
1. ATAQUE DE SATANÁS
- Quando o Diabo quer ver a queda de alguém, ele procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9).
1.1. Desafiar a filiação divina
- “Se és o filho de Deus, lança-te daqui abaixo”. Já que és o Filho de Deus, faça uma loucura que o Pai lhe dará guarida.
- Filhos de pais ricos que agem irresponsavelmente, confiados no livramento dos pais e na impunidade.
1.2. Usar a Bíblia contra a Bíblia
- Interpretar a Bíblia conforme o seu interesse.
a) Querendo mostrar piedade e credibilidade, ao citar a Bíblia.
b) Citando somente a parte do texto que interessa.
- Não citou v. 13: “Você pisará o leão forte e a serpente”.
c) Dando ao texto uma interpretação errada, distorcendo a verdade e mencionando promessas que Deus não fez.
- Omitiu: “para te guardarem em todos os teus caminhos” que é o certo e não: “atira-te” ou se lance irresponsavelmente no precipício.
- O Diabo usa a hermenêutica (interpretação) e a exegese (análise do texto original) da Bíblia de forma intencionalmente equivocada.
1.3. Estimular a vaidade
- Incitar a auto exaltação, o orgulho, o egocentrismo e a ganância de todos nós: “soberba da vida” (1Jo 2.16).
- Adão e Eva: “árvore desejável para dar entendimento”: coma e você será igual a Deus! (Gn 3.6).
- A busca de prestígio e fama via espetáculo pirotécnico.
- Do alto do templo Jesus viu o povo, principalmente os líderes.
- Um ministério que começasse com Jesus se jogando do alto e sendo sustentado pelos anjos, teria sucesso a curto prazo, mas fracasso, a médio e longo prazos. É a busca do sucesso, via populismo e apelo sensacionalista e milagreiro. Muitas igrejas recorrem a isso.
- Alguns religiosos inescrupulosos ou despreparados pegam versículos isolados e os usam como pretextos para construir ensinamentos contrários à Palavra.
- Buscam colocar o ser humano no centro de tudo e Deus como um mero mordomo. Antropocentrismo, ao invés de Teocentrismo.
- Anunciam que o Evangelho que pregam é capaz de satisfazer todas as vontades, desejos e ambições de todos.
- Deus não tem parte com isso.
1.4. Propor caminhos curtos, fáceis e questionáveis
- Soluções rápidas e sem sacrifício, mas duvidosas.
- Ideia mundanamente boa.
- Jerusalém tinha 25 mil habitantes, mas nos dias de festas (Páscoa, Pentecostes e Tabernáculo) a população ia para 180 mil.
- Se um Messias vindo do Céu aparecesse, apoiado pelos anjos, direto no templo, possivelmente convenceria até o Sumo Sacerdote e, por consequência, todo Israel.
- Mobilizaria multidões para libertar e restaurar o reino Israel.
- Nos dias de festas com multidões fervorosas, patrióticas e o templo lotado, seria o momento e o local ideais para demonstrações apoteóticas e sensacionalistas de poder messiânico.
- Entretanto, a missão de Cristo é realizada através do sofrimento, ou seja, enfrentar dores, humilhações e morte vergonhosa e levar os pecados de todos.
- Não existe caminho fácil para fazer a coisa certa.
- Não existe ganho honesto fácil, nem missão correta sem custo. Se aparecer costuma ser imoral, ilegal ou infernal.
- “Seguir o curso de menor resistência é o que faz os rios e os homens tortuosos”.
2. DEFESAS DE JESUS
- “Jesus lhe respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus” (Lc 4.12).
2.1. Rebate com a Palavra.
- Não dialogou com o Tentador. Foi logo ao âmago da questão: “Está Escrito”.
- Ele tinha conhecimento da Palavra de Deus. Sabia que na citação faltava um pedaço: “em todos os Teus caminhos” (Sl 91.11,12), isto é: em todos os caminhos da escolha de Deus.
- Com o conhecimento de todo o texto e de sua correta interpretação, Jesus teve a certeza de que a proposta não tinha fundamento bíblico e era indecente, mas Ele não utilizou isto para refutar a tentação.
2.2. Não aceita a motivação sensacionalista para angariar convertidos.
- Jesus queria seguidores motivados pela verdade e aceitação do amor de Deus, através do Espírito.
- Não queria discípulos à procura de shows sensacionalistas, emoções e arrepios, pois esses motivos são instáveis e insaciáveis.
2.3. Recusa sair do caminho da obediência.
- Adão e Eva não obedeceram a Deus e caíram na tentação. Jesus obedeceu e venceu (Rm 5.19).
- Podemos contar com a ajuda divina, mas não O colocar à prova.
- Fazer deliberadamente algo ou tomar atitudes sem arcar com as consequências, o que vai exigir uma ajuda divina, constitui o pecado de tentar ou provar a Deus.
- Autossabotagem. Isso é provar, tentar a Deus. É religiosidade irresponsável e infantilidade cristã: jogar-se do pináculo do templo, na ingênua confiança de que Deus vai colocar a mão por baixo.
- Se você fez tudo que estava ao seu alcance, pode pedir o auxílio do Pai Celeste. Ele ouve aqueles que pedem em dignidade, mas não aqueles que o tentam.
- A proposta leviana do Mal foi recusada. Jesus enfrentará em Jerusalém sua morte na cruz, expressão maior de sua fidelidade ao projeto libertador para o qual foi chamado.
- Citando Dt 6.13, Jesus disse que o Filho não poria o Pai à prova; quem realmente confia em alguém, não precisa testá-lo. Provar Deus é não confiar nele (1Co 10.9).
- Se Jesus cedesse à tentação, não haveria reino eterno para Ele; talvez temporário. Jesus até poderia morrer na queda, frustrando os planos de Deus e a salvação do mundo e dando assim vitória ao Diabo.
- Tirando os casos de possessão, na opressão ou na tentação, Satanás não pode nos obrigar a pecar. Ele pode instigar, mas não pode nos forçar ao pecado. Para glória de Deus, não conseguirá.