
Introdução
- Datação: 29 d.C. – João iniciou seu ministério seis meses antes de Jesus. Jesus: ano 30 d.C. – Ambos com 30 anos.
- Era preciso que as pessoas confessassem seus pecados, declarassem arrependimento para serem batizadas.
- Lucas especifica o ano e as principais autoridades à época:
- Tibério César,14 d.C., imperador que sucedeu a César Augusto (padrasto de Tibério).
- Herodes, o grande, dividiu seu reinado em quatro tetrarquias: Felipe, Arquelau, Antipas e Lisânias.
- Arquelau foi substituído por Pôncio Pilatos.
- Dois sumo-sacerdotes: Anás (sogro, de fato); Caifáz (genro, de direito). Ambos maus, corruptos, fizeram do sacerdócio uma plataforma para enriquecer.
- Depois de 400 anos (Período Interbíblico) em silêncio, “veio a palavra do Senhor”.
- “Foi nesse ano que veio a palavra do Senhor a João, filho de Zacarias, no deserto” (Lc 3.2ª).
- Jerusalém: cenário religioso montado (templo, sacrifício, sumo e sacerdotes, escribas, fariseus, rituais, aparato religioso), mas não havia a Palavra do Senhor.
- A Palavra não veio aos líderes políticos ou religiosos oficiais, mas a João e no deserto.
- Deus sabe quem vai ser fiel à sua Palavra.
- Começa algo por alguém inimaginável, incomum: O local (no deserto) e a pessoa (João, o Batista, de hábitos, vestimentas, cardápio e lugar estranhos). Arauto, adiante, anunciando que o rei está vindo.
- Recebeu a influência dos essênios: judeus ascetas, que viviam no deserto Qunram, próximo ao mar Morto, cansados da religião tradicional e com ela romperam. (Manuscritos) Depois, João Batista se distanciou deles pois proibiam contato com o mundo exterior.
- O objetivo de João era pregar para que as pessoas se preparassem para a vinda do Messias.
- “Ele percorreu toda a região próxima ao Jordão, pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (Lc 3.3).
- Sentia-se comissionado para ser o preparador do caminho do Messias.
“Como está escrito no livro das palavras de Isaías, o profeta: Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. Todo vale será aterrado e todas as montanhas e colinas, niveladas. As estradas tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplanados. E toda a humanidade verá a salvação de Deus” (Lc 3.4-6).
– Ilust. Abrir e consertar estradas para a chegada do Imperador.
- Nós precisamos preparar o caminho do Senhor para que ele (o Rei da glória) venha.
- Aplainar os montes da vaidade, arrogância, soberba, orgulho, os caminhos tortos. Endireitar caminhos escabrosos, fora do lugar. O que está fora do lugar na sua vida?
- Não produzimos ou geramos a mensagem, mas a comunicamos, com fidelidade.
- Ilustr.: Placa atrás do púlpito: “Se Deus não falou com você. Não fale a nós”.
- Mensagem central e motivo do batismo de João: “Deem frutos que mostrem o arrependimento (dignos de um coração arrependido)” (Lc 3.8).
- Que frutos de arrependimentos são estes?
1. HUMILDADE PARA RECONHECER ERROS E QUERER MUDAR
- Ouvir o que precisa e não o que quer ouvir.
- “João dizia às multidões que saíam para serem batizadas por ele: Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?” (Lc 3.7).
- Jogava pesado, mas parece se referir principalmente aos fariseus e escribas.
- Mateus explica para quem mais se dirigia sua palavra: “Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: Raça de víboras...” (Mt 3.7).
- A mensagem era para todos: multidões, escribas, fariseus, publicanos e soldados.
- A igreja de Deus e a sua palavra são para todos.
- Todos precisamos mudar, nos arrepender.
- Humildade para reconhecer que é pecador e carente da graça divina.
- Hoje, aliviamos: “meus amados”, “povo especial”, “príncipes do Senhor” etc. Não “raças de víboras”.
- Todos temos nossos venenos.
- Cuidado com o Evangelho ‘florzinha’, ‘melzinho’, politicamente correto.
- Lá estavam pessoas que não tinham vida religiosa autêntica.
- João Batista não tinha interesses pessoais, nem preocupação em agradar. Abriu o peito para mostrar o veneno das pessoas.
- Falou do julgamento, da ira vindoura.
- Mantenha a máscara da hipocrisia ou o manto da indiferença para ver o que vai dar. Sem humildade, sem quebrantamento, a Palavra do Senhor não entrará em nós.
2. ARREPENDIMENTO PERMANENTE
“Deem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: Abraão é nosso pai. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. O que devemos fazer então? perguntavam as multidões” (Lc 3.8-10).
- Partiu dos ouvintes o desejo de mudar.
2.1. Arrepender-se para valer
- É inútil arrepender-se sem mostrar frutos de uma vida arrependida.
- Que adianta nos arrepender se planejamos pecar de novo?
- Arrepender-se não é só deixar de fazer uma coisa e depois fazer outra, mas é deixar de fazer uma coisa e voltar-se para Deus, para fazer a Sua vontade.
- Arrependimento sem mudança e sem disposição para não mais errar é fajuto.
- Ilustr: Acordo de leniência das empresas pegas em corrupção. Em todos faltam: “nos arrependemos”.
- Justificativas, desculpas formais. “Desculpa qualquer coisa!”
- Todos precisamos de arrependimento autêntico.
- Não adianta abaixar a cabeça por fora e não por dentro.
- Ilust. Filho sendo repreendido de cabeça altiva. Pai manda que abaixe a cabeça: “eu abaixo a cabeça por fora e não por dentro”.
- Falso arrependimento é falsa conversão.
2.2. Ser mais do que um religioso, ser um arrependido
- João Batista avisou que os frutos do arrependimento eram necessários, não a afirmação de uma descendência, ligação com Abraão. A genealogia não muda a atitude de alguém diante de Deus.
- Uma forte advertência foi dirigida àqueles que se diziam filhos de Abraão. O fato de ser judeu não os pouparia da ira vindoura.
- “Meu pai, minha mãe, sou batista roxo, não adianta”.
- O que importa é ter a mesma fé que Abraão teve e não o seu sangue.
- Os prosélitos, não judeus, só eram batizados por não serem filhos de Abraão.
2.3. Viver em estado de arrependimento
- Existem dois estágios de arrependimento
a) Arrependimento para salvação
b) Permanente arrependimento
- “Arrependam-se porque o reino dos céus está próximo” (Mt 3.2).
- Batismo era a demonstração externa de um coração arrependido.
- Era preciso que confessassem seus pecados, declarassem arrependimento, para serem batizados.
- Lutero: a vida do cristão é uma vida de permanente arrependimento.
- “Já estava posto o machado à raiz”. Essa frase indica um julgamento infalível e veloz contra aqueles que não dão bom fruto, os quais serão lançados no fogo, símbolo de julgamento.