“Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?”

Lucas 9.54

A Bíblia fala de pessoas que, individualmente, receberam um novo nome; mas a Tiago e João, Jesus deu um apelido espiritual: Filhos do Trovão, pois eles tinham um espírito explosivo, prontos a reagir com intensidade. O episódio de Lucas 9.54 — “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu?” — é um exemplo claro dessa natureza. Jesus não lhes deu o apelido para humilhá-los, mas para mostrar que iria trabalhar no temperamento deles, transformando a energia bruta em força espiritual controlada. Você consegue se identificar com essa impulsividade de Tiago e João? John Wesley declara: “O espírito que pede fogo do céu não é o espírito de Cristo. Pois Ele veio não para destruir vidas, mas para salvá-las. Onde quer que haja intolerância e desejo de punição rápida, esse não é o Espírito Santo, mas a carne.” Mas como eles tinham certeza de que o fogo cairia do céu? Isso vinha de uma visão distorcida do Messias, pois esperavam que Ele viesse com poder e juízo contra os inimigos de Israel. Assim, rejeitar Jesus — especialmente por samaritanos, um povo hostil — parecia uma afronta digna de punição imediata. William Barclay nos adverte: “É sempre perigoso quando a ira dos homens tenta usar o poder de Deus para justificar a violência. Cristo refreia o impulso dos discípulos e mostra que o poder divino só pode estar a serviço do amor.” Isso mostra que, mesmo após dois anos de discipulado direto, ainda havia impulsos carnais a serem tratados. A transformação é progressiva: João, que queria destruir samaritanos, se tornou, no final, o “apóstolo do amor”. Transforma-nos, Senhor, para que a essência do evangelho esteja em nós! Amém.

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ELP