
AUTOEXAME REALISTA
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Filipenses 3.13-14
Que a verdade seja dita desde o início: somos naturalmente inclinados a nos avaliar melhor do que realmente somos. Isso não ocorre, necessariamente, por falta de modéstia, mas porque, diante das pessoas, aflora em nós o desejo de parecermos superiores ao que de fato somos. No texto base, o apóstolo Paulo se expõe com sinceridade e realiza um autoexame diante de seus irmãos na fé, revelando o íntimo do seu coração. Duas coisas se destacam em sua declaração. A primeira é o reconhecimento de que ainda não havia alcançado a perfeição final — a plenitude da ressurreição e a total conformidade à imagem de Cristo. A segunda é sua impressionante capacidade de deixar para trás tudo o que não o ajudava, mas o impedia de alcançar o propósito que o Senhor havia traçado para ele. Paulo, de fato, tinha muito a abandonar: seu passado de perseguições, o aprisionamento de cristãos e sua participação na morte de Estêvão eram como âncoras cravadas no solo do orgulho legalista — fortalezas espirituais que só poderiam ser derrubadas pela graça de Deus. Além disso, havia os vínculos com o judaísmo, o prestígio de sua posição religiosa e seu status como “fariseu dos fariseus” — tudo isso precisava ser deixado para trás. E você? Como tem lidado com seu passado? Ao celebrarmos a Ceia do Senhor, o texto nos exorta: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” Você tem se examinado? Seu autoexame é realista? John Stott declara: “Aceitar a Cristo significa crucificar o passado, entregar-se no presente e caminhar para o futuro com os olhos fixos na cruz.” E eu, de mim mesmo, declaro: pela graça de Deus, sou o que sou. Amém.
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ELP
