
Introdução
- Acertar na maneira de educar e cuidar dos filhos é um grande desafio cada vez maior e mais difícil.
- Pais bem-intencionados, pensando ajudar seus filhos, podem, na verdade, estar comprometendo o futuro deles.
- Devemos seguir bons exemplos e aprender com os equívocos já cometidos por outros.
1. PATERNALISMO
- É o nome pejorativo que se dá às ações, tomadas por uma pessoa numa posição hierárquica superior, que limitam a autonomia e/ou a liberdade de outra pessoa ou grupo, crendo estar agindo em benefício da própria pessoa ou grupo.
- É a atitude que alguns pais adotam com seus filhos de, mais do que aconselhar, excessivamente programar e direcionar a vida deles segundo a sua vontade, por acharem que seus filhos nunca seriam capazes de fazê-lo por si e sem eles.
- O comportamento paternalista se justifica quando se trata de recém-nascidos ou crianças bem pequenas, que ainda não têm noção dos danos que algumas de suas ações podem provocar a si e aos outros ou quando se trata de pessoa incapaz e dependente.
- Gradativamente, e o quanto antes, na medida que percebem o potencial de seus filhos, os pais devem estimular sabiamente a independência deles. Devem dar-lhes mais liberdade para tomarem suas próprias decisões e buscarem a solução de seus problemas e desafios, confiando nos ensinos recebidos.
- Quando os pais retardam muito esse processo ou ele não acontece, por diversas razões, acabam por formar filhos sem determinação e autonomia próprias e sempre dependentes de alguém que tome as decisões por eles e conduza as suas vidas. Exemplo: Davi foi um bom filho, um bom instrumentista, bom guerreiro e excelente rei de Israel, mas como pai foi fraco com seus filhos. Provavelmente porque estava sempre ocupado em batalhas e compromissos da monarquia (1Re 1.6).
- Davi nada deixava faltar para seus filhos, talvez para compensar a falta de sua presença paternal e a correção quando necessário (2Sm 18.5).
Filhos afetados: Amnom estuprou a própria irmã Diná (2Sm 13). Absalão matou o seu irmão Amnom (2Sm 13.23) e depois disso se rebelou contra seu pai Davi (2Sm 17.27 e 18.18). Adonias tentou usurpar o trono (1Re 1.5).
2. PROTECIONISMO
- Em economia é o nome que se dá a medidas que visam a proteger as empresas e os trabalhadores de dentro de um país (os nacionais) da competição internacional, restringindo ou regulando o comércio com nações estrangeiras.
- O protecionismo exagerado e de longo prazo mostrou-se danoso para as nações que o adotaram, impedindo seu desenvolvimento e modernização.
- A superproteção impede que os filhos se preparem para enfrentar as lutas comuns da vida, tornando-os imaturos e inseguros.
- Estarão mais preparados para a vida e menos dolorosa ela lhes será, quando mais cedo possível, lidarem sozinhos com os desafios do viver.
- Pais não protecionistas não poupam seus filhos de sofrerem as consequências de seus erros.
- Exemplo: Moisés não havia circuncidado seu filho que teve em Midiã, com Zípora, filha de Jetro. Talvez Moisés, como muitos pais, ficasse condoído do filho, por causa das dores da circuncisão. Era descendente sem a marca da Aliança de Deus e com a reprovação divina (Gn 17.9-14 e Êx 4.24-26). Zípora circuncidou o menino (Êx 4.25,26). A família de Moisés estava ausente em parte da travessia pelo deserto (Êx 18.1-6); provavelmente Moisés procurava proteger seus filhos das dificuldades que enfrentariam. Jetro os levou para junto do povo.
3. PERMISSIVIMO
- É o nome dado à atitude de quem aceita, permite ou tolera o que, normalmente, outras pessoas não tolerariam, por se tratar de um comportamento social e moralmente inadmissível.
- Muitos pais adotam uma postura condescendente com os filhos e vão tolerando comportamentos inadequados, até a situação ficar fora do controle, trazendo-lhes muitas amarguras. Por não imporem limites e serem indulgentes com os pequenos erros, muitos pais acabam chorando por seus filhos envolvidos nos grandes erros e sofrimentos.
Exemplo: Eli: Indulgente com os pecados de seus filhos Hofni e Finéias (1Sm 1.3). Repreendeu seus filhos uma vez (1Sm 2.23), mas não usou de determinação e severidade necessárias.
4. PARCIALISMO
- Designa os equívocos de agir com parcialidade e demonstrar preferência por um dos filhos. É a atitude de quem toma partido, a favor ou contra alguém, motivado por sua preferência, sem levar em conta o que é justo ou verdadeiro, bem como a atitude de escolher, por razões emocionais, alguém como preferido e o tratar de forma privilegiada em relação a outros na mesma posição.
Ex. Abraão foi parcial com relação ao problema de Agar e seu filho Ismael (Gn 21.14). - Jacó manifestou clara e trágica preferência por José diante dos outros filhos (Gn 37.3). Isaque, por Esaú; e Rebeca, por Jacó.
- Toda demonstração de parcialidade e preferência nas famílias costuma acabar mal e gerar muitos ressentimentos.
- Ilustr. Mulheres da família: “Preferida”, “Predileta”, “Favorita”.
Conclusão
Pais cristãos não agem com paternalismo, protecionismo, permissivismo e parcialismo. A melhor forma de educar os filhos é criá-los sob disciplina, com todo o respeito (dignidade) (1Tm 3.4).