
DUALISMO INEQUÍVOCO
"Porque todos vocês são filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas."
1 Tessalonicenses 5.5
Como devemos nos aproximar de conceitos abstratos que representam uma realidade inegável, presente tanto no mundo interior quanto no exterior? A Bíblia não se esquiva de apresentar essa realidade de forma dualista: luz e trevas. Contudo, muitos relativizam tais categorias, guiados por escolhas morais desconectadas dos princípios bíblicos. Pensadores influentes ao longo da história também refletiram sobre esse contraste fundamental. (1) Platão via as trevas como ignorância, a incapacidade de perceber a realidade verdadeira — o mundo das ideias —, propondo que a luz representa o conhecimento que liberta. (2) Agostinho, influenciado pelo platonismo, compreendia o mal como a ausência do bem, assim como as trevas são ausência da luz; para ele, afastar-se de Deus é caminhar voluntariamente para as trevas. (3) Immanuel Kant interpretava a luz como razão, autonomia e liberdade, enquanto a escuridão simbolizava a imaturidade intelectual e a ignorância autoimposta por medo ou acomodação. A Bíblia, porém, vai além da abstração filosófica e declara com clareza espiritual: “Deus é luz, e nele não há treva nenhuma. Se dissermos que temos comunhão com ele, mas andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 João 1:5–6). Aqui, a luz é mais do que símbolo: é a própria natureza de Deus. Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo”, e por oposição, as trevas encontram sua personificação no diabo e em seus anjos. A partir disso, somos convidados a refletir: vivemos conscientes desse dualismo? Nossas escolhas diárias revelam compromisso com a luz ou acomodação nas trevas? C.S. Lewis expressou essa tensão com clareza ao afirmar: “Creio no cristianismo como creio que o sol nasceu: não apenas porque o vejo, mas porque por ele vejo todas as coisas.” E concluo com as palavras de João 3:19, que selam esta reflexão com força e verdade: “A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Amém
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ELP
