
Introdução
1. TOLERÂNCIA
- Capacidade de respeitar e conviver com a diferença e com o diferente.
- “Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar [...] Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos” (Cl 3.8,11).
- Tolerância é prova de civilização.
- Não é passaporte para a libertinagem.
- Muita gente clama por tolerância, mas na verdade quer tratamento privilegiado e liberdade para fazer o que quer, onde quer, como quer e não ser recriminada.
- Tolerância precisa ser uma via de mão dupla. Tem gente que quer tolerância, mas não é tolerante e não respeita os que pensam e agem diferente dela.
- Devemos suportar com paciência as fraquezas e defeitos dos outros, porque eles também deverão suportar os nossos.
- Tolerância não é: a) concordar e aceitar tudo com que não concordamos; b) ser indiferente ou insensível aos erros; c) ser omisso por covardia.
- A tolerância tem limites: a) o prejuízo ao próximo e b) o pecado.
- Tolerância se tem para com a pessoa e seu jeito diferente de ser, mas não com o erro dela que afeta a família.
- Podemos contestar os erros, mas nunca desprezar as pessoas.
- Há situações intoleráveis (Hc 1.3): injustiça, promiscuidade, falta de ética e regra, violência aos mais fracos etc.
- Em casa não podemos tolerar: mentira, roubo, impureza, infidelidade, sabotagem, violência física ou verbal e libertinagem.
- Jesus amava as pessoas, mas: “Vai e não peques mais”.
- Na igreja, há pessoas que não toleram aqueles que têm interpretações diferentes da sua, em relação a partes da Bíblia ou porque têm gostos litúrgicos diferentes.
2. GRAÇA
- Capacidade de fazer ou dar algo bom ao outro, mesmo que ele não mereça.
- “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3.13).
- “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas” (1Pe 4.10).
3. MISERICÓRDIA
- Capacidade de não fazer ou dar ao outro algo ruim, mesmo que ele mereça.
- “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência” (Cl 3.12).
- Deus é misericordioso (Ne 9.31; Lm 3.22,23).
- É tudo o que não recebemos, mesmo merecendo.
- Misericórdia (Latim): Miseris (miséria) + cardis (coração)
- É lançar (colocar) o coração na miséria do outro (Ef 2.4,5).
- Misericórdia gera misericórdia (Mt 5.7).
4. SUBLIMAÇÃO
- Capacidade de renunciar a direitos e aparentes vitórias em nome de um ideal mais sublime.
- “Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Cl 3.14).
- Química/Física: É a mudança do estado: sólido para o estado gasoso, sem passar pelo estado líquido.
Ex: naftalina, cânfora e gelo seco.
- Psicologia: é um dos mecanismos de proteção ou defesa psicológica.
- Os mecanismos de defesa existem para garantir a nossa proteção emocional e da integridade do nosso ser, face às angústias que nos confrontam.
- Vida cristã: Sublimação é a capacidade de renunciar a um direito ou a uma vontade da carne em nome de uma causa sublime.
- Não é reprimir, para ficar sofrendo depois. É renunciar em paz.
- Para a vida cristã, não é um mecanismo de defesa, mas de grandeza.
- Renunciar a uma vitória pessoal, ou direito, ou algum privilégio em nome de uma causa nobre: por Jesus, pelo Evangelho, pela paz, família, casamento, filhos etc.
- Pelo amor (vínculo da perfeição)
- Paulo: 2Co 12.10; Rm 12.21.
- Sublimar é vencer a tendência da carne de se inclinar para o mal.
- É transformar a baixeza das paixões da carne em matéria-prima de coisas sublimes, nobres e grandiosas.
- É transformar sentimentos inferiores ou instintos básicos em sentimentos ou instintos superiores ou sublimes.