
COMEÇOU COM VITÓRIA, TERMINOU EM TRAGÉDIA
“Se entregares os amonitas nas minhas mãos, quem primeiro sair da porta da minha casa para me encontrar, quando eu retornar vitorioso, será do Senhor e eu o oferecerei em holocausto.”
Juízes 11.30-31
Fazer votos a Deus tem uma longa história, envolvendo todo tipo de compromisso — desde os mais simples até os mais desastrosos. O voto de Jefté, registrado em Juízes 11:30-31, é um exemplo claro disso. Ele declarou: “Se entregares os amonitas nas minhas mãos, quem primeiro sair da porta da minha casa para me encontrar, quando eu retornar vitorioso, será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto.” A vitória veio, mas o resultado do voto foi trágico. Classifico esse voto como desastroso por vários fatores, sendo o principal o fato de que Deus nunca pediu sacrifícios humanos. Apenas as nações pagãs praticavam esse tipo de ato, completamente contrário à vontade do Senhor. A Bíblia é clara ao tratar da seriedade dos votos. Em Eclesiastes 5:5 está escrito: “Melhor é que não votes do que votares e não cumprires.” Diante disso, surge uma pergunta importante: será que Jefté não poderia ter evitado a tragédia que se seguiu ao seu voto precipitado? A própria Escritura dá uma resposta clara. Em Números 30:5 lemos: “Porém, se seu pai, no dia em que ouvir, lhe desaprovar, nenhum dos seus votos ou promessas com que obrigou a sua alma subsistirá; e o Senhor a perdoará, porque seu pai lhe desaprovou.” Ou seja, a autoridade paterna poderia anular votos feitos de forma impulsiva. Mais ainda, Levítico 27:2–8 apresenta uma solução ainda mais objetiva: o resgate da pessoa dedicada por voto. O texto orienta que, quando alguém fizesse um voto especial, a pessoa dedicada poderia ser resgatada mediante uma oferta proporcional, ajustada à sua condição financeira, conforme avaliação do sacerdote. Isso significa que Jefté poderia, sim, ter resgatado sua filha. Havia provisão legal e espiritual para isso na Lei. Essa história nos leva à reflexão: e você, que está lendo este texto, costuma fazer votos a Deus? Tem prazer em cumpri-los? É importante termos zelo, mas também sabedoria. Cuidado com a religiosidade sem conhecimento, com promessas movidas pela emoção ou baseadas na lógica humana, e não na obediência à Palavra de Deus. Concluo com uma citação do Comentário Moody, que resume bem a situação: “É difícil acreditar que Jefté sacrificou sua filha literalmente, mas mesmo que não o tenha feito, o voto foi trágico e evitável.” Cuidado com os votos!
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ELP
