OS PEDIDOS DO DIABO
E implorava a Jesus, com insistência, que não os mandasse sair daquela região. Os demônios imploraram a Jesus: "Manda-nos para os porcos, para que entremos neles". Ele lhes deu permissão.
Marcos 5.10-13
O texto de Marcos revela aspectos profundos e surpreendentes da doutrina da demonologia. Nele encontramos a única ocasião nas Escrituras em que Jesus pergunta o nome de um demônio. Essa pergunta não foi feita por curiosidade, mas com um propósito pedagógico. Eles fizeram dois pedidos muito específicos: primeiro, que não fossem expulsos daquela região; segundo, que lhes fosse permitido entrar na manada de porcos. E, surpreendentemente, Jesus atendeu aos dois. Esse fato nos leva a uma consideração importante: o diabo sabe pedir. Ele o fez com insistência, da mesma forma que vemos em outras passagens das Escrituras — como o centurião em Mateus 8:5, que suplicou por seu servo, e a mulher siro-fenícia em Marcos 7:26, que rogou pela libertação da filha. Ele "suplicava-lhe com muita insistência", indicando uma ação contínua, repetida e fervorosa. Isso revela que o diabo sabe rogar com intensidade — algo que, infelizmente, muitos crentes parecem ter desaprendido. Não são raros os casos de crentes vivendo em pecado e, mesmo assim, tendo orações respondidas. O texto nos ensina que o inimigo só age dentro dos limites que Deus estabelece. Ele precisa de permissão para operar, como mostra o pedido: “Deixa-nos nesta região e manda-nos para os porcos.” Martinho Lutero, com sabedoria e clareza, afirmou: “O diabo é como um cão na coleira de Deus. Só faz o que Deus permite, e até mesmo nisso Deus cumpre Seus propósitos.” A destruição espiritual que o homem sofria se converte em vocação. Aquele que antes vivia entre os sepulcros, dominado por milhares de demônios, torna-se o primeiro missionário enviado por Jesus à região gentílica da Decápolis. O texto afirma que ele partiu e começou a anunciar em todas aquelas cidades o quanto Jesus havia feito por ele, e todos se admiravam. Amém.
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ELP
