
- “Cada tentação é uma encruzilhada aonde um dos caminhos nos conduz para cima e outro para baixo; um para a felicidade e vitória e outro para a tristeza e derrota”.
- As tentações são personalizadas. Satanás produz uma série delas, e cada uma vem com um rótulo, com o meu e com o seu nome.
- Ele sabe onde nós somos fracos e usa isso contra cada um de nós, não por sua onisciência, mas pela observação de nossa vida.
- Temos fraquezas diferentes e nossos pontos vulneráveis, que nos fazem pecar: sexual, dinheiro, verdade, língua, vaidade, temperamento, ego, orgulho etc.
- As tentações de Jesus seguem três tipos comuns a todos os homens (1Jo 3.15-17): a) Concupiscência da carne (todos os tipos de desejos físicos fortes); b) Concupiscência dos olhos (desejo de ter o que vê: ambição, inveja, cobiça sem freio); c) Soberba da vida (todos os defeitos do ego: ostentação, vaidade, orgulho, arrogância).
- Estes foram os mesmos tipos de tentação, tanto de Jesus quanto de Adão e Eva (Gn 3.6).
1ª. A TENTAÇÃO DE SATISFAZER A CARNE
- “Se és o Filho de Deus manda que estas pedras se transformem em pães” (Lc 4.3).
- Satanás não está duvidando, pois sabe que Jesus é o Filho de Deus, mas está se aproveitando da fragilidade do Jesus humano.
- Satanás ouvira no batismo: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Lc 3.22).
- A tentação foi um desafio para Jesus: “Já que és, tens o direito de comer, não é justo ficar com fome. Não é assim que se trata o Filho de Deus”. “É justo o filho de Deus passar fome?”
- Somos tentados primeiro pelas necessidades físicas ou fisiológicas: segurança, água, ar, alimento, sono, reprodução.
- O Tentador não é onisciente, mas estuda e observa as nossas fraquezas mais evidentes (mais incidentes), e as usa contra nós.
- Temos que nos conhecer e nos proteger, vigiando nossas áreas mais frágeis.
- Primeiro, e principalmente, somos tentados pela concupiscência (desejo, cobiça) da carne, dos apetites.
- Eva: “a árvore era boa para se comer” (Gn 3.6ª)
- É nas maiores privações que o verdadeiro caráter se revela.
- Jesus não perdeu tempo discutindo com Satanás. Ele apenas usou a Escritura, a Palavra de Deus, recusando a proposta.
- “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Lc 4.4).
- Citou Moisés, lembrando o povo no deserto: quando as provisões de comida acabaram, rebelde, murmurou contra ele e contra Deus, desejando voltar à escravidão do Egito. “Para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem (Dt 8.1-3).
- Mas o que haveria de errado em transformar pedras em pães?
- O próprio Jesus não transformou a água em vinho, em Caná da Galileia, e pães em mais pães, no milagre da multiplicação?
a) Obedecer à sugestão de Satanás.
- Desconfie das boas intenções do Diabo.
- Deus é sempre bom e ama. O Diabo é sempre mau e tem ódio.
- Satanás tem agenda oculta, pois é ardiloso. Anjo de luz, aparentemente bom, mas perigoso.
- Todo o pecado começa com a pergunta clássica: “o que é que tem?”
- Parecia uma sugestão de alguém preocupado com a fome de Jesus. Cuidado com os conselhos dos ímpios sem base bíblica.
- Deus está reservando o melhor para o tempo certo. Aguarde.
b) Usar o poder em benefício próprio (gratificação pessoal).
- Se Jesus usasse o seu poder divino em proveito próprio, como poderia ser um exemplo perfeito ao nos indicar que podemos vencer pela dependência de Deus?
- Jesus, como homem perfeito, precisava enfrentar a tentação em sua condição humana, e não fazer uso de seus atributos divinos como queria o Diabo.
c) Considerar as coisas materiais mais importantes do que as espirituais.
- O Diabo usa a mesma artimanha quando convence os homens de que ter abundância, fartura ou prosperidade material é melhor do que desfrutar da comunhão com Deus e das bênçãos espirituais.
- Evangelho das “pedras em pães”.
- Para Jesus estava claro que: “não se vive somente de pão” (Lc 4.4); o horizonte precisa ser maior e o pão virá como consequência da fidelidade ao projeto de Deus.
d) Demonstrar falta de confiança na providência do Pai.
- Foi o Pai, pelo Espírito, quem o levou para o deserto.
- Se Jesus tivesse feito o milagre, incorreria no mesmo pecado do povo de Israel, que duvidou do cuidado de Deus no deserto e se inclinou a outros deuses.
- Quando achamos que as coisas do modo de Deus não acontecem, fazemos do nosso modo. O resultado é sempre o pior.
- Jesus confiava que o Pai sabia que ele estava fisicamente debilitado após o jejum e que o socorreria, como fez: “os anjos o serviram”. Se tivesse transformado as pedras, a refeição não seria tão farta e tão completa quanto a dos anjos e estaria envergonhado.
Ilustr. O sabiá que trocou suas penas por minhocas e não voou mais.