será leal a um e desprezará o outro” (Mt 5.40). Escolhemos servir e adorar ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo e servimos aos outros em Seu nome, porque O amamos e desejamos ser obedientes e leais a Ele.

Essa é a adoração que Paulo chama de “racional”, mais do que somente emocional ou ritual: “que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2).

Quando nos dispusermos a servir, sempre encontraremos algo ou algum lugar onde poderemos atuar. Alguém disse apropriadamente que “Deus não pergunta sobre nossa capacidade ou incapacidade, mas se estamos disponíveis”.


3. A bênção do reconhecimento divino

Mesmo que nosso serviço cristão não tenha o devido reconhecimento por parte das pessoas a quem servimos, sabemos que nosso Deus lhe dá o devido valor, quando o fazemos de coração abnegado. Paulo orienta aos salvos para que “tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Cl 3.23,24). Se, ao servirmos as pessoas, acharmos que estamos servindo só a elas, sem consequência espiritual e celestial, logo desanimaremos. Quando, porém, sabemos que, ao servi-las, em nome e por amor de Jesus, estamos servindo ao Senhor primeiro (Mt 25.40), isso aumenta nossa alegria e disposição de continuar servindo.

Ainda que, ao servimos nos sintamos frustrados pelo pouco ou demorado resultado, pela falta de gratidão das pessoas a quem servimos ou pela pouca visibilidade de nosso trabalho, “não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Diante de Deus, nada que façamos motivados pelo amor e pela consciência cristã ficará sem reconhecimento e aproveitamento divino. Por isso, a Palavra desafia a que os salvos “se mantenham firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” (1Co 15.58).


4. A bênção de vivenciar a grandeza cristã

O espírito de servo é o padrão que o Céu usa para avaliar a grandeza de um cristão no reino de Deus. Jesus subverte o padrão humano ao dizer que “o maior entre vós seja como quem serve” (Mt 23.21). Alguém disse que “o mundo avalia a grandeza de um ser humano pela quantidade de pessoas que o servem, mas Deus avalia a grandeza de um ser humano pela quantidade de pessoas que ele serve”.

Adorar a Deus em atos individuais ou coletivos de devoção é importante para nossa vida cristã, mas nosso ritual de adoração só terá valor se tiver como consequência o ato de servir também aos outros. Agostinho disse: “Deus não se torna maior quando você o adora, mas você se torna maior quando o serve”. Quem serve a Deus também serve bem à humanidade e sua vida faz diferença no mundo, como declarou Malaquias: “Então vocês verão novamente a diferença [...] entre os que servem a Deus e os que não o servem” (3.18).


Conclusão

Moisés profetizou ao povo de Israel e a nós: “Por não haveres servido ao Senhor teu Deus com gosto e alegria de coração, por causa da abundância de tudo, servirás aos teus inimigos, que o Senhor enviará contra ti, em fome e sede, e em nudez, e em falta de tudo; e ele porá sobre o teu pescoço um jugo de ferro, até que te haja destruído” (Dt 28.47,48).

Assim como servir e adorar ao bom Deus produzem abundantes bênçãos, não servi-Lo e, por extensão, à igreja de Jesus, ao próximo e à sociedade, em Seu nome e para Sua glória, tem efeito contrário. Acabaremos servindo, com privação e sofrimento, a entes nada dignos, como a carne, o mundo sem Deus e a Satanás. Que não seja assim entre nós!

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