
Introdução
- O capítulo 19 de Levítico é uma revisão das leis e prescrições morais e culturais. Inclusive dos Dez Mandamentos.
- Um manual de santidade do antigo povo de Israel.
- Aparecem: ‘Senhor’ – 22 vezes e ‘Eu sou o Senhor’: 14 vezes (v. 3, 4, 10, 12, 14, 16, 18, 25, 28, 30, 31, 32, 34, 36, 37).
- Santidade para com Deus até nas ações em favor do seu próximo.
- Algumas leis foram criadas apenas para o antigo Israel, outras foram para sempre, mas todas apresentam princípios que não se invalidam com o tempo.
- Observação: A versão predominante é a NVI. Os textos em colchete [ ] são o que dizem outras versões: ARA e NTLH.
Ordem geral: ‘Ser santo’
Fonte da santidade: O Senhor
- “Disse ainda o Senhor a Moisés: Diga o seguinte a toda comunidade [congregação dos filhos] de Israel: Sejam santos [santos sereis] porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo” (Lv 19.1,2).
- Deus quer que seu povo seja santo, separado dos demais povos da Terra.
- Israel veio de um povo com práticas abomináveis de idolatria e estava para deparar-se com povos cujo grau de corrupção e depravação sobrepujava a malignidade do Egito.
- Se fossem fiéis em guardar e cumprir as leis do Senhor, receberiam poder para não se contaminarem com as abominações daqueles povos.
- O objetivo do capítulo 19 é que o povo de Deus seja santo em todos os aspectos de sua vida.
Áreas de Santidade
1º. Santidade no temor aos pais e a Deus
- “Respeite [tema] cada um de vocês a sua mãe e o seu pai” (Lv 19.3ª).
- Aqui duas ordens estão invertidas propositalmente, da comumente seguida na Bíblia.
a) Mãe na frente do pai.
b) O 5º mandamento na frente do 4º.
- Para aprendermos a obedecer e temer a Deus precisamos primeiro aprender a obedecer e temer a nossos pais.
- “e guarde os meus sábados. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês (Santo)” (Lv 19.3).
2º. Santidade na fidelidade ao único Deus
- “Não se voltem [adorem] para os ídolos, nem façam para si deuses de metal [fundição]. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês (Único)” (Lv 19.4).
- Ídolos aqui são ‘coisas de nada’, ‘vaidade’. Vem de uma raiz que significa “evaporar-se”. A essência do ídolo é ser nada.
- Não é preciso se curvar diante de ídolos de madeira ou de pedra para transgredir estes mandamentos.
- Qualquer coisa que tomar o lugar de Deus ou for preferido a Ele constitui um ídolo, mesmo se for só nos pensamentos.
3º. Santidade na generosidade
a) Distribuindo
“Quando vocês oferecerem um sacrifício de comunhão [pacífico] ao Senhor, ofereçam-no de modo que seja aceito em favor de vocês [de vossa vontade o sacrificareis]. Terá que ser comido no dia em que o oferecerem [sacrificardes], ou no dia seguinte; o que sobrar até o terceiro dia será queimado. Se alguma coisa for comida no terceiro dia, estará estragada e não será aceita. Quem comer sofrerá as consequências da sua iniquidade [delito], porque profanou o que é santo ao Senhor; será eliminado [excluída] do meio do seu povo [de Israel]” (Lv 19.5-8).
- Trata-se aqui de um ‘sacrifício pacífico’ ou ‘sacrifício de comunhão’.
- Este sacrifício era oferecido, mas sua carne era comida e não queimada, como outros.
- Consumir tudo em dois dias. Se não aguentar, não guardar, mas distribuir.
b) Disponibilizando
“Quando fizerem a colheita da sua terra, não colham até as extremidades [canto, a beira do campo, limites] da sua lavoura [plantação], nem ajuntem as espigas caídas de sua colheita [nem voltem atrás para pegar as espigas que não tiverem sido colhidas]. Não passem duas vezes pela sua vinha [não façam uma segunda colheita para colher os cachos que ficaram], nem apanhem as uvas que tiverem caído [nem voltem atrás para catar os cachos que tiverem caído no chão]. Deixem-nas para o necessitado [os pobres] e para o estrangeiro” (Lv 19.9,10).
- “Foi ao campo e andava atrás dos trabalhadores, catando as espigas que caíam” (Rt 2.3).
- Essa lei era uma proteção ao pobre e estrangeiro e uma lembrança de que a terra pertencia a Deus: o povo era apenas seu guardador.
- É muito fácil ignorar o pobre ou esquecer das necessidades daqueles que têm menos do que nós, mas Deus deseja generosidade de nós.
- De que modos você pode deixar as “bordas de seu campo” para aqueles em necessidade?
4º. Santidade do caráter
“Não furtem [roubem]. Não mintam. Não enganem uns aos outros [ninguém a seu próximo]. Não jurem falsamente pelo meu nome, profanando assim o nome do seu Deus” (Lv 19.11,12).
- O perjúrio é um delito gravíssimo porque perverte a justiça.
- É violação ao 3º e 9º mandamentos.
“Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. Seja o seu sim, sim, e o seu não, não; o que passar disso vem do Maligno” (Mt 5.33-37).
5º. Santidade nas relações econômicas e humanas
“Não oprimam [explore] nem roubem o seu próximo. Não retenham até a manhã do dia seguinte o pagamento de um diarista. Não amaldiçoem o surdo nem ponham pedra de tropeço à frente do cego, mas tema o seu Deus. [Tenha respeito para comigo, o seu Deus]” (Lv 19.13,14).
- Ter compaixão das pessoas com deficiência é temer a Deus.