
- Duas cartas sem repreensão: Esmirna (uma congregação pobre que enfrentava perseguição) e Filadélfia (uma congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus).
1. DESTINATÁRIO
- “Ao Anjo da Igreja em Filadélfia” (Ap 3.7ª).
- A cidade de Filadélfia tinha uma localização estratégica. Era chamada de a porta do Oriente.
- Filadélfia era a mais jovem das sete cidades. Fundada por colonos provenientes de Pérgamo, sob o reinado de Átalo II, nos anos de 159 a 138 a. C.
- Átalo amava tanto a seu irmão Eumenes, que o apelidou de philadelphos = o que ama a seu irmão e que deu nome à cidade.
- A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho.
- A cidade servia como base para a divulgação do helenismo na região.
- Foi fundada para ser uma porta aberta de divulgação da cultura e do idioma grego na Ásia. Embaixadora do helenismo.
- Localizada num vale entre Pérgamo e Laodiceia, foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída por Tibério em 90.
- Terreno instável em função de terremotos. Alguns moravam em tendas, fora da cidade.
- Depois de ser reconstruída, foi chamada de Neocesareia.
- Hoje, cidade de Alasehir (Turquia), construída sobre as ruínas de Filadélfia.
- As mensagens das cartas, como essa, eram contextualizadas. Precisamos conhecer a Bíblia, a mensagem e conhecer a cidade onde estamos, bem como conhecer o povo para quem ministramos, sua cultura e história, o bairro onde servimos.
2. REMETENTE
- “Estas coisas diz o santo, o verdadeiro” (Ap 3.7b).
2.1. Santo e verdadeiro
- Santo (separado) e verdadeiro (autêntico) são características divinas.
- A palavra “verdadeiro”, usada frequentemente por João, enfatiza a sinceridade de Jesus, em contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia.
2.2. O que tem autoridade
- “Aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” (Ap 3.7c).
- Isaías fala da chave, onde a autoridade sobre Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim (Is 22.20-24).
- A chave representa autoridade e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao reino de Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém consegue abrir.
- Para uma igreja perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como o Santo e o Verdadeiro.
3. ELOGIO
3.1. Possuidora de uma grande oportunidade
- “Conheço as suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar” (Ap 3.8ª).
a) Porta da salvação
- A primeira porta aberta é a oportunidade da salvação
- “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo” (Jo 10.9 e Mt 7.13,14).
b) Porta para a evangelização
- Também era chamada de pequena Atenas, pois fora idealizada como porta-voz (evangelista) da filosofia greco-romana e propagadora da língua grega.
- Enquanto divulgassem a filosofia e a língua gregas, divulgariam o evangelho.
- Em Éfeso: “porque se abriu para mim uma porta ampla e promissora; e há muitos adversários” (1Co 16.9 e 2Co 2.12).
- A igreja é fraca, mas seu Deus é poderoso. A nossa força não vem de fora nem de dentro, mas do alto.
- Paulo via a idolatria da cidade de Atenas como uma porta aberta para falar do Deus desconhecido.
- Quais são as portas abertas que Jesus tem colocado diante da nossa igreja?
3.2. Dependência
- “Que tens pouca força” (Ap 3.8b).
- Talvez fossem poucos em número, ou limitados em capacidade e recursos.
- Reconhecem suas limitações e fraquezas, confiam e dependem de Deus.
- A igreja tem consciência das suas limitações, mas não se limita por causa delas (1Jo 4.4).
3.3. Obediência
- “Entretanto, guardaste a minha palavra” (Ap 3.8c).
- Hoje muitas igrejas têm abandonado o antigo evangelho por outro, mais palatável, mais popular, mais adocicado; um evangelho centrado no homem, não em Deus.
3.4. Lealdade
- “e não negaste o meu nome” (Ap 3.8d).
- Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram.
4. REPRIMENDA
- Não há
5. EXORTAÇÃO
5.1. Manter a expectativa
- “Venho em breve! ” (Ap 3.11).
- Se perdermos essa perspectiva, sucumbiremos ao pecado.
5.2. Zelo
- “Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3.11).
6. PUNIÇAO
- “Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3.11b).
- Perdendo a majestade, a grandeza e nobreza.
- O mundo está tomando a coroa de muita gente.
- Deixando de ser príncipe de Deus para ser bandido do pecado, do mundo e de Satanás.
7. PRÊMIO
7.1. Reconhecimento dos opositores
- “Vejam o que farei com aqueles que são sinagoga de Satanás e que se dizem judeus e não são, mas são mentirosos. Farei que se prostrem aos seus pés” (Ap 3.9).
- Congregação de pretensos filhos de Abraão também em Esmirna.
- Judeus: primeiros perseguidores da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia.
- Seriam exaltados acima dos seus inimigos (Is 60.14).
7.2. Estima divina
- “e reconheçam que eu amei você” (Ap 3.9b).
- Para uma igreja perseguida e odiada pelo mundo, Jesus diz que ela é a sua amada.
- Nós somos o povo amado de Deus, seu rebanho, sua vinha, sua noiva, a sua delícia, a menina dos seus olhos.
- As chances de o mundo nos estimar são mínimas, mas aqueles que servem a Jesus, o Pai os honrará (Jo 12.26).
7.3. Livramento
- “Porque guardaste a palavra da minha perseverança. Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).
- Uma referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano.
- Jesus prometeu proteção e livramento (mas não isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia.
- Cristo é o protetor da igreja. As portas do inferno não prevalecerão contra ela.
7.4. Serem inabaláveis
- “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus. Daí jamais sairá” (Ap 3.12a).
- Era costume na cidade de Filadélfia homenagear seus nobres e ilustres cidadãos com uma coluna erigida em seu nome, nas localidades mais importantes da cidade. É provável que cristão algum tivesse tal reconhecimento, mas Deus lhes assegura que faria do vencedor uma coluna no santuário celestial.
- As colunas de Filadélfia racharam e caíram no terremoto.
- Os vencedores permanecerão no templo para sempre. Gozarão comunhão eterna com Deus.
7.5. Tripla honra na nossa coluna
a) O nome de Deus na sua vida
- “Escreverei nele o nome do meu Deus” (Ap 3.12b).
- Nomes gravados sugerem posse.
- O vencedor pertence a Deus.
- Ele faz parte do povo de propriedade exclusiva de Deus (1Pe 2.9).
b) A cidadania celestial
- “e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu da parte de Deus” (Ap 3.12c).
- A nova Jerusalém é a noiva de Cristo (Ap 21.2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja que pertence somente a Jesus.
c) O novo nome de Cristo
- “e também escreverei nele o meu novo nome” (Ap 3.12d).