Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés? Se, pois, Davi o chama Senhor, como é ele seu filho?

Mateus 22.44-45

O Evangelho de Mateus foi escrito com a intenção de alcançar os judeus, por isso começa com uma genealogia até chegar em Jesus. O diálogo entre os dois testamentos é essencial por causa da revelação e da inspiração do texto, tendo Jesus como centro unificador de todo o processo. O texto de Mateus citado acima tem sua origem no Salmo 110, validando-o como salmo profético e messiânico, e confirmando que a identidade do Messias já estava revelada no Antigo Testamento, embora só possa ser plenamente compreendida com a iluminação divina. Jesus nos ensina aqui como interpretar o Antigo Testamento à luz de si mesmo. Ele mostra que as Escrituras não devem ser lidas apenas de forma histórica, mas também teológica e messiânica. A frase do versículo 43, “Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor”, indica que as Escrituras foram inspiradas pelo Espírito Santo e que o próprio Davi reconheceu a superioridade do Messias. Nenhum versículo do Antigo Testamento é mais frequentemente citado no Novo Testamento do que este — e por uma boa razão: ele contém a doutrina da ascensão, do reinado e do triunfo final de Cristo. Você compreende a importância de saber quem Jesus realmente é? É aqui que se encontra a diferença entre igreja e seita. Percebe que a doutrina cristológica é a base de todas as outras doutrinas do arcabouço da fé cristã? Concluo com as palavras de C. S. Lewis: “Quando Jesus cita o Salmo 110 para mostrar que o Messias é mais que filho de Davi, ele está quebrando a caixa em que os teólogos de sua época colocaram Deus.” Amém.

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ELP