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1 CRÔNICAS 1 A 29

(Informações selecionadas de muitos ilustres estudiosos bíblicos, aos quais agradeço, adaptadas e reorganizadas por mim)

CURIOSIDADES E OUTRAS INFORMAÇOES

 

1. AUTORIA. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada em 1º nem em 2ª Crônicas, muitos optaram por se referir a este autor desconhecido simplesmente como “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas, pelas seguintes razões:

a) A antiga tradição judaica afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2 Crônicas (2Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3).

b) 1 e 2 Crônicas têm estilo e vocabulário similares ao livro de Esdras.

c) Esdras foi tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém, período em que foi escrito os livros de Crônicas.

2. Sobre a DATA em que foi escrito:

a) A maioria dos intérpretes entende que o cronista escreveu o livro na segunda metade do Século V a.C., durante ou depois dos ministérios de Esdras e Neemias, o que, de fato, fortalece de alguma forma a possibilidade de Esdras ser seu autor.

b) Muito provavelmente o livro de Crônicas foi escrito entre 538 a.C. e 331 a.C., isto é, após a libertação cativeiro Babilônico (420aC).

3. PARALELISMO com outros livros históricos:

a) O livro de 1 Crônicas apresenta um registro paralelo aos livros de Samuel.

b) Há, porém, diferenças na ênfase e na abordagem à história. Enquanto os livros de Samuel frisam as crises de liderança, que levaram ao estabelecimento da dinastia de Davi, o foco em 1 Crônicas está na reafirmação da posição legítima dos líderes, tanto os reis como os líderes religiosos (sacerdotes e levitas). Por este motivo, este livro começa com um registro detalhado das genealogias das tribos de Israel, traçando sua linhagem desde Adão até os últimos reis da dinastia de Davi no AT.

c) Os tradutores gregos da Bíblia referem-se a esses livros como “as coisas omitidas”, porque fornecem muitas informações que não se encontram nos livros dos Reis. Embora Reis e Crônicas demonstrem grande similaridade de conteúdo, foram escritos sob diferentes pontos de vistas.

d) À primeira vista, sua história parece repetição de narrações já existentes. A leitura atenta, porém, perceberá muitas diferenças, devidas à exclusão de materiais, ao acréscimo de outros e, muitas vezes, pequenas alterações nos relatos. O que o autor pretende é reconsiderar o passado, a partir da situação da comunidade judaica do seu tempo.

e) A repetição significa importância que o autor dá ao fato. Embora se possa considerar Reis e Crônicas como livros de leitura árida, eles contêm a história das relações de Deus com o seu povo; e sempre, aqui e ali, nessa leitura, achamos algumas das mais lindas joias da Escritura.

f) Embora haja semelhanças nos Evangelhos do NT relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, cada um é diferente e único, escrito para realizar uma tarefa específica. Assim também é com os pares de livros do AT: Samuel, Reis e Crônicas. Apesar das muitas semelhanças nesses relatos paralelos, cada um é escrito para um propósito específico, mas ambos os pontos de vista são igualmente inspirados por Deus.

4. Sobre as GENERALOGIAS:

a) As genealogias fazem sentido de estarem nesse livro, para registrar os que regressaram do exílio babilônico e explicar a eleição e a organização do povo de Deus ao longo da História, além de preservarem a mensagem e linhagem messiânica, que sai de Adão, passa por Sete, depois Enos e segue até Abraão, Davi e acaba em Jesus Cristo.

b) São 77 gerações desde o primeiro Adão até ao último Adão, conforme vemos a genealogia de Cristo no Evangelho de Lucas.

c) São mais de 600 nomes assinalados.

d) Dentre os descendentes de Noé, somente a descendência de Sem, que são os semitas, se encontrava numa relação especial de aliança com Deus (Gn 9.24).

5. CONTEÚIDOS de 1 Crônicas de cada um dos 29 CAPÍTULOS:

1º. Genealogia de Adão a Abraão.

2º. Genealogia de Israel.

3º. Genealogia de Davi.

4º. Genealogia de Judá.

5º. Genealogia de Rúben, Gade e Manassés.

6º. Genealogia de Levi.

7º. Genealogias de vários filhos de Jacó.

8º. Genealogia de Benjamim.

9º. Genealogia dos expatriados de Judá.

10º.O motivo da morte de Saul.

11º.Davi é ungido rei sobre Israel.

12º.Os heróis de Davi.

13º.Trazendo a Arca.

14º.Seguindo a direção de Deus.

15º.Trazendo a Arca, segunda tentativa.

16º.A Arca é colocada na Tenda.

17º.A resposta de Deus a Davi.

18º. Conquistas de Davi.

19º. A coragem de Joabe.

20º.Mentalidade de vencedor.

21º.A influência de Satanás.

22º.Davi prepara a construção do Templo.

23º.Contagem e função dos levitas.

24º.A escolha dos vocacionados.

25º.Escolhidos para profetizar.

26º.A divisão dos porteiros.

27º.Divisão dos oficiais.

28º.Instruções de Davi a Salomão.

29º.O privilégio de ofertar.

a) Há outros assuntos que o Cronista preferiu passar por alto. Tais como os acontecimentos na história de Davi que poderiam lançar sombras na memória do grande rei de Israel: os seus conflitos com Saul, alguns injustificáveis comportamentos seus antes da subida ao trono, o lamentável episódio de Bate-Seba e Urias, os dramas familiares e a rebelião de Absalão.

b) Para o autor de 1 Crônicas somente o reino de Judá e a dinastia de Davi tinham legitimidade. O reino de Israel, nascido da ruptura da unidade nacional (1Rs 12) e por ter manchado a sua fé pela idolatria, não podia representar o genuíno povo de Deus.

6. FONTES E VERSÃO de 1 e 2 Crônicas. Quando estes livros foram escritos já existiam outros livros históricos como: Josué, Juízes, 1 Samuel, 2 Samuel,1 Reis, 2 Reis, mas havia motivos que justificavam a construção de uma nova versão daquela história.

a) O foco dessa nova versão está no Templo, nos sacerdotes e nos levitas que nele exerciam suas funções; os sacerdotes com o culto e os levitas com a transmissão das legítimas tradições do povo.

b) Nessa versão, os reis são julgados a partir de suas relações com o Templo e o culto de Javé. c) Além disso, toda a história do reino do Norte é omitida, pois no tempo do autor os samaritanos eram inimigos acirrados da organização da comunidade judaica centrada em Jerusalém.

d) Os livros de Crônicas citam uma série de DOCUMENTOS, em grande parte desconhecidos para nós, que são outras fontes de conhecimento histórico, com os seguintes nomes:

- Crônicas de Gade, o vidente: 1Cr 29.29 (‘Videntes’ era o nome que os profetas eram chamados no início da História de Israel.

- Crônicas de Samuel, o vidente: 1Cr 29.29

- Crônicas do profeta Natã: 1Cr 29.29

- História do rei Davi: 1Cr 27.24

- Livro da História de Natã, o profeta: 2Cr 9.29

- Livro da História de Semaías, o profeta: 2Cr 12.15

- Livro da História do Profeta Ido: 2Cr 13.22

- Livro da História dos Reis (de Judá): 2Cr 24.27

- Livro da História dos Reis de Judá e Israel: 2Cr 16.11; 27.7

- Livro (ou “Atas”) dos Reis de Israel: 1Cr 9.1; 2Cr 20.34; 33.18

- Profecia de Aías, o silonita: 2Cr 9.29

- Registro das genealogias: 2Cr 12.15

- Visões (ou “Livro”) de Ido, o vidente: 2Cr 9.29; 12.15 7. De acordo com 1Cr 6.31-32, o rei Davi pode ter iniciado o primeiro coro e a primeira orquestra de Jerusalém, levando o povo a louvar no Templo, como também era chamada a Tenda do Encontro (1Cr 9.23) (Tabernáculo). Em 1Cr 9.33 se diz que eles estavam ocupados no seu serviço (cantar) “de dia e de noite” (tempo integral). 8. Ser Porteiro era um trabalho que ia além do nome. Os porteiros do Templo (Tabernáculo) eram provavelmente sacerdotes que lavavam pratos, cuidavam do inventário, assavam pão e misturavam as especiarias (1Cr 9.28-32).

9. Tempo de Guerra. Parece que no AT o tempo certo para “sair para a guerra” era na primavera. De acordo com 1Cr 20.1, os reis costumavam ir para a guerra logo depois da colheita da primavera, quando não havia muita coisa para fazer nas fazendas e os soldados podiam deixar as terras.

10. CONTEÚDOS (materiais) encontrados apenas em 1 Crônicas:

a) A genealogia das tribos (1Cr 1-9).

b) Os nomes dos primeiros moradores de Jerusalém (1Cr 9.2-24).

c) Os nomes dos líderes tribais que ungiram Davi (1Cr 12). Nota especial em 12.32, sobre a tribo de Issacar.

d) Os preparativos elaborados envolvidos em trazer a Arca da Aliança para Jerusalém (1Cr 15-16).

e) O fato de que Satanás tentou Davi para numerar o povo de Israel (1Cr21.1).

f) Os extensos preparativos para a construção do Templo (1Cr 22-29).

g)  A divisão dos levitas em 24 grupos (1Cr 23.6-23).

h) A divisão dos sacerdotes em 24 grupos (1Cr 24.1-19).

i) A divisão dos cantores em 24 grupos (1Cr 25.1-3).

j) A nomeação de porteiros do templo, funcionários do tesouro e juízes (ICr 27)

k) A nomeação de 12 capitães do exército e conselheiros especiais (1Cr 27)

l) Discurso de Davi em uma assembleia para arrecadação de fundos para a construção do Templo (1Cr 28)

m) Grande oração de agradecimento de Davi por seu filho Salomão e pelo futuro Templo (1Cr 29)

11. Depois do Salmo 119 com 176 versículos e o capítulo 7 do livro de Números, com 89 versículos, o livro de 1 Crônicas tem o capítulo 6 com o terceiro maior número de versículos da Bíblia: 81.

12. Davi e Salomão também figuram como personagens central da história narrada pelo cronista, no que tange a construção, ornamentação bem como à organização do culto no Templo de Salomão.

13. Davi, mesmo sendo impedido por Deus, por meio do profeta Natã de construir o Templo, fez quase todo trabalho: desde planejar, os mínimos detalhes, como o e de juntar muito material e recursos financeiros para sua viabilidade, cabendo a Salomão apenas a tarefa de executar fielmente o que seu pai havia projetado.

14. Os nove capítulos finais de 1 Crônicas (22- 29) contêm algumas das mais maravilhosas palavras de louvor, oração e exortação em toda a Bíblia, como: a) A oração de Davi por Salomão (22.11-13, 28.9-10,20 e 29.19) b). Seu encorajamento aos líderes israelitas (22.18- 19). c) Seu louvor a Deus (29.10-18)

15. O Espírito Santo em ação em 1 Crônicas

a) 1 Cr 12.18: “Espírito” entrou em Amasai e o capacitou a fazer uma declaração inspirada.

b) 1 Cr 28.12, que foi por meio do ministério do Espírito (ânimo) que os planos do templo foram revelados a Davi.

16. Passagens seletas:

a) A Oração de Jabes: 1Cr 4.8-10;

b) Davi derrama a água do poço de Belém: 11.17-19;

c) O salmo de Davi: 16.7- 36.

d) A declaração da grande aliança com Davi: 17.11-14.

e) Descrição do coro e da orquestra de Davi: Capítulo 25.

f) Última bênção e oração de Davi: 29.10-19.


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