“Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo... encorajem-se uns aos outros todos os dias... para que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado.”

Hebreus 3.12-14

Se pararmos para refletir, inquirindo o texto, chegaremos a algumas conclusões inescapáveis. Como pode haver um irmão, um crente, que tenha um coração perverso e incrédulo? Como o autor de Hebreus pode se referir a alguém como “irmão”, sabendo que um coração assim o afastará do Deus vivo? As palavras lev e kardía, termos bíblicos para “coração” no Antigo e no Novo Testamento, revelam que, nas Escrituras, o coração não é apenas um símbolo emocional, mas o centro decisivo da existência humana diante de Deus. É nele que se trava a batalha entre a fé e a incredulidade, entre a obediência e a rebelião. Por isso, Deus não busca apenas atos exteriores, mas chama o ser humano a lhe entregar todo o coração. Em Provérbios 23:26 lemos: “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos.” Este versículo expressa o desejo de Deus por um relacionamento íntimo e voluntário com seus filhos. Ele não impõe, mas convida. Charles Spurgeon afirmou: “O maior inimigo da fé é um coração que ama o pecado mais do que a Deus.” Se Hebreus nos traz uma advertência preventiva, é porque há uma possibilidade real — devido ao engano do pecado — de alguém se afastar do Deus vivo. Como está o seu coração? Ele está sensível à vontade do Senhor? Martyn Lloyd-Jones declarou: “Nada é mais perigoso do que um coração que ouve a verdade de Deus repetidamente e continua indiferente.” Concluo deixando a Palavra com a última voz: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23). Amém.

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ELP