Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe.

2 Coríntios 12.2

Um dos dilemas mais profundos da vida cristã é conciliar razão e fé, intelecto e piedade, conhecimento e humildade. Em Paulo, Romanos é a prova de sua intelectualidade; Efésios e Colossenses retratam sua profundidade espiritual. Mas como ser intelectual e espiritual, quando as duas coisas muitas vezes se opõem pelo racionalismo e pelo permanente espírito de crítica? Fazer a rota da espiritualidade para a intelectualidade é mais fácil; porém, a rota inversa é quase impossível. Veja: o sobrenatural da conversão, os dons espirituais, o espinho na carne e o arrebatamento ao terceiro céu pavimentaram a rota inversa — o despir-se do judaísmo e o revestir-se do novo homem em Cristo. Você tem dificuldade de crer? Quando era jovem, tinha uma fé contagiante; cresceu, foi para a faculdade e a fé acabou? Veja a rota de Paulo: a teofania no caminho de Damasco foi imprescindível, mas seu resultado foi duplamente maravilhoso: (1) deixou de buscar autojustificação para buscar conformidade com Cristo; (2) seu intelecto tornou-se instrumento de adoração, e não de exibição; (3) seu orgulho transformou-se em humildade, e sua força, em dependência da graça. Martyn Lloyd-Jones declara: “O maior inimigo da vida espiritual não é a ignorância, mas o orgulho do conhecimento.” Lembre-se: Deus escolheu revelar-se não aos sábios e entendidos, mas aos humildes e simples de coração. A cadeia do intelectualismo é como qualquer outra — necessita de uma ação divina libertadora para que a rota da piedade seja trilhada, e, após doze anos, Paulo estava pronto. Termino com Francis Schaeffer: “A fé cristã não é anti-intelectual, mas humilha a mente diante da verdade revelada.” Concluo citando a confissão experiencial paulina: “O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica.” (1 Coríntios 8:1). Amém.

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ELP