
A SUFICIÊNCIA DA PALAVRA
"Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e também o Filho."
2 João 1.9
A difícil arte de se manter estritamente no que está escrito tem base no fato de que as cópias dos manuscritos eram escassas e poucos sabiam ler. Mas uma coisa é certa: a responsabilidade de permanecer no texto era compartilhada entre os ouvintes da Palavra. João diz que aquele que não permanece no ensino (didachê) de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus. Ir além do que está escrito significa que a porta da heresia foi aberta, e os falsos ensinos começam a diluir a verdadeira Palavra. João combatia três heresias: (1) Dualismo – a crença de que o espírito era bom e a matéria era má; (2) Docetismo – a ideia de que Jesus não veio em carne, mas apenas tinha uma "aparência" de corpo; (3) Salvação pelo conhecimento secreto – a noção de que apenas uma elite espiritual poderia alcançar Deus por meio de uma revelação oculta. Paulo afirma: "Irmãos, apliquei essas coisas a mim e a Apolo, por amor a vocês, para que aprendam de nós o que significa não ir além do que está escrito." (1 Coríntios 4:6). Ir além de Cristo, por outro lado, é abrir a segunda porta, a porta da idolatria. Hoje, muitas igrejas criam seus próprios usos e costumes, que acabam sendo uma adição ao texto, pois a tradição, quando não tem base bíblica, ganha força de Escritura sem realmente ser. Termino com esta pérola de Spurgeon: "Não há nada novo na teologia além do que já está na Palavra de Deus. Se for novo, provavelmente não é verdadeiro." Amém.
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ELP
