
TAL PAI, TAL FILHO
Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim caminhavam ambos juntos.
Gênesis 22.6
Segundo alguns comentaristas, Isaque tinha cerca de quinze anos quando Abraão foi provado por Deus. Já era suficientemente crescido para compreender o que estava acontecendo e para carregar a lenha do sacrifício que seu pai iria oferecer. Isaque não é descrito como o homem de visões sobrenaturais, nem de encontros marcantes como os de Jacó — que viu anjos subindo e descendo ou lutou com um anjo durante a noite. No entanto, sua vida é marcada por uma das expressões mais comoventes de Gênesis 22:6: “Assim caminhavam ambos juntos.” Caminhar ao lado do pai da fé — sendo o filho único e amado — é algo grandioso, mas também perigoso. Muitos filhos, ao contrário de Isaque, não seguiram os passos do pai. Basta lembrar dos filhos do profeta Samuel, que se desviaram do caminho justo. Minha leitura é que Isaque se tornou um homem metódico e constante, porque cultivou, ao longo de sua vida, os mesmos valores que seu pai lhe transmitiu. Dois exemplos claros disso são: reabrir os poços que seu pai havia cavado, valorizando o trabalho do pai (Gênesis 26:18) e preservar a linhagem da fé, erguendo altares como seu pai (Gênesis 26:25). Martinho Lutero afirmou: “Foi um milagre duplo: a fé de Abraão e a submissão de Isaque. Ambos agem como se a vida do menino já estivesse entregue a Deus.” E quanto à sua fé? Você tem buscado crescer nela a cada dia? A fé que conduz à submissão é uma dádiva divina, reservada aos que Deus escolheu para andar com Ele. Charles Spurgeon também observa: “É digno de nota que Isaque não fez nenhuma resistência. Ele se deixou amarrar e colocou-se sobre o altar. Era jovem, forte, e seu pai idoso. Sua fé é como a do Salvador — entregue, sem protesto.” Lembre-se: “ambos caminhavam juntos” — tal pai, tal filho. Amém.
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ELP
