top of page

ISAÍAS 1 A 66

(Informações selecionadas de muitos ilustres estudiosos bíblicos, aos quais agradeço, adaptadas e reorganizadas por mim)

CURIOSIDADES E OUTRAS INFORMAÇOES

 

CAPÍTULOS1 A 39

- As profecias de Isaías nem sempre são estabelecidas numa ordem cronológica. O seu chamamento, por exemplo, foi colocado no capítulo 6, depois de outras profecias.

I. O PROFETA ISAÍAS

1. Isaías foi um dos profetas do AT que profetizou em Judá entre 730 e 790 aC.

2. O nome Isaías significa “o Senhor é salvação”, do hebraico Yesha’yahu.

3. Isaías foi filho de Amóz, mas não do profeta de mesmo nome. Na verdade, o nome de seu pai em hebraico é ‘amots, e o do profeta Amós é ‘amos’.

4. Por treze vezes, o profeta Isaías é designado como “o filho de Amoz”, o que talvez possa indicar que seu pai era um homem importante naquela época.

5. Isaías era casado, e sua esposa é chamada de “a profetiza (Is 8.3), talvez indicando que ela também profetizava.

6. Isaías era pai de, pelo menos, dois filhos cujos nomes eram: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz (Isaías 7.3; 8.1-4). Esses nomes tinham um significado que se referia a própria mensagem do profeta.

a) O primeiro, Sear Jasube, significa (Um remanescente voltará), apontando para a volta de alguns do cativeiro depois do juízo divino com o ataque assírio.

b) Já o segundo, Maer-Salal-Hás-Baz, (o maior nome do AT) significa algo como “rápido até os despojos” ou “veloz é a presa”, fazendo referência a devastação que Deus traria sobre a Síria, Israel e Judá.

7. Tudo indica que Isaías morava na cidade de Jerusalém e a tradição judaica afirma que Isaías era de linhagem real, primo do rei Uzias.

II. O LIVRO

8. Isaías escreveu o livro profético mais extenso da Bíblia: 66 capítulos.

9. O Livro do profeta

Isaías é organizado, coincidentemente, como a Bíblia protestante. Assim como a Bíblia tem 66 livros, o Livro de Isaias tem 66 capítulos.

Outras semelhanças:

a) Está dividido em duas partes: dos capítulos de 1 a 39 e dos capítulos 40 a 66 (27). A Bíblia toda também se divide em duas partes: AT, 39 livros e NT, 27.

b) Os capítulos de 1 a 39 de Isaías se dirigem e narram acontecimentos e mensagens da Lei e de juízo aos de Israel e Judá. Os 39 primeiros livros da Bíblia, de Gênesis a Malaquias, formam o AT e se destinam prioritariamente aos judeus e também enfatizam a obediência à Lei e o juízo divino.

c) Os capítulos de Isaías, de 40 a 66, somam 27. Os livros do NT são 27. Os últimos 27 capítulos de Isaías falam de consolo, restauração e promessa da vinda do Messias. Os livros do NT falam de graça e salvação para todas as nações (incluindo os gentios), e anunciam a volta do Messias.

d) Tanto a Bíblia, como um todo, e o livro de Isaías, em particular, terminam anunciando um “novo céu e nova terra” (Is 66.22 e Ap 21.1)

III. O MINISTÉRIO PROFÉTICO

10. Isaías foi chamado por meio de uma visão do trono de Deus e dos anjos que ele teve no Templo, em aproximadamente 739 aC., no ano em que morreu o rei Uzias (Is 6.1).

11. Não é possível saber com exatidão quanto tempo durou seu ministério profético, provavelmente quase 60 anos.

12. O relato de sua convocação para profetizar é um dos mais extraordinários registrados no AT, quando, depois de ter seus lábios purificados, escutou a voz do Senhor que dizia: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”. O Profeta então respondeu:

“Eis me aqui, envia-me a mim” (Is 6.8).

13. No primeiro capítulo de seu livro, temos a informação de que Isaías teve visões da parte de Deus e atuou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias.

14. O profeta Isaías foi contemporâneo do profeta Miqueias (Is 1.1 e Mq 1.1).

15. É’ bem possível que ambos estivessem familiarizados com a mensagem um do outro, já que o texto de Is 2.2-4 e Mq 4.1-3 são muito semelhantes.

16. Amós e Oséias, contemporâneos de Isaías, profetizaram, principalmente, sobre o Reino do Norte (Israel). Já Isaías e Miquéias se concentraram mais no Reino do Sul (Judá).

17. Com base em seus escritos, é possível perceber que o profeta Isaías foi um homem culto e muito capacitado. Ele tinha uma habilidade analítica notável e um senso poético apurado. Ele é considerado por muitos como o maior escritor hebreu, o príncipe dos profetas.

IV. CURIOSIDADES E OUTRAS INFORMAÇOES 

ISAIAS 40 a 66

1. A segunda parte do Livro de Isaias se inicia no capítulo 40. Ali a profecia se direciona ao povo de Deus no início do fim do cativeiro e enfatiza o renovar da esperança com o convite divido aos líderes à consolação de Israel e anuncia “a voz que clama no deserto” uma referência a João o Batista do NT.

2. Os capítulos 40 até 66 enfocam a salvação para o povo de Deus depois que ele havia sido punido por seu pecado:

Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados (Is 40.1-2).

3. O Segundo Isaías. Os capítulos 40 a 55 foram escritos, segun-do alguns estudio-sos, por um profeta anônimo, comumente chamado Segundo Isaías ou Dêutero  (outro ou segundo) Isaías, que iniciou a pregação após 550 aC., no final da época do Exílio na Babilônia, quando ocorriam as primeiras vitórias de Ciro II, apresentando uma mensagem de esperança e consolação. Nos capítulos 55 a 66 ha a participação de outros profetas insprados, mas igualmente desocnhecidos.

4. O fim do exílio de 70 anos (587 aC a 538 aC), é visto como um novo êxodo e, como no primeiro, Deus será o condutor e a garantia dessa nova libertação.

5. O Servo sofredor. O povo de Deus convertido, mas oprimido, é denominado “Servo”, bem como o próprio Isaías. Mas, o NT, a partir de uma interpretação do judaísmo messiânico, atribui esse título a Jesus, o justo que sofreu e morreu para nos libertar.

6. Divisão. O Segundo Isaías (40 a 66), pode ser subdividido em duas partes:

a) 40-48 - Queda da Babilônia, libertação por Ciro II;

b) 49-55 - Restauração de Sião, insistência na possibilidade de salvação ára tpdas as nações.

c) 56 a 66: Apresentam uma coleção de profecias que procuram estimular a comunidade que veio do Exílio na Babilônia e se reuniu em Jerusalém com os que estavam dispersos. Condena os abusos que começam de novo a aparecer e mostra qual é o verdadeiro jejum (58,1-12) necessário para que haja novos céus e nova terra.

7. Ciro, o Imperador Persa. Ciro foi um instrumento de Deus para libertar Seu povo do cativeiro babilônico. Ciro foi obediente à voz do Deus de Israel no seu interior, até mais de que os próprios judeus, e realizou o Seu projeto, pois o Senhor achou nele um coração propício para executar Sua justiça. Deus chamou um gentio e o revestiu de autoridade para realizar essa missão, mas não interferiu em sua vida particular, por assim dizer, permitindo que ele exercesse seu livre-arbítrio e escolhesse seu próprio caminho espiritual. Em outras palavras, Ciro não se tornou um judeu, mas respeitou as outras religiões, como todos os governantes da sua dinastia, não tendo ele mesmo uma religião específica, segundo os historiadores.

8. O que aconteceu com o povo de Judá durante o exílio babilônico?

- Na Babilônia os judeus sentiram a opressão da idolatria daquela terra, e tentaram se adaptar a uma nova forma de vida e de compromisso com seu Deus. Eles tentaram reviver as tradições da sua terra natal da melhor forma possível.

a) O sacerdócio começou a ser reavivado de uma nova forma agora: os sacerdotes se dedicaram à escrita, interpretando os eventos históricos sob a ótica sacerdotal, preservando os rolos judaicos e acrescentando outros escritos (a literatura sacerdotal).

b) Os sacerdotes procuraram unir o povo em torno da palavra de Deus.

c) Os babilônicos permitiram que os exilados judeus formassem famílias, construíssem suas casas, cultivassem pomares (Jr 29: 5-7) e pudessem consultar os seu próprios chefes e anciãos (Ez 20: 1-44); dessa forma, eles aprenderam a viver em comunidade.

d) Além da agricultura, alguns judeus se dedicaram ao comércio, a fim de terem sua sobrevivência.

e) Sem o Templo, a organização da instituição da Sinagoga foi importante para encontros de oração, leitura e ensinamento da Torá (Pentateuco), cântico dos Salmos e comentários dos escritos dos profetas. Entre esse grupo de sacerdotes estava o profeta Ezequiel, que exerceu uma grande influência sobre os exilados

f) Depois de algum tempo, devido às condições de tolerância e até bem-estar em que os exilados passaram a viver, muitos se acostumaram naquela terra e não quiseram retornar a Jerusalém, mesmo com a permissão de Ciro.



bottom of page