1. Conhecendo e sendo conhecidos por Jesus
- “Andando à beira do mar (lago) da Galileia, Jesus viu Simão e seu irmão André lançando (pescando) redes ao mar (lago), pois eram pescadores” (Mc 1.16).- Será que Jesus passou e os chamou do nada, como dá a entender o relato do evangelista? Eles aceitaram mudar suas vidas e seguir a um estranho? Não.
- Jesus os conhecia e eles o conheciam antes da chamada. Já eram discípulos. Tornaram-se apóstolos iniciantes.
- Já tinham ouvido seus ensinos e tiveram um encontro com Jesus.
- André e Pedro
“No dia seguinte João estava ali novamente com dois dos seus discípulos. Quando viu Jesus passando, disse: Vejam! É o Cordeiro de Deus! Ouvindo-o dizer isso, os dois discípulos seguiram a Jesus. Voltando-se e vendo Jesus que os dois o seguiam, perguntou-lhes: O que vocês querem? Eles disseram: Rabi, (que significa Mestre), onde estás hospedado? Respondeu ele: Venham e verão. Então foram, por volta das quatro horas da tarde, viram onde ele estava hospedado e passaram com ele aquele dia. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido o que João dissera e que haviam seguido a Jesus. O primeiro que ele encontrou foi Simão, seu irmão, e lhe disse: Achamos o Messias (isto é, o Cristo). E o levou a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: Você é Simão, filho de João. Será chamado Cefas (que significa Pedro)” (Jo 1.35-42).
- André e Pedro tiveram uma longa reunião com Jesus.
- Conversaram e foram desafiados a ser seus seguidores, mas não houve uma entrega ao discipulado imediatamente.
- Voltaram para a Galileia. Lá, novamente Jesus os encontrou. Seus corações estavam mexidos.
- Multidões já seguiam a Jesus por causa dos seus ensinos.
- Em Cafarnaum, as multidões o comprimiam. Pediu a Pedro o barco, afastou-se um pouco e ensinou as multidões.
- Depois promoveu a pesca maravilhosa; então os chamou para o apostolado, um ministério de maior dedicação.
“Quando Simão Pedro viu isso (pesca milagrosa), prostrou-se aos pés de Jesus e disse: Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador! Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito, como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Então Jesus disse a Simão: Não tenha medo; de agora em diante você será pescador de homens. Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram” (Lc 5.8-11).
- Por que André, Pedro, João e Tiago?
- Porque Jesus os selecionou por observá-los. Foram alvo de intensa observação de Jesus e de sua onisciência (v.16: viu; v. 19: viu).
- O que Jesus viu nesses homens
a) O que Jesus viu, que não é importante
- Neles, não viu cultura, nem erudição.
- Pela aparência, não eram modelos convencionais.
- Eram pescadores rudes, mãos calejadas, não falavam adequadamente sua própria língua, nem frequentaram escolas rabínicas.
b) O que Jesus viu, que era importante
- Gente trabalhadora, esforçada.
- Gente ocupada, responsável e comprometida com seu trabalho.
- Gente ensinável.
- Gente não religiosa formal, mas que esperava o reino de Deus.
- André para Pedro: “Achamos o Messias”: “Achamos o que esperávamos, aquele que vai implantar o reino de Deus”.
- Ambicionavam mais do que a vida que tinham, algo grandioso e que desse maior significado às suas vidas, e justificasse lançarem suas vidas em mares mais extensos, mais profundos, mais frutíferos.
- Jesus notou que eram homens que se sentiam estranhos no mundo em que estavam, na esperança de algo novo para suas vidas.
- Caio Fábio: “Homens desinstalados e capazes de se movimentarem na dinâmica de Jesus”.
- Discípulos de Jesus não têm as coisas, têm Jesus. Estão prontos a se instalarem onde Jesus os mandar.
- Onde Deus colocar o seu servo lá será seu lar, sua casa, sua vida, pois sabe como é maravilhoso fazer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
- Jesus enxergou joias por dentro daquelas pedras brutas.
- Se não tivessem aceitado o desafio, suas vidas não teriam a relevância que tiveram e têm até hoje.
2. Seguindo a Jesus para ser moldado à sua imagem.
- “E disse Jesus: Sigam-me (vinde após mim), e eu os farei pescadores de homens (Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente)” (Mc 1.17).- Mais do que seguir seus preceitos e ensinos, o chamado significava ser como ele, aprender convivendo com Ele, absorvendo seu caráter, seu temperamento, sua bondade e humildade, sua mente, seu perfume (cheiro), suas marcas, sua santidade.
- “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.14-16).
- O Bom Pastor vai na frente, nós, suas ovelhas, o seguimos.
- Ele passou antes por todos os desafios e lutas que passamos e passaremos. Ele venceu, nós venceremos.
- Ele é a nossa inspiração, a nossa meta, a quem devemos imitar.
Ilustr. Paulo: “sede meus imitadores, como sou de Cristo” (1Co 11.1). Imitar Paulo ou Jesus?
- Posso dizer a alguém que pode imitar minha fé e o meu testemunho?
- “Eu os farei” – Ele mesmo fará, se deixarmos e nos submetermos. Artesanalmente.
- “Farei” - Implica num processo gradativo e cotidiano.
- Vou fazer de vocês ‘pescadores de homens (de gente)’.
- Muitos são seguidores, mas não são pescadores, que vão buscar o peixe onde ele está, que traçam estratégicas adequadas, que lançam a rede ou a vara de pescar (anzol) e têm paciência para esperar.
- Jesus buscava os peixes (vidas) onde estavam e era acusado de ser amigo de publicanos e pecadores.
- Onde estão nossos amigos não crentes? Temos quase nenhum.
- Nossa igreja cresce mais com peixes de aquário. Gente insatisfeita com seus aquários encontra acolhimento e alimento em nosso aquário.
- Não pescamos lá nos aquários, mas criamos estratégias para atrair os peixes e só peixes de outros aquários estão chegando ou voltando.
- Não estamos pescando, muitos menos no alto mar, no mundão, pois nos parece perigoso (temor e insegurança) e trabalhoso.
3. Estando dispostos a deixar tudo que atrapalha o seguir a Jesus
“No mesmo instante eles (Pedro e André) deixaram as suas redes e o seguiram. Indo um pouco mais adiante, viu num barco Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, preparando (consertando) as suas redes.
Logo os chamou, e eles (Tiago e João) o seguiram, deixando Zebedeu, seu pai, com os empregados no barco” (Mc 1.18-20).
- Deixaram:
a) bens (barco, rede, sustento)
b) apegos (vida previsível, hábitos, vícios) e
c) status (liderança, empregados)
- Algumas dessas coisas você precisa deixar, outras precisa colocar em segundo plano.
- Deixaram o controle e o planejamento de suas vidas para se submeterem ao senhorio de Cristo.
- O que precisamos deixar para que Jesus seja Senhor, de fato, de nossa vida?
- Vida irregular, vícios, prazeres ilícitos, excesso de envolvimento com o trabalho e os interesses seculares, egoísmo, vaidades, orgulho, tradições, comodismo, descompromisso, algumas rodas de escarnecedores etc.
- Alguns terão um chamado em que o deixar será mais amplo, profundo, doloroso e para muitos, ‘loucura’.
- Para estes, é preciso que haja um chamamento claro de Deus e não um auto chamamento.
- Fomos pescados e agora pescamos.
- IKTUS – Peixe em Grego.
Iésus = Jesus
Kristós = Cristo
Téo = Deus
Úios = Filho
Sóter = Salvador
“Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”