“Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos ímpios. Para eles não há sofrimento; o seu corpo é sadio e robusto. Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência, pois de contínuo sou afligido, e cada manhã castigado.”

Salmo 73.3-4,13-14

Quero começar com as palavras de John Piper: “A prosperidade do ímpio é parte da justiça futura: eles recebem agora tudo o que terão; os justos aguardam uma herança eterna.” A Bíblia não evita as questões mais difíceis da vida, nem se omite diante dos sentimentos de injustiça que podem surgir no coração humano. A imparcialidade divina é afirmada nas Escrituras de forma clara e contundente. Isso se conecta com o ensino de Jesus em Mateus 5:45: “... porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.”  R.C. Sproul comenta: “A pergunta que deveríamos fazer não é por que coisas ruins acontecem com pessoas boas, mas por que coisas boas acontecem com pessoas más.” Explicar de maneira racional a prosperidade dos ímpios e o sofrimento dos justos é um desafio teológico, especialmente por causa da retribuição divina no contexto da lei da semeadura. No caso do salmista, contemplar a prosperidade dos ímpios gerou inveja e o levou a pecar em seu coração. A.W. Tozer enfatiza que o aparente sucesso dos maus é efêmero e enganoso. Ele escreve: “Deus não está em dívida com ninguém. Aquilo que os homens têm sem Deus é um bem passageiro; aquilo que os santos têm em Deus é eterno.” Além dessas questões, há ainda o problema do mal e o livre-arbítrio humano. Em geral, quando um crente se escandaliza ou se desvia, é porque ainda não compreendeu de forma clara o que significa a graça de Deus. Por isso, Jesus declarou em Mateus 11:6: “E bem-aventurado é aquele que não se escandaliza por minha causa.” Concluo com a própria Palavra que diz: “Deus realiza coisas maravilhosas e inacreditáveis, coisas que ninguém é capaz de entender ou explicar.” (Jó 5:9). Amém.

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ELP