Não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovem-nas.

Efésios 5.11

A melhor maneira de abordar este tema é oferecer uma definição clara, capaz de ampliar o entendimento do leitor e produzir frutos práticos. Cumplicidade é o envolvimento consciente e voluntário com o erro, pecado ou crime de outra pessoa, por meio de apoio, consentimento, incentivo, silêncio ou omissão, assumindo responsabilidade compartilhada pelos atos praticados. A justiça humana, embora falha, trata com rigor a questão da cumplicidade, aplicando penas severas. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 29, declara: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.” No campo espiritual, essa responsabilidade é ainda mais profunda. O pastor Voddie Baucham afirma: “A cultura diz: 'não julgue'; a Bíblia diz: 'julgue com justiça'. Recusar-se a confrontar o pecado é ser cúmplice dele.” A Bíblia apresenta diversos exemplos de cumplicidade punida: Acabe, cúmplice de Jezabel na morte de Nabote (1 Reis 21); o sacerdote Eli, cúmplice de seus filhos Hofni e Fineias (1 Samuel 2:12–36; 3:13–14); e Safira, cúmplice de Ananias na mentira relacionada à venda da propriedade (Atos 5:1–10). Diante disso, surge uma pergunta inevitável: qual tem sido a sua reação diante do pecado de um familiar ou amigo? O desafio dos de Éfeso era ficar fora da idolatria e do culto à Diana. Você fala a verdade e expõe o erro com amor, ou prefere fingir que não viu? Dietrich Bonhoeffer declarou: “O silêncio diante do mal é, em si, o mal. Deus não nos considerará inocentes. Não falar é falar. Não agir é agir.” Como diz o conhecido ditado: aquilo que uma geração tolera, a próxima abraçará. A atitude de Jesus ao virar as mesas dos cambistas é uma prova clara de que Ele rejeitou totalmente a cumplicidade com o pecado praticado no templo. Minha oração final é: Senhor, dá-nos graça para que, com amor e coragem, possamos fugir da cumplicidade e de suas consequências. Amém.

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ELP