
O VENENO DA GANÂNCIA
“Então Jesus lhes recomendou: — Tenham cuidado e não se deixem dominar por nenhum tipo de ganância, porque a vida de uma pessoa não consiste na abundância dos bens que ela tem”.
Lucas 12.15
A advertência de Jesus nasce de sua compreensão de que a ganância causa danos espirituais muitas vezes irreparáveis. O desejo incontrolável de ter e o desejo de ser vivem em constante conflito, disputando quem prevalecerá. O contexto da Escritura é o clamor de um homem em meio à multidão: “Alguém do meio da multidão disse a Jesus: — Mestre, diga a meu irmão que divida comigo a herança” (Lucas 12.13). Para nossa reflexão, vejamos três exemplos em que a ganância se manifestou de maneiras distintas: (1) Ganância pelo poder espiritual – Simão, o mago. Embora Jesus não tenha falado diretamente com ele, o caso de Simão Mago (Atos 8.9–24) é emblemático. Ao ver os apóstolos impondo as mãos e o Espírito Santo sendo derramado, desejou comprar aquele poder. Ele disse: “Deem também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo” (v. 19). (2) Ganância por bens materiais – Geazi. O servo de Eliseu (2 Reis 5.20–27) correu atrás de Naamã para obter os bens que seu mestre havia recusado, mentindo em nome do profeta. Como consequência, foi acometido de lepra, e a enfermidade se estendeu à sua descendência. A.W. Tozer comenta: “A ganância é a antítese da fé. Ela olha para o mundo e diz: ‘isso me sustentará’, quando apenas Deus pode.” (3) Ganância disfarçada de ministério – Balaão. No episódio descrito em Números 22–24, vemos a ganância mascarada de profetismo. Balaão tentou amaldiçoar Israel a pedido de Balaque, rei de Moabe, visando recompensa pessoal. Você já viu um ganancioso satisfeito com o que tem? João Calvino afirmou: “A ganância não conhece limite. O homem ganancioso não possui riquezas — é possuído por elas.” Termino com as palavras de Jesus: a vida de uma pessoa não consiste na abundância dos bens que ela possui. Amém
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ELP
