Embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.

Hebreus 5.8

O autor de Hebreus ousa escrever algo que, para muitos, soa polêmico: “Jesus aprendeu a obediência pelo que sofreu.” Há um aspecto do sofrimento que ninguém deseja enfrentar, pois ele deixa marcas; porém, quando suportado com paciência e fé, ele também produz virtudes. Jó compreendeu isso profundamente. Quando Jesus se esvaziou, voluntariamente abriu mão dos atributos divinos incomunicáveis e assumiu nossa condição humana. Só esse ato já representa um sofrimento indescritível. Watchman Nee declara: “Cristo foi aperfeiçoado no caminho da obediência. Não porque fosse imperfeito, mas porque escolheu submeter-se quando o sofrimento veio.” Jesus experimentou cada dimensão da existência humana — corpo, alma, espírito e relacionamentos. Ele enfrentou dor física, angústia emocional, tentação espiritual, rejeição familiar, desprezo social, perseguição religiosa, falsos julgamentos, injustiça, abandono dos amigos, traição, humilhação pública e, finalmente, a morte de cruz. E tudo isso para nos salvar, compreender nossas dores e caminhar conosco em cada batalha da vida. Por isso Ele é o nosso Sumo Sacerdote por excelência: conhece nossas fraquezas por dentro, não por observação, mas por experiência. Como afirmou Charles Spurgeon: “Cristo não precisava ser purificado, mas precisava ser aperfeiçoado em sua obediência através do sofrimento, para ser o perfeito Salvador compassivo.” Para muitos, o sofrimento pode parecer punição divina ou ausência do favor de Deus; porém, não foi assim com o nosso Mestre. Sua verdadeira imersão na humanidade começou na encarnação e culminou na maldição da cruz. “Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hebreus 2:18). Obrigado, Senhor, porque a moeda da redenção tem dois lados inseparáveis: o sofrimento e a salvação. Amém.

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ELP