

Livro de ESTER
(Curiosidades e informações selecionadas de muitos ilustres estudiosos bíblicos, aos quais agradeço, adaptadas e reorganizadas por mim)
CURIOSIDADES E INFORMAÇÕES
Introdução
- O objetivo principal do livro de Ester é contar a origem da Festa de Purim e estabelecê-la como um memorial oficial do grande livramento que Deus concedeu ao povo judeu durante o período em que tiveram sob o domínio persa.
- O livro de Ester relata uma tentativa de extermínio de judeus durante o exílio. O cenário é o império persa sob o rei Xerxes I, também conhecido como Assuero (hebraico) e Khshayarsha (persa).
- A história narrada no livro se passa em Susã, uma das três capitais persas. Essa cidade também servia como a residência real de inverno.
- O Livro fornece o único retrato bíblico dos judeus que preferiram permanecem na Pérsia do que retornar à Judéia.
AUTORIA E DATA DA ESCRITA
1. O livro de Ester possui um estilo literário muito rico. Seu autor narrou os eventos de forma envolvente, com muitos detalhes, tensão, contrastes e reviravoltas surpreendentes, dentre elas, a maneira que descreveu os planos de Hamã e o que de fato lhe aconteceu (Ester 6-7).
2. O autor do livro é desconhecido. O que se sabe é que ele era um judeu que possuía um grande conhecimento dos costumes persas, da geografia do império e da corte.
3. É bem provável que ele tenha vivido em Susã. Possivelmente, ele também teve acesso aos escritos de Mardoqueu, às crônicas do governo persa e aos decretos reais.
4. Alguns sugerem Esdras ou Neemias como autor, mas o vocabulário e o estilo em Ester não combinam com nenhum desses dois livros. Outros sustentam que Mardoqueu escreveu a obra, mas o capítulo 10 sugere que sua carreira já havia terminado, a menos, que esse capítulo tenha sido adicionado mais tarde.
DATAS
5. A ausência da influência da linguística grega no texto, praticamente anula qualquer possibilidade de o Livro ter sido escrito após 331 a.C (lembrando que a contagem do tempo é regressiva), quando Alexandre o Grande tomou o Império Persa.
6. Os eventos em Ester acontecem em Susã, ao longo de uma década entre 483-473 a.C.
7. O rei persa mencionado no livro foi Xerxes I, também conhecido como Assuero, que reinou de 486-464 a.C.
8. O banquete de Xerxes ocorreu em seu 3º. ano (1.3; 484 a.C.) e o plano de Hamã contra os judeus começou em seu 12º ano (3.7; 473 a.C.)
9. O Livro de Ester, naturalmente, foi escrito antes do fechamento do Cânon do AT, com Malaquias, ao redor de 425 a.C. Ele se encaixa cronologicamente entre o sexto e o sétimo capítulos de Esdras.
10. Os eventos do Livro se encerram em 473 a.C. A data da escrita deve ser, portanto, entre o final do reinado de Xerxes (464 a.C.), e, o mais tardar em 435 a.C., quando o palácio de Susã foi destruído pelo fogo, um evento não mencionado em Ester.
11. Portanto, uma data entre 465 a.C. e o final do reinado de Artaxerxes I em 424 a.C. parece ser a mais provável para a escrita do Livro de Ester.
CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO, CULTURAL E GEOGRÁFICO
12. Festividades e banquetes
O livro começa com um grande banquete oferecido por Assuero, refletindo a cultura persa de ostentação e festividade (Ester 1.3-9). Banquetes são um tema recorrente no livro, servindo como cenários para eventos cruciais.
13. Costumes reais
Um deles é o rigoroso protocolo para se aproximar do rei (Ester 4.11), além das competições de beleza para escolher a rainha (Ester 2:2-4), e das cerimônias de honra e decretação de leis.
14. Cidade de Susã
A história se passa, principalmente, em Susã, uma das capitais do Império Persa (Ester 1.2). Susã era um centro administrativo e cultural, onde o palácio real estava localizado, simbolizando o poder e a riqueza do império.
15. Poder político Persa
- O Império Persa era governado por um monarca absoluto, que exercia poder supremo sobre vastas regiões e povos diversos.
- O Império Persa dominava 127 províncias, desde a Índia até a Etiópia (Ester 1.1,3; 10.1).
- Estima-se que naquela época o império possuía aproximadamente 100 milhões de habitantes. Destes, pelo menos 3 milhões eram judeus.
- Decisões políticas eram, muitas vezes influenciadas por conselheiros e intrigas, como o caso da intriga de Hamã, tinham impactos significativos em todo o império (Ester 3.8-11).
PERSONAGENS PRINCIPAIS
16. ESTER
- Ester (rTes]a) é um nome persa derivado da palavra persa para "estrela". O nome Ester foi adotado na Pérsia, possivelmente para ocultar sua identidade judaica
- Seu nome hebraico, Hadassah, significa "murta (árvore)" (hS;dæh} cf. 2.7). Esta bonita árvore e aromática, Deus usa como uma ilustração da beleza de Israel quando Ele a redime do exílio (Is 55.13).
- Ester era uma órfã dupla (de pai e mãe). Ela era prima de Mardoqueu, que a criou como sua filha. (Et.2.5-7). O nome do pai de Ester é Abigail e o nome da sua mãe não aparece no livro. (Et.2.15; 9.29).
17. VASTI
- Seu nome original é Ametris. Conhecida como Vasti (em hebraico: ‘beleza incomum’). Era neta de Nabucodonosor, rei de Babilônia, que destruiu o primeiro Templo de Jerusalém (de Davi) e levou exilado os judeus. Herdou de seu avô um profundo ódio pelos judeus e sua crueldade.
- Por não ter simpatia pelos judeus fez o que pôde para demonstrar isso.
- Vasti não quis servir de brinquedo para Assuero, seu marido, que, embriagado, queria alardear a beleza de sua esposa, por isso, n ão compareceu à presença do Rei quando foi solicitada, e foi banida.
18. XERXES I ou ASSUERO
- Assuero também é conhecido como Xerxes I. Sendo Assuero (seu nome hebraico), Khshayarshan, de origem persa e Xerxes é a transliteração do grego.
- Diz a tradição que o rei Assuero considerou mais de 1400 concorrentes, antes de escolher Ester.
- Ele reinou de 486-465 a.C. e o livro de Ester cobre o período 483-473 a.C.
- O rei Assuero, após despedir a rainha Vasti, ficou quatro anos sem esposa (Et 1.3; 2.16).
19. HAMÃ
- Hamã foi um alto oficial da corte do rei Assuero (Ester 3.1). Ele era filho de Hamedata, o agagita. A história de Hamã ficou marcada de forma muito negativa. Ele sempre é lembrado como um dos homens mais detestados da Bíblia.
- Hamã possivelmente é um nome persa, assim como o nome de seu pai, Hamedata. Mas sua identificação como um “agagita” sugere alguma conexão com Agague, rei dos amalequitas, que fez oposição ao rei Saul (1 Samuel 14.47-15.35). Esse povo era arqui-inimigo de Israel. Então talvez o livro de Ester mostre um descendente desse povo mais uma vez querendo destruir o povo de Deus numa época em que os amalequitas praticamente já tinham desaparecido.
- Hamã não era apenas um homem orgulhoso e soberbo; ele também era um homem perverso. Ofendido pela atitude de Mardoqueu, ele não queria se contentar em penalizar somente seu desafeto. Hamã queria mais! Ele queria destruir todo o povo judeu.
- Todo o ódio de Hamã pode ser visto no decreto que foi editado em nome do rei. Esse decreto foi enviado em cartas à cada província do império. Essas cartas diziam que todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia fossem destruídos, mortos, aniquilados e seus bens saqueados (Ester 3.13).
- Os sábios e a mulher de Hamã lhe disseram que os judeus eram invencíveis, e que ele não prevaleceria contra Mardoqueu (Et 6.13).
- Durante um jantar, Ester denunciou Hamã ao rei, e este foi condenado à morte, sob pena de ser enforcado na própria forca que ele mesmo havia preparado para Mardoqueu.
20. MARDOQUEU
- Também conhecido como Mardocai, foi um dos exilados judeus que viveram em Susã.
- Mardoqueu era primo que criou a jovem órfã Ester, que depois veio a se tornar a rainha da Pérsia.
- Existe mais um personagem bíblico com esse nome. O outro Mardoqueu foi um líder entre os hebreus exilados que retornou com Zorobabel para Jerusalém (Ed 2.2; 5.8; Nm 7.7).
- O fato de Mardoqueu viver em Susã, e a forma com que ele aparece próximo ao palácio nas narrativas bíblicas, sugerem que ele era, num primeiro momento, uma espécie de eunuco e depois tornou-se um oficial do governo persa.
- Mardoqueu criou e educou sua prima órfã Hadassa, que é Ester (Et 2.7-20). A exceção de Ester, não há qualquer referência sobre sua família, isto é, esposa e filhos.
- Mardoqueu ensinou Ester nos princípios dos mandamentos de Deus, e mesmo depois de Ester ter se tornado rainha, Mardoqueu ainda exercia alguma influência sobre ela.
- Enquanto Mardoqueu estava à porta do rei, ele descobriu uma conspiração para assassinar o rei Assuero. Rapidamente ele contou à Ester sobre o plano que havia descoberto, e ela informou o rei sobre o que estava acontecendo. Os dois homens que seriam responsáveis por matar o rei foram enforcados.
Ester 6.2: E foi lido o registro de que Mardoqueu tinha denunciado Bigtã e Teres, dois dos oficiais do rei que guardavam a entrada do Palácio e que haviam conspirado para assassinar o rei Xerxes.
- Hamã, em certo momento, foi promovido pelo rei. Após a promoção de Hamã, Mardoqueu não aceitou prestar reverência a ele, o que despertou a ira de Hamã, já que sua vaidade não poderia tolerar tal afronta.
- A Bíblia não esclarece o motivo que levou Mardoqueu a não reverenciar Hamã.
- Não foi porque tal ato representasse adoração. Era prática reverenciar reis e autoridade, sem que isso fosse considerada adoração, como a Deus (1Sm 24.8; 2Sm 18.28; cf. Gn 23.7; 33.3; 2Rs 2.15).
- A questão é complexa e há algumas hipóteses, mas o espaço e o objetivo deste trabalho não me permitem aprofundar esta questão.
- Hamã decidiu não se livrar apenas de Mardoqueu, mas de todo o povo judeu. Ele conseguiu persuadir o rei Assuero para que editasse um decreto autorizando o massacre de todos os judeus que viviam no império persa.
- Quando Mardoqueu soube do ocorrido, ele rasgou suas vestes e se vestiu de pano de saco e de cinzas, demonstrando publicamente seu lamento e a intensidade da dor que tal decreto havia ocasionado, e tal atitude se repetiu entre os judeus em todas as províncias onde a notícia sobre o decreto era anunciada.
- Mardoqueu fez com a rainha Ester ficasse sabendo do que estava ocorrendo, e insistiu para que ela intercedesse pelo povo judeu perante o rei.
- Quando Ester titubeava perante os riscos que ela correria, Mardoqueu chamou sua atenção para o possível propósito pela qual ela teria se tornado rainha, ou seja, poder livrar o povo judeu (Et 4.14).
- Os capítulos 6 e 7 do livro de Ester nos revelam uma surpreendente reviravolta na história e nos planos de Hamã. Numa noite, nitidamente por providência divina, Assuero não conseguiu dormir e pediu que lhes trouxessem o “Livro dos Feitos Memoráveis “, o mesmo livro onde foi registrado o ato heroico de Mardoqueu.
Ao ler sobre o feito de Mardoqueu, o rei perguntou aos seus servos que tipo de recompensa Mardoqueu havia recebido na ocasião. Seus servos lhes disseram que nada havia sido feito em favor de Mardoqueu. Justamente naquele momento Hamã estava no pátio do palácio, com a intenção de pedir ao rei para que Mardoqueu fosse enforcado. O rei então mandou chamar Hamã e lhe perguntou o que deveria ser feito ao homem que ele desejaria honrar. Sem saber a identidade do homem, Hamã, presumindo que se tratava dele próprio, aconselhou ao rei para que vestisse o homem com suas vestes reais, lhe colocasse montado sobre o seu cavalo, colocasse sobre ele a coroa real e convocasse os mais nobres príncipes do reino para que, diante de toda a cidade, fosse proclamado que aquele homem estava sendo honrado pelo próprio rei (Et 6.7-9). O rei aprovou a sugestão de Hamã, e lhe informou que tal homem era Mardoqueu e que ele seria o responsável a proclamar pela cidade que Mardoqueu era um homem honrado pelo rei.
- Depois disto, Mardoqueu voltou para a porta do rei, enquanto Hamã correu para sua casa e contou a sua mulher e amigos o que havia acontecido.
- Mardoqueu foi promovido a ocupar a posição anteriormente ocupada por Hamã. Além disso, o rei autorizou um decreto atestando que os judeus poderiam resistir aos seus inimigos, o que levou a completa destruição de todos aqueles que odiavam o povo hebreu.
- Mardoqueu foi levantado como a segunda autoridade depois do rei (Et 10.1-3).
- Mardoqueu, foi conselheiro do rei Xerxes I e, também, do rei persa Dario.
- Mardoqueu foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado de judeu (Et. 6.10; 10.3).
OUTRAS CCURIOSIDADES
21. No Livro de Ester o nome de Deus não é mencionado. Entretanto, a presença espiritual, proteção e direção Dele são mencionadas claramente, nos seguintes episódios:
a) O pedido de Ester para que os judeus fizessem um jejum e clamor em favor de sua missão de falar e estar na presença do Rei. Obviamente eles estariam jejuando e pedindo ajuda a Deus.
b) Mardoqueu expressa sua compreensão acerca da soberania de Deus quando enxerga a providência divina na posição de honra que foi dada a Ester: Mas quem sabe se não foi para uma conjuntura como esta que você foi elevada à condição de rainha? (Ester 4.14).
c) Até os sábios e a esposa de Hamã, lhe disseram: “Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele” (Ester 6.13).
d) A providência de Deus garantiu que os feitos de Mardoqueu constassem nos registros oficiais do palácio.
e) Deus orienta a escolha de Ester na corte do rei.
f) Deus está envolvido na insônia de Assuero e na cura que ele usa para isso.
g) Deus dá um grande favor a Ester aos olhos do rei.
h) Deus faz o Rei produzir um novo decreto mais favorável aos judeus.
i) Deus traz a vitória dos judeus.
22. A ‘forca’ de 75 pés de altura construída por Hamã é comparável a um edifício de 7 andares hoje.
23. Embora nossa tradução traga a expressão “pendurados numa forca, no original literalmente o que aparece é “pendurado num madeiro”. Tal expressão pode referir-se à execução por empalamento em estacas de madeira. Era comum que após uma execução desse tipo, o corpo ficasse pendurado para exibição pública.
24. Origem da Festa do Purin. A festa judaica foi iniciada para lembrar a libertação dos judeus da destruição planejada por Hamã.
25. O Decreto chamado ‘Pur’ que significa sorte (3.7-15) jamais foi revogado. A chamada “Palavra de Rei não volta atrás” ou, mais apropriado: “Lei dos medos e persas” (irrevogável). Assuero, por causa disso, emitiu um segundo decreto, dando aos judeus o direito de se defenderem por si mesmos (cap.8). Daí o ‘Purim’, a festa da libertação dos judeus registrada quase no fim do livro (9.23-26).
26. Esta festa de Purim também é citada no livro apócrifo e histórico de II Macabeus 15.36. Esta festa celebrada nos dias 13,14 de Adar (mês que corresponde no nosso calendário entre fevereiro e março).
27. O maior versículo da Bíblia se encontra no livro de Ester 8.9. Este versículo mais longo tem 94 palavras.
28. O livro de Ester começa e termina com uma festa. (Cap.1; cap.9.20-32).
29. O rei Xerxes realizou uma festa que durou 180 dias (Ester 1.4).
30. O palácio persa, nos dias da rainha Ester, tinha muitos sofás de ouro e prata (as camas daquela época) (Ester 1.4-8). Pessoas comuns tinham camas de madeira com redes de cordas como colchões; pessoas pobres dormiam no chão e se cobriam com suas roupas.
31. Ester fez o tratamento de beleza de um ano para ficar pronta para o rei. (Ester 2.12-13).
32. Os assassinatos políticos frequentes daquela época faziam com que a segurança ao redor do rei fosse muito rígida. Todos que se aproximassem do rei, sem serem convidados, inclusive a rainha, poderiam ser mortos.
33. Sair para o jardim do palácio para esfriar a cabeça foi provavelmente uma boa ideia para o furioso rei. Ester 7.7.
34. Os persas (atuais iraquianos) tinham um excelente sistema de correios (Ester 8.10). O império persa era organizado em satrapias (províncias), que eram interligadas por um serviço de correio eficiente, iniciado pelo rei Ciro em torno de 535 a.C.
35. É possível identificar algumas semelhanças entre a história contada no livro de Ester e a história de José registrada no livro de Gênesis (cf. Ester 2.2-4; 3.10; 8.6; Gênesis 41.34-42; 44.34). Mardoqueu e Ester foram levados, como exilados para um país diferente do seu e lá, foram honrados por Deus. tornando-se poderosos naquele país, depois de muitas provações.
36. Há, também, uma série de semelhanças e diferenças entre a história de Rute e a de Ester, as duas únicas mulheres que deram seus nomes a dois livros da Bíblia. Como destacado a seguir.
(Extraído parcialmente do site EBDInterativa. Autoria: Sílvio Costa)
37. SEMELHANÇAS ENTRE RUTE E ESTER:
a) Tanto Rute quanto Ester são protagonistas femininas em seus respectivos livros. Elas demonstram força, coragem e integridade em situações desafiadoras.
b) Ambas as mulheres são minorias em suas sociedades. Rute é uma moabita vivendo em Israel, enquanto Ester é uma judia no exílio persa.
c) Rute mostra lealdade a Noemi, sua sogra, dizendo: “Onde quer que fores, irei eu” (Rute 1.16). Ester mostra devoção ao seu povo, arriscando sua vida para interceder junto ao rei em favor dos judeus (Ester 4.16).
d) Em ambos os livros, a providência divina é um tema central. Deus atua nos bastidores para guiar os eventos de maneira que resulte na proteção e prosperidade de seu povo.
e) As histórias de Rute e Ester estão ligadas a importantes festividades judaicas. O livro de Rute é lido durante Shavuot (festa das semanas ou colheitas), e Ester durante Purim.
f) Ambas as narrativas giram em torno da resolução de crises graves: Rute e Noemi enfrentam a fome e a perda de família, enquanto Ester enfrenta a ameaça de genocídio dos judeus.
38. DIFERENÇAS ENTRE A CAMPONESA RUTE E A PALACIANA ESTER
a) Rute se passa em Belém, Judá, durante o período dos Juízes, uma época de instabilidade em Israel (Rute 1.1). Ester se passa no Império Persa, especificamente na cidade de Susã, durante o reinado de Assuero (Xerxes I) (Ester 1.2).
b) Rute é uma moabita que escolhe se juntar ao povo de Israel (Rute 1.4). Ester é uma judia que vive no exílio e oculta sua identidade por um tempo (Estr 2.10).
c) Rute age principalmente em um contexto rural e familiar, buscando sustentar a si mesma e a Noemi (Rute 2.2-3). Ester atua no contexto político, utilizando sua posição de rainha para influenciar o rei e salvar os judeus (Ester 5.1-3).
d) O livro de Rute enfatiza lealdade, redenção e a inclusão de estrangeiros no povo de Deus (Rute 4.13-17). O livro de Ester foca em coragem, identidade e a soberania de Deus sobre a história e as nações (Ester 4.13-14).
e) Em Rute, a redenção é literal e familiar, com Boaz atuando como redentor para Rute e Noemi (Rute 4.9-10). Em Ester, a salvação é nacional, com Ester e Mardoqueu salvando todo o povo judeu do extermínio (Ester 8.5-8).
f) O nome de Deus não é mencionado no livro de Ester, embora sua presença e providência sejam implícitas através dos eventos (Ester 4.14). Em Rute, Deus é mencionado diretamente, e sua providência é reconhecida explicitamente pelos personagens (Rute 1.20-21, 2.12).
38. VERSICULOS MARCANTES:
O chamado Extraordinário:
Então, Mardoqueu mandou que lhe respondessem: Não imagines que, por estares na casa do rei, serás a única de todos os judeus que escapará. (Ester 4.13)
A coragem de interceder:
Então, Ester caiu aos pés do rei e, chorando, lhe suplicou que revogasse o mandado de Hamã, que tramava a desgraça dos judeus. (Ester 8.3)
A Providência de Deus:
E Deus mudou o coração do rei para ternura, de modo que ele atendeu à súplica de Ester e de Mardoqueu. (Ester 8.5)
A vitória celebrada:
Então, os judeus deram e receberam dádivas, prepararam banquetes e se alegraram. (Ester 9.19)
O legado duradouro:
“E, daquela época em diante, os judeus têm guardado estas datas: Purim, assim como Mardoqueu escreveu.” (Ester 9.21)
39. RESUMO DO LIVRO
I. Ameaça: Deus colocou estrategicamente Mardoqueu e Ester para frustrar a conspiração de Hamã de exterminar os judeus para cumprir a Aliança Abraâmica (Ester 1 – 4).
1.1. Ester substituiu a deposta rainha Vasti como intervenção de Deus para salvar seu povo da aniquilação como nação (1.1 – 2.18).
1.2. A conspiração de Hamã para matar os judeus ocorreu logo depois que Mardoqueu frustrou uma conspiração para assassinar o rei, para mostrar Deus protegendo os judeus através de Ester, para defender a Aliança Abraâmica (2.19 – 4.17).
II. Triunfo:
- Deus reverteu o plano de massacre de Hamã, para Mardoqueu e Ester cumprirem a Aliança Abraâmica (Ester 5 – 10).
2.1. Mardoqueu triunfou sobre Hamã como prova da fidelidade de Deus para com aqueles que o temem (5.1 – 8.2).
2.2. Israel triunfou sobre os seus inimigos e começou a celebrar anualmente a Festa de Purim, como prova da fidelidade de Deus à Aliança Abraâmica (8.3 – 9.32).
2.3. O Senhor exaltou Mardoqueu ficando atrás apenas de Xerxes devido à sua preocupação altruísta pelos judeus, o que mostra a bênção de Deus sobre aqueles que buscam o bem-estar dos outros (Es 10)
40. ESBOÇO DO LIVRO
I. Uma rainha destronada e uma rainha descoberta, 1. 1 - 2. 23
A. O grande banquete, 1.1 - 9
B. A relutância de Vasti em se expor à multidão bêbada, 1.10 - 12
C. O rebaixamento de Vasti como chefe das esposas, 1.13 - 22
D. A busca pela nova rainha, 2.1 - 4
E. A descoberta e aprovação de Ester, 2.5 - 18
F. A revelação de uma trama de Mordecai, 2.19 - 23
II. Os esquemas de Hamã contra o povo judeu na Pérsia, 3. 1 - 7.10
A. O ódio de Hamã por Mardoqueu, 3.1 - 6
B. Decreto de Hamã, 3.7 - 15
C. Lembrete de Mardoqueu a Ester, 4.1 - 17
D. Os dois banquetes ,5.1 - 7.10
1. O primeiro banquete, 5.1 - 8
2. O esquema contra Mordecai, 5.9 - 14
3. A recompensa de Mordecai e a humilhação de Hamã, 6.1 - 14
4. O segundo banquete e o enforcamento de Hamã, 7.1 - 10
III. A libertação do povo judeu, 8.1 - 9.32
A. Uma reversão real, 8.1-14
B. Alegria entre o povo judeu, 8.15 - 17
C. Dois dias de libertação, 9.1 - 17
D. A Festa do Purim, 9.18 - 32
IV. A preeminência de Mardoqueu, 10.1 - 3
Conclusão
- Sem o livro de Ester, a Escritura permaneceria em silêncio quanto ao estado da maioria dos judeus pós-exílicos, que escolheram permanecer na Babilônia enquanto um pequeno remanescente de seus irmãos retornou à terra.
- Os livros de Esdras e Neemias afirmam o cuidado providencial de Deus sobre o pequeno remanescente que retornou. Já o Livro de Ester revela que Deus agiu graciosamente com os que ficaram.
- No Livro de Ester aprendemos que em determinados momentos o povo de Deus sofre intensas perseguições de seus inimigos, porém Deus preserva o seu povo durante os períodos difíceis.
- Devemos permanecer fiéis a Deus esperando sua provisão a nosso favor, confiando que Ele derrotará definitivamente todos aqueles que se levantam contra sua obra.