E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: — Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: — Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: — Eu sou Jesus, a quem tu persegues.

Atos 9.4-5

O encontro estava marcado, mas Saulo não sabia quando. Ele não fazia a menor ideia do que, em breve, lhe aconteceria. Somente Jesus teria o poder de provocar uma reviravolta na vida de um homem que, mesmo com zelo por Deus, estava ferindo o seu próximo. No caminho chamado de Damasco, haveria um encontro entre dois homens completamente distintos: de um lado, um homem raivoso; de outro, um cheio de amor. Um legalista determinado; o outro, gracioso e perdoador. Um que consentira na morte de Estêvão, o justo pregador da Palavra; o outro, que perdoara a mulher flagrada em adultério. Que contraste! Duas verdades merecem destaque nesse episódio. Primeira: Jesus encontra a pessoa onde ela está. Ele não apareceu em Jerusalém, no templo, ou em um ambiente religioso — mas no caminho da perseguição, que se tornaria o lugar da conversão. Segunda: Jesus revela uma das doutrinas mais profundas do Novo Testamento — a união mística entre Cristo e a Igreja. Ele é o Noivo, o Cabeça; nós somos o seu Corpo e sua Noiva. Você conhece alguém que tem raiva de crentes? Alguém que fala mal da igreja? Já viu alguém assim se converter? Martyn Lloyd-Jones comenta: “Esse chamado de Cristo a Saulo é um chamado da graça, não da destruição. Cristo poderia tê-lo condenado ali mesmo, mas em vez disso o confronta com amor e o chama pelo nome. Não há evangelho sem confronto, mas também não há evangelho sem misericórdia.” E finalizo com a palavra confortadora de João Calvino: “Cristo mostra aqui que Ele considera as injúrias feitas aos seus fiéis como feitas a si mesmo. Uma consolação gloriosa! Pois, se Cristo considera nossas aflições como Suas, não será Ele poderoso para nos socorrer?” Que essa mesma graça que transformou Saulo nos alcance em nossos próprios caminhos. Amém.

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ELP