
Introdução
- Missão da Igreja: Promover a reconciliação
“Tudo isso provém de Deus, que consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem [palavra] da reconciliação” (2Co 5.18-20).
- Destaque para: ‘ministério da reconciliação’ e ‘palavra da reconciliação’.
1. VISÃO GERAL SOBRE A MISSÃO DA IGREJA
1) Reconciliar, restaurar, o ser humano em cinco dimensões
a) com Deus,
b) consigo mesmo,
c) com o próximo,
d) com a vida em sociedade e,
e) com a natureza.
2) Reconciliação ou missão integral
- A igreja faz isso por meio das seguintes funções, propósitos ou ministérios:
a) Adoração (doxia): Culto, louvor, celebração
b) Evangelização (martiria): Testemunho e proclamação
c) Educação (didaquia): Ensino, discipulado
d) Comunhão (koinonia): Corpo, família, fraternidade cristã
e) Compaixão (diaconia): Serviço ao próximo e à igreja.
3) Missão integral e integrada
- É a realização das funções/propósitos integradas uma as outras.
- Exemplo: Toda ação evangelística tem que ter a presença da adoração, do ensino, do serviço (ação social) e da comunhão, e vice-e-versa.
- Só pode ser chamada uma ação realmente cristã quando se sente a presença das cinco funções ou propósitos da igreja.
2. RECURSOS E PODERES DADOS À IGREJA PARA REALIZAR A MISSÃO
- Para realizarmos a missão de forma integral e integrada, precisamos de três forças poderosas que Deus nos deu.
- Elas estão presentes no texto de Atos 4.31: apresenta os três poderes disponibilizados por Deus e que sustentam a Igreja.
1º) O poder divino que é acionado pela oração
- Oração em si não tem poder. Ela, no entanto, é o único recurso divino, sendo realizada dentro dos padrões bíblicos, capaz de acionar o poder de Deus.
2º) O poder do Espírito Santo
3º) O poder da Palavra de Deus
- Alguém os comparou aos três poderes de um país democrático e sério, para queele funcione bem e de forma saudável que são: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário/
- É possível construir uma boa analogia desses três poderes com os três poderes dados à igreja. (Esta comparação é interessante para outro sermão).
3. OS TRÊS PODERES DISPONIBILIZADOS POR DEUS
1º. O poder da ORAÇÃO (At 4.31ª)
- A oração não deve ser considerada à parte da missão, mas parte dela.
- Missão sem oração se torna ativismo e costuma levar à desistência.
- A oração registada em Atos 4.24-29 apresenta as características de uma oração segundo a vontade de Deus.
a) Oraram juntos, concordando unânimes
- “Ouvindo isso [o relato de Pedro e João], levantaram juntos a voz a Deus” (At 4.24ª)
- Precisamos aprender a orar unânimes, com consciente ‘amém’.
b) Iniciaram a oração adorando a Deus
“Ó Soberano, tu fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há! Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi: ‘Por que se enfurecem as nações, e os povos conspiram em vão? Os reis da terra se levantam, e os governantes se reúnem contra o Senhor e contra o seu Ungido” (At 4.24b-26).
- Alguém disse, acertadamente: ‘Não podemos ir à missão sem a unção’.
c) Reconheceram a soberania de Deus
- “Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse” (At 4.28).
d) Não pediram em favor de seu bem-estar, livramento, mas pela capacidade de testemunhar, mesmo na perseguição.
- “Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente” (At 4.29).
- Não oraram pedindo livramento proteção e segurança ou pelo fim da perseguição, mas pela capacidade de enfrentar tudo que viesse.
- Este episódio foi o primeiro evento de perseguição dos apóstolos.
- Alguém disse que, quando nos curvamos diante de Deus, levantamo-nos diante dos homens.
- Quando colocamos os nossos olhos em Deus, perdemos o medo da ameaça dos homens.
e) Pediram capacidade para pregar com ousadia, coragem, intrepidez, mesmo diante de oposição feroz.
- Às vezes, nossas orações apenas visam ao fim do sofrimento, mas não pedimos poder, coragem, ousadia para enfrentar ou suportar o sofrimento.
- “Suporte [sofre], comigo, os sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus” (2Tm 2.3).
- “Estende a tua mão para curar e realizar sinais e maravilhas por meio do nome do teu santo servo Jesus” (At 4.30).
2º. O poder da PALAVRA
- “Anunciavam corajosamente a palavra de Deus” (At 4.31c).
- “Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17).
- Hoje, muitas igrejas deixaram a Palavra e começaram a pregar as novidades do mercado da fé, um ‘outro evangelho’, como disse Paulo.
- Deixaram o evangelho da graça para pregar a prosperidade.
- Deixaram de pregar o arrependimento para pregar a autoajuda.
- A igreja precisa voltar à Palavra.
- Estamos carentes de uma nova Reforma na igreja.
- A primeira Reforma reconduziu a Palavra de Deus ao seu lugar de primazia: “sola scriptura” (somente a Escritura).
- A interpretação equivocada da Palavra nos faz perder unção e autoridade.
- Os crentes sérios querem a pregação em cima da fiel interpretação da Palavra.
- Para a Igreja ser vitoriosa (espiritualmente), ela precisa estar firmada nesses três poderes. Sem eles a Igreja e o cristão estão fadados ao fracasso.
a) Deus nos dá a chave da oração para abrirmos as portas das bênçãos do Céu, mas somos nós que a usamos.
- Sem ser acionado pela oração, impedimos Deus de agir.- John Wesley: “Deus só age em resposta de oração”.
b) Deus nos dá o Seu Espírito Santo, para nos orientar, iluminar, nos convencer de nossas culpas, nos quebrantar e nos disciplinar.
- Os discípulos se tornaram extraordinários, depois de revestidos pelo Espírito Santo.
- A. J. Gordon: “Antes do Pentecoste, os discípulos achavam difícil fazer coisas fáceis. Depois do Pentecoste, acharam fácil fazer coisas difíceis”.
c) Deus nos dá a Sua bendita Palavra, mas somos nós que temos que lê-la, estudá-la, vivenciá-la, obedecê-la e anunciá-la para que o seu poder se manifeste.
- Martinho Lutero ao ser elogiado pela liderança da Reforma: “Não fiz nada, a Palavra fez e realizou tudo”.
- Claro que as respostas às orações e o Espírito Santo também.
3º. O poder do ESPÍRÍTO SANTO
- “Tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 4.31b).
- O Espírito Santo é o protagonista da missão.
- O Espírito Santo age tanto no evangelizador como no ouvinte, convencendo-o do ‘pecado, da justiça e do juízo’.
- As técnicas, as preparações mais apuradas do evangelizador, a oratória mais elaborada do pregador, com recursos de apelo emocionais consagrados pela sociologia ou psicologia, são importantes e ajudam; sem o Espírito Santo, porém, em breve se mostrarão impotentes, efêmeros e precários.
- “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).