
QUINTA: FOI A ALMA
"Então lhes disse: — A minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem comigo."
Mateus 26.28
A quinta-feira foi dia do enfrentamento emocional e psicológico da cruz que viria no dia seguinte. Jesus foi golpeado profundamente em sua alma, por meio de uma cadeia de eventos e decepções, uma após a outra. Na última celebração da Páscoa, Jesus honrou Judas, sentando-o à sua esquerda, chamou-o de amigo e ainda lhe deu o melhor pedaço da refeição. Foi diante do colégio apostólico que o traidor foi revelado. Grande tristeza invadiu o coração do Mestre. Na mesma noite, Pedro, Tiago e João foram convidados para orar com Jesus no Getsêmani, mas adormeceram durante o tempo de oração. Jesus enfrentava tudo sozinho. Sua oração revela a intensidade de sua angústia: "Adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: — Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres." Ainda naquela noite, Pedro — a liderança mais expressiva entre os apóstolos — negou Jesus três vezes, exatamente como Ele havia profetizado. Com isso, fechava-se um círculo de negação e traição insuportável para Aquele que tanto amou e se entregou ao longo de três anos e meio de convivência. A. W. Tozer declara: “Quando Jesus disse que sua alma estava triste até a morte, Ele estava entrando no ponto mais profundo da dor humana. A partir dali, ninguém mais poderia acompanhá-lo — só o amor eterno poderia continuar.” Dá para sentir o peso do Getsêmani? A dor na alma por tanta ingratidão, rejeição, abandono e traição daqueles a quem Ele amou? Concluo com as palavras de Martinho Lutero: “Cristo sofreu o horror da angústia na alma para que soubéssemos que Ele é capaz de consolar todo aflito. Ele não é apenas Salvador do corpo, mas também o Médico da alma.” Amém.
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ELP
