
O JEJUM QUE AGRADA A DEUS (parte 1)
Texto: Isaias 58.1-14 (versões comparadas: NVI, NTH, ARA)
Objetivo: Doutrinário (Expositivo)
Introdução
- Deus se dirige ao povo de Israel no exílio da Babilônia (70 – 500 A.C.).
- Povo devoto e religioso. Não buscava a Deus, mas o seu favor.
- Praticavam ritos para alcançar bênçãos. A verdadeira religião é desejar o Senhor. Vida religiosa divorciada da vida secular.
- Podemos adorar ao Deus verdadeiro independentemente do tipo da pessoa que somos.
- Achavam que bastava praticar os ritos.
- Dia da Expiação (Lv 16), quando o povo jejuava por arrependimento e pelo perdão dos pecados.
- No exílio não havia sacrifícios, eles eram físicos, como jejum.
- Princípios para o jejum que valem para adoração, para o dízimo, para o serviço na igreja.
1. A convocação do profeta para denunciar bem alto os erros.
“Grite alto (clama a plenos pulmões, com toda a força, sem parar), não se contenha! Levante (erga) a voz como trombeta. Anuncie ao meu povo a rebelião dele (as suas maldades, as suas transgressões), e à comunidade (descendentes, à casa) de Jacó, os seus pecados” (Is 58.1).
- Não te detenhas (contenhas): não se deixe deter.
- Não gostamos que nos chamem a atenção, que nos exortem.
2. Descrição de religião incompleta, como um fim em si mesmo (religiosidade) e de encenação.
- Uma religião de faz-de-conta. Uma religião que é perda de tempo.
“Pois (Mesmo neste estado), dia a dia me procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, (me adoram todos os dias e dizem que querem saber qual é a minha vontade) como se fossem uma nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus (como se fossem um povo que faz o que é direito e que não desobedece às minhas leis). Pedem-me decisões justas (que eu lhes dê leis justas. perguntam-me pelos direitos de justiça) e parecem desejosos de que Deus se aproxime deles (em se chegar a Deus, adorar)” (Is 58.2).
- Deus descreve a incoerência da situação, pois “mesmo neste estado” de pecado, o povo procurava Deus “dia a dia”. Pareciam fiéis.
PARECEM:
a) Ter prazer em saber os caminhos de Deus.
b) Praticar a justiça.
c) Ter prazer em se chegar a Deus.
- Mas foi um “zelo por Deus, porém não com entendimento. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.12,13).
- Praticavam mandamentos e rituais de maneira mecânica, automática e formal.
- Achavam que não transgrediam os mandamentos: adulterar, matar, roubar etc., mas o coração estava longe de conhecer a Deus.
- As pessoas buscavam reconhecimento humano e os favores de Deus, como os fariseus, no tempo de Jesus.
- Os jejuns dos fariseus eram visíveis a todos, mas não foram aceitos por Deus, porque não eram realizados pelas razões corretas.
“Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará” (Mt 6.16-18).
- Não podemos ser hipócritas na adoração, nem representar diante das pessoas e de Deus.
- Mais preocupados com o ritual correto do que com o coração reto.
3. O resultado de uma religiosidade inútil ou de rituais incompatíveis com o proceder da vida
“Por que jejuamos, dizem, e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste? (Que adianta jejuar, se tu nem notas, não atentas? Por que passar fome, se não te importas com isso? não levas em conta)” (Is 58.3).
- A cobrança do povo a Deus: Faziam tudo “certinho”, e não havia resultados. Deus nem se interessava. Jejuavam e cobravam resultados.
- Jejuavam para pressionar e para “torcer o braço” de Deus.
- Aproximavam-se de Deus pelo que lhes podia dar e não pelo que Ele é.
- Não gostamos que nos tentem manipular, muito menos Deus.
- Não podemos comprar Deus com uma religiosidade externa.
- Faltava-lhes o entendimento fundamental do porquê do jejum.
- É possível ainda se enganar, convencer-se de que nossa prática religiosa está agradando a Deus?
4. As razões que inutilizam um jejum (adoração)
“Contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus empregados. (O Senhor responde: A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios, seus próprios interesses e exploram, exigem, os seus empregados, que façam todo trabalho)” (Is 58.3b).
- “Exigis que se faça todo o vosso trabalho”. O mundo dos negócios não parava só porque ele ia jejuar! Dar folga aos trabalhadores para que eles também jejuassem? Nunca! Negócio é negócio! Não podemos ser tão espirituais!
- Para não perder tempo e deixar seus negócios parados, ele cuidava “dos seus próprios interesses”, enquanto deixava o pessoal da casa com uma lista de tarefas a serem executadas em sua ausência.
“Seu jejum termina em discussão e rixa e em brigas de socos brutais (punho iníquo. Passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros). Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto (não se fará ouvir a sua voz no alto. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações?)” (Is 58.4).
5. O engano do jejum, da adoração e do serviço como tentativas de receber mais o favor de Deus do que o próprio Deus.
“Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor? (Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor?)” (Is 58.5).
Ilustr. Sacrifício de Caim.
- “Pergunte a todo o povo e aos sacerdotes: Quando vocês jejuaram no quinto e no sétimo meses durante os últimos setenta anos, foi de fato para mim que jejuaram?” (Zc 7.5).
- Foi para mim que adoraram, dizimaram, serviram ou para seus egos, suas vaidades, seus interesses?