
Introdução
- Podemos dar vida ou matar qualquer relacionamento, dependendo da maneira como usamos nossa língua.
- A língua é um órgão muscular pertencente ao sistema digestivo, com diversas funções: a) paladar, b) fala, c) deglutição, d) paixão.
- Língua, lábios e boca são músculos, comandados e usados pelos pensamentos, sentimentos e emoções.
- Por estar envolvida com a fala, é mencionada de forma pejorativa.
- A língua recebe a culpa ou os méritos das falas ruins ou boas.
- Os maiores e mais frequentes conflitos em todas as instituições, principalmente nos lares, são oriundos do mau uso das palavras, da língua. Quase 100% dos problemas nos lares são causados por falas malditas (ditas de forma ruim).
- O que dizemos de forma audível, está dito e não podemos desfazer, a não ser se desculpando; geralmente, depois que fizemos estragos.
- Afirma-se que as palavras são como um travesseiro de plumas aberto ao vento: não podem retornar ou se recuperar.
- Por isso, há uma série de versículos nos convidando a controlar a língua, dominar a boca e colocar freio em nossos lábios. Os versículos básicos falam em língua, lábios e boca como agentes simbólicos da fala, da comunicação oral, por onde passa a fala.
- Vida e morte dos relacionamentos, dos casamentos, dos afetos, da saúde estão nas mãos da língua.
1. Palavras críticas com o sem amor
- Há uma diferença entre querer dar um feedback amoroso, visando a ajudar, e criticar com o objetivo de atacar, humilhar, vingar-se e fazer o outro sentir-se mal.
- Ao darmos um feedback amoroso não devemos ser só negativos.
- Aprecie os acertos, principalmente, se quiser ser ouvido sobre os erros a serem corrigidos.
- Fale das falhas do seu querido com sabedoria.
Atitudes corretas
- Posicione-se sem ser superior e com mais conhecimento do que o outro. O feedback será mal-recebido.
- Se você não gosta de algo, diga como você se sente, como aquele comportamento afeta a você e à família.
- Ataque o problema e não o outro.
- Ao invés de dizer: “Você é preguiçoso, relaxado, nunca me ajuda”, diga: “Estou tendo dificuldade em cuidar de todas as tarefas. Sinto-me frustrada e sobrecarregada. Você se importaria em me ajudar em alguma tarefa? Isso seria muito bom para mim” (Pv 15.2).
- Sejamos cuidadosos nas reclamações, balanceando com elogios.
- Trate seus queridos com consideração e respeito, não com palavras depreciativas, apelidos que os desvalorizam, ainda que brincando (humor sádico).
- Sejamos mais carinhosos do que críticos. Podemos dar vida ou matar o relacionamento, dependendo de como nos comunicamos.
- Pensar antes de falar e ser criteriosos na hora de emitir um juízo.
- Quando amamos, concentramo-nos mais nas virtudes do que nos defeitos do ser amado (1Pe 4.8; Pv 15.4).
2. Palavras defensivas ou quebrantadas
- De quem está sempre na defensiva, armado, pronto para a guerra.
- Responde rapidamente a qualquer coisa que lhe desagrade ou ameace.
- Normalmente, ao receber uma crítica acionamos nosso mecanismo psicológico de defesa.
- A tendência natural é rebatermos o que julgamos crítica com outra crítica, em geral, de forma mais dura, à pessoa que nos criticou.
- Os que têm personalidade mais forte e inteligência mais aguçada conseguem ‘derrotar’ o outro, criticando-o ainda mais.
- Nesse quesito, os homens geralmente perdem e reagem com descontrole, pois seu pensamento costuma ser mais lento que o da mulher, que é mais perspicaz e têm respostas mais sagazes.
- Acaba se impondo por outras formas de forças, improdutivas (Pv 14.1).
- Para o/a defensivo/a, o errado é sempre o outro, pois tem dificuldade em assumir sua parte de responsabilidade.
- Procura desculpas para se eximir de culpa.
- Alimenta malícia no coração e tende a pensar que o outro está sempre querendo ou armando o mal contra si.
- Ilustr. Cursos de direção defensiva, para ensinar os motoristas a permanecerem alertas, atentos à direção de outros motoristas e reagir preventivamente, para minimizarem risco e evitarem acidente.
Atitudes correta:
- É bom que permaneçamos alertas quando se trata de segurança, mas em outras situações não, principalmente quanto às palavras que ouvimos e falamos. Uma atitude defensiva pode nos levar a interpretar rápida e erradamente uma situação (Pv 15.1).
- O tom de voz fere tanto quanto as duras palavras escolhidas para fisgar, ainda que ditas em tom baixo.
- Evitemos ser impositivos, o que colocará o outro na defensiva.
- Devemos ser naturais e verdadeiramente francos quando nos dirigimos aos familiares, para evitar reações defensivas.
- Devemos ser amáveis e sensíveis, e não indiferentes ao sentimento dos queridos, para não os colocar na defensiva.
- Coloquemo-nos no lugar deles para antecipar reações e sentimentos; escolhamos a maneira mais sábia de abordar assuntos espinhosos.
- Se nos colocamos em posição de superioridade, seja social, intelectual ou hierárquica, o outro poderá concluir que o diálogo será desigual, e tentará reduzir as diferenças, depreciando-nos (Tg 1.19ª).
- Ilustr. Deus nos deu duas orelhas e uma boca.
- Devemos ouvir duas vezes mais que falamos.
- Quando a boca está aberta, a mente já parou de coletar conhecimento. Portanto, para crescer em conhecimento, são os ouvidos que devem estar abertos e não a boca (Mt 15.10,11).
- A comunicação se expressa por três elementos: falar, ouvir e compreender.
- Pronto para ouvir, ouvir (pensar) e só depois falar, se necessário.
- Quem ama tem tempo para a pessoa amada; busca agradá-la, bem como compreendê-la. Demonstramos que a outra pessoa tem valor e prioridade, quando a ouvimos com atenção e respeito.
- Aprendamos a difícil grandeza de admitir quando estamos errados.
3. Palavras descontroladas ou equilibradas
Pv 10.19: Quando são muitas as palavras o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato
- Quem fala precipitadamente, sem refletir, poderá causar muitos males ou dissabores.
- Palavras descontroladas são as palavras impensadas, de reações intempestivas, destemperadas seguidas de acesso de raiva (Tg 1.19,20).
- Costumamos sofrer mais por causa de um relacionamento do que de outros problemas.
- Pessoas sugam mais alegria e energia do que as circunstâncias (Ef 4.26,27).
- Precisamos aprender a manter equilíbrio, educação, gentileza, respeito e misericórdia.
4. Sem palavras
Pv 18.21: A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto
- Se pararmos o diálogo, iniciamos a morte.
- O silêncio é a não comunicação.
- Silêncio punitivo. Greve de palavras. Fazer-se parede de pedra ou de gelo. Ficar em silêncio pode ser tão prejudicial como falar algo. Deixar o querido falando sozinho, ignorá-lo é humilhá-lo.
Atitudes corretas:
- Quando seu querido está chateado, não lhe dê tratamento de silêncio. Ao invés disso, ouça-o com atenção, tentando entender as suas preocupações ou chateações.
a) Não use o silêncio para frustrar seu querido. Explique o motivo por não falar no momento.
b) O silêncio só é válido por um momento, para descontinuar a briga.
c) O silêncio não pode ser demais para que a comunicação não seja interrompida, além da conta, para que ressentimentos ou o desejo do isolamento ou separação sejam alimentados.
Conclusão
Palavras ditas sempre voltam contra ou a favor de nós.
- “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Pv 18.21b).
- O que bem a utiliza come do seu fruto.
- O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.
- Nossas palavras são sementes no mundo espiritual para o bem ou para o mal, para o progresso ou ruína, para abençoar ou amaldiçoar.
“O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que abre muito os seus lábios se destrói” (Pv 13.3).
- Colhemos sempre os frutos de nossas palavras, bons ou ruins (Gl 6.6).
- Quanta gente ainda sofre por uma palavra maldita, dita há tempos.
- As nossas orações devem ser: a) “Que as palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu” (Sl 19.14).
b) “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Sl 141.3)