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HABACUQUE 1 A 3

(Informações selecionadas de muitos ilustres estudiosos bíblicos, aos quais agradeço, adaptadas e reorganizadas por mim)

CURIOSIDADES E OUTRAS INFORMAÇOES

 

1. AUTOR: Habacuque

a) Seu nome significa abraço, aquele que abraça.

b) Seu nome aparece duas vezes em toda a Bíblia, exclusivamente no seu livro (Hc 1.1; 3.1).

c) Não temos informações sobre sua cidade de origem, sua profissão e sua filiação.

d) A literatura rabínica apoiava a ideia que ele fosse de origem sacerdotal, talvez um Profeta Levita músico.

e) Considerando que o próprio texto bíblico o apresenta como profeta inferimos que ele fosse um profeta formado e reconhecido que estudou na escola de profetas existentes estabelecidas formalmente (Hc 1.1). O mesmo se aplica a Ageu 

Zacarias (Ag 1.1. Zc 1.1).

f) No capítulo 2, a expressão “pausa” aparece cinco vezes, dando a entender que se trata de um texto litúrgico para uso no Templo. O verso 19 do capítulo 3 (pós-escrito da oração de Habacuque) foi destinado ao cantor-mor (mestre de música) e certamente seria aplicado ao coro dos levitas, sendo também acompanhado com instrumentos de corda, que ele chama de “meus”.

2. DATA

a) A predição da invasão babilônica iminente (1.6) mostra que Habacuque morava em Judá, por volta do fim do reinado de Josias (640-609 Ac) ou no início do reinado de Joaquim (609-598 Ac).

b) Habacuque, assim como Jeremias, provavelmente viveu para ver o cumprimento inicial de sua profecia, quando Jerusalém foi tomada pelos babilônios em 597 Ac.

3. MENSAGEM

a) O profeta demonstra inconformidade com o pecado que crescia vertiginosamente entre seu povo. A violência, os atos de crueldade e a injustiça permeavam a vida pública e privada de Judá (Hc 1.3). Para o profeta, aquela situação era insuportável. Como Deus poderia ver tudo aquilo e não fazer nada? (Hc .2). Todo aquele antro de perversidade aumentava a demanda das contendas e litígios e a Lei estava sendo manuseada de forma escusa e o juízo estava sendo pervertido (Hc 1.4).

b) O Livro contém diálogos entre o profeta e Deus, como o Livro de Jonas, com registro de questionamento do Profeta e respostas de Deus.

c) Nos dois primeiros capítulos, Habacuque discute com Deus a respeito de Seus caminhos, que lhe parecem incompreensíveis, senão, até mesmo injustos, sobre a maneira como Deus iria punir Israel usando um povo pagão e ímpio.

d) Tendo recebido respostas, corresponde com uma bela confissão de fé (cp 3)

e) O debate entre Habacuque e Deus representava a voz dos piedosos de Judá, que se esforçavam para compreender os caminhos de Deus.

f) Habacuque sentia-se perplexo por que a iniquidade, as contendas e a opressão grassavam em Judá, ao passo que, segundo parecia, Deus nada fazia a respeito. Quando Deus lhe informou que agiria por meio dos babilônios cruéis (1.6), o profeta ficou ainda mais perplexo: como poderia Deus, cujos “olhos são tão puros, que não suportam ver o mal” (1.13), designar essa nação “para executar juízo” (1.12) contra os judeus, “mais justos do que eles” (1.13)?

g) Deus deixa claro, no entanto, que no fim o destruidor corrupto também será destruído. No fim, Habacuque aprende a confiar na providência divina e aguardar em espírito de adoração a intervenção divina, do jeito que Deus entende ser melhor.

4. VERSOS MARCANTES

a) 2.2: Então o Senhor respondeu: “Escreva claramente a visão em tabuinhas, para que se leia facilmente.

Na Versão ARF o verso é transcrito assim:

‘Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo’.

- Seria, portanto, a invenção do Outdoor.

b) 2.4: Escreva: “O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade [fé].

B1. A declaração de Habacuque tornou-se a pedra fundamental da doutrina da justificação pela fé na teologia paulina e, no fim da Idade Média, com Lutero, representou a confissão essencial da Reforma Protestante.

B2. Textos do NT que repetem a expressão originada em Hc 2.4:

- Rm 1.17: Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé

- Gl 3.11: É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois “o justo viverá pela fé”.

- Heb 10.38: Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele”.

c) 2.14: E a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem o mar.

d) 2.20: Mas o Senhor está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra”.

e) 3.2:  Senhor, ouvi falar da tua fama; temo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia.

f) 3.17-19b: Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.O Senhor Soberano é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; ele me habilita a andar em lugares altos

5. ESBOÇO

a) Título (1.1)

b) Primeira queixa de Habacuque: Por que a iniquidade em Judá fica impune? (1.2-4)

c) Reposta Deus: Os babilônios castigarão Judá (1.5-11)

d) Segunda queixa: Como um Deus justo usa a Babilônia, ímpia, para castigar uma nação mais justa que ela? (1.12-2.1)

e) Resposta de Deus: A Babilônia será castigada, e a fé será recompensada (2.2-20)

f) Oração de Habacuque: Depois de pedir manifestação da ira e da misericórdia de Deus (como vira no passado), termina com uma confissão de confiança e de alegria em Deus (capítulo 3).


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