

Livro de LEVÍTICO
(Informações selecionadas de muitos ilustres estudiosos bíblicos, aos quais agradeço, adaptadas e reorganizadas por mim)
CURIOSIDADES E OUTRAS INFORMAÇOES
1. ORIENTAÇÕES NECESSÁRIAS antes do início da leitura do Livro de LEVÍTICO
a) O livro foi escrito, primordialmente, como um manual para os que atuariam no sacerdócio e como levitas, principalmente nos rituais de sacrifícios de animais pelos pecados e por ações de graça, naquela época, Tabernáculo (Tenda do Encontro) e depois, no Templo. Daí o nome do livro: ‘Levítico’, que em latim quer dizer “acerca dos levitas” (tribo da qual descenderam os sacerdotes).
b) Trata-se de um livro que não é fácil de se ler. Vários dos seus capítulos contem orientações estranhas aos olhos, sentimentos e senso de justiça de nosso tempo. Alguns chegam a ser chocantes.
c) Devemos nos lembrar que se tratam de ensinos, que faziam parte da Antiga Aliança (revelação parcial), de vários costumes e procedimentos adverso ao nosso atual modo de crer e viver, à luz dos princípios e práticas do Evangelho, e que, a imensa maioria, foi abolida pela Nova Aliança (revelação plena), por Jesus Cristo, igualmente Deus como o Pai.
d) Alguns capítulos não precisam nem ser lidos, caso não queiram, pois eles não têm mais validade hoje, a não ser como histórico de como era, detalhadamente, o sistema sacrificial da Antiga Aliança, com seus rituais de sacrifícios.
e) A legislação religiosa, de convivência, e sanitária era meticulosa e dura para com os que a descumpriam, com punições que variavam de expulsão do meio do povo a execuções por apedrejamentos dos mais faltosos. Predominava a lei do “olho por olho, dente por dente” (Lv 24.20).
f) Os tempos eram outros e as regras precisavam ser duras para que houvesse paz, ordem e unidade de comportamento no meio de um povo com mais de dois milhões de pessoas, que peregrinava junto e começava a se constituir como nação.
g) Algumas regras no tratamento de questões de saúde eram fundamentais para a preservação de contaminações de doenças entre o povo. Algumas regras como distanciamento, isolamento, para evitar a infecção generalizada do povo, eram absolutamente necessárias, como vivenciamos em pandemias. Portanto, muitas regras, aparentemente estranhas, eram na verdade preceitos sanitários que visavam à preservação da vida da nação.
h) Os capítulos mais importantes e suficiente para a compreensão do Livro, são os de número 1, 8, 9,10, 16, 18 a 27. E, talvez o mais expressivo, seja o 19, com preciosas regras de convivência e respeito que se requerem de todos até os dias de hoje.
2. CURIOSIDADES SOBRE O LIVRO DE LEVÍTICO
2.1. O Livro de Levítico é um Manual para os sacerdotes da tribo de Levi (os levitas). Dos capítulos 1 a 16, predominam minúcias das leis cerimoniais e detalhamentos de como os sacerdotes deveriam conduzir os rituais. Dos capítulos 17 a 37, prevalecem as leis morais e as práticas sociais de um tempo. A maioria não se pratica mais, mas tem no seu bojo princípios ou lições que podem ser aplicadas e adaptadas a muitas situações de nosso tempo.
2.2. O convite central do Livro de Levítico é a sermos santos (viver em santidade) assim como o próprio Deus é santo (Lv 19,2). As referências de Deus como Santo, aparecem 38 vezes em Levítico.
2.3. Essa santidade requerida não consiste apenas em oferecer um culto minucioso, mas, principalmente, como hoje, em viver a justiça e o amor nas relações concretas, como destacou também Paulo em Rm 14.17.
2.4. Santidade concreta que se expressa na segunda parte do Grande Mandamento proferido por Jesus e que é repetido em Levítico 19: Ame o seu próximo como a si mesmo (versos 18 e 34).
2.5. Todo o sistema de sacrifícios e a função do Sumo (Principal, Grande) Sacerdote no Livro de Levítico são tipos e ilustram o sentido da obra redentora de Cristo. A palavra “expiação” (reparar, pagar, cobrir ou retirar a culpa) é mencionada também 38 vezes em Levítico.
2.6. O Livro de Hebreus descreve Cristo como o Sumo Sacerdote e usa textos de Levítico como base para ilustrar a sua obra.
2.7. Em Levítico 11, onde são relacionados os animais considerados impuros e que não deviam ser comidos, há ali, na verdade, recomendações de hábitos alimentares mais saudáveis, quando ainda não havia conhecimento para se prevenir melhor dos malefícios de um alimento potencialmente cheio de micro-organismos nocivos à saúde humana. Era Deus estabelecendo os animais mais adequados à alimentação humana. Tudo indica que a origem de vírus (como o coronavírus e outros) que surgiram e surgirão na História da humanidade, com potencial pandêmico, vêm de prática alimentares de animais exóticos.
2.8. Levítico 16, fala de um ritual para perdão de pecados do povo que Deus ordenou que Arão fizesse envolvendo um novilho e 2 bodes, que têm ligação com o Yom Kippur (Dia do Perdão). O novilho e um dos bodes seriam sacrificados, para redimir o povo de seus pecados, e o outro bode, depois do Sacerdote, simbolicamente, colocar a mão sobre sua cabeça, levaria sobre si os pecados do povo para o deserto. Algumas versões, o bode que é enviado para o deserto é chamado de "Azazel" (simbolizando o anjo decaído), mas a maioria das versões, de ‘bode expiatório’ mesmo, se referindo ao que leva embora os pecados do povo e para bem longe. Daí a expressão tornou-se sinônimo de alguém inocente que leva a culpa pelos erros de alguém ou alguns.