Por causa disso, muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele perguntou aos doze discípulos: — Será que vocês também querem ir embora?

João 6.66-67

O modelo de liderança de Jesus é inconfundível e incomparável. Ele se tornou referência em livros voltados a executivos, CEOs de grandes empresas e pastores ao redor do mundo. A ideia de que Jesus foi pressionado pelas multidões para negociar princípios ou suavizar seus sermões é uma realidade inquestionável. No entanto, sua prioridade absoluta era agradar ao Pai e fazer unicamente a sua vontade. Para Ele, vox populi não é vox Dei. Muitos pastores hoje perdem o sono quando veem membros deixando suas igrejas; sentem-se culpados, assumem responsabilidades que não lhes pertencem ou buscam um scapegoat — um bode expiatório. Há ministérios que já não têm liberdade para pregar a Palavra como ela é; a mensagem precisa ser diluída, tornada mais palatável, a fim de evitar descontentamento, pois há dentro da igreja grupos com pensamentos divergentes. Você conhece algum ministério assim? Pastores preocupados em agradar a todos? Mas Jesus, diante do abandono de muitos, não recuou. Ele perguntou diretamente: “Será que vocês também querem ir embora?” Martinho Lutero afirmou: “Cristo não pede multidões. Ele pergunta aos doze. A fé não é movida pela maioria, mas pela verdade. Quando a Palavra fere o orgulho, só os verdadeiramente chamados permanecem.” Essa foi a maneira de Jesus medir o compromisso dos apóstolos — dentro do princípio: “Quem não é por mim é contra mim.” Ele estava disposto a começar tudo de novo, se necessário fosse, com outro grupo de doze — quem sabe, novamente, às margens do mar da Galileia. Finalizo com as palavras impactantes de John Piper: “Essa pergunta de Jesus corta o coração. Ela é uma porta: ou se entra na profundidade do discipulado, ou se vai embora. É o ponto de ruptura entre a fé de consumo e o amor por Cristo.” Senhor, só tu tens as palavras de vida eterna. Amém.

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ELP